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Coluna: Pergunte ao Doutor (07/10)

ter, 6 de outubro de 2020 20:47

 

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1-Qual a dose de vitamina D diária recomendada?

De acordo com posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, ficam definidos como valor de 20 ng/mL (nanogramas por mililitro) de suplementação de vitamina D para a população geral. Abaixo desse valor, há deficiência. Para indivíduos com fatores de risco, os valores mantidos devem ser entre 30 e 60 ng/mL. Tais recomendações são baseadas nas evidências científicas disponíveis na literatura atual sobre a vitamina D.

 

2-Em quais alimentos e por quanto tempo é necessário tomar sol para garantir as necessidades do organismo?

Alguns alimentos que contribuem com os níveis de vitamina D no organismo: salmão, arenque, sardinha, atum, óleo de fígado de bacalhau, gema do ovo, cogumelo, bife de fígado, leite integral e iogurte natural.

Quanto à exposição ao sol, a quantidade necessária para adequação dos níveis de vitamina D depende de diversos fatores, como latitude, estação do ano, etnia, idade e horário da exposição. Em termos gerais, seria suficiente uma exposição ao sol de cerca de 15 minutos ao dia, sem protetor solar, entre os horários das 10 e das 16 horas, apenas do rosto e antebraços, e no período de primavera e verão.

 

3-Quais os riscos de tomar vitamina D em suplementos sem acompanhamento médico?

Nos últimos meses, temos observado um aumento significativo no número de pacientes atendidos com intoxicação por vitamina D. A provável explicação para este fenômeno é o elevado número de pessoas que fazem o uso indiscriminado de altas doses sem o acompanhamento médico adequado, além dos casos de pacientes que querem melhorar a imunidade. O principal risco é o desenvolvimento de hipercalcemia (elevação do nível de cálcio no sangue), o que pode levar especialmente a danos neurológicos e renais. Casos mais graves, com hipercalcemia severa, pode levar a insuficiência renal aguda e, inclusive, necessidade de diálise.

 

4-Quais os sintomas e danos da intoxicação por vitamina D?

Quando a dosagem é acima de 100 ng/mL, estamos falando de hipervitaminose, ou seja, doses elevadas de Vitamina D. Nesses casos, há risco de toxicidade e hipercalcemia, quando a taxa de cálcio no sangue está acima da considerada normal, e cujos sintomas podem ser fadiga, fraqueza muscular, náuseas e até anorexia e desidratação. A hipercalcemia é a desordem metabólica mais comumente associada ao câncer.

Sintomas decorrentes do aumento do cálcio no sangue: cansaço, fraqueza, náuseas, vômitos, azia (gastrite) e constipação. Nos casos graves, também podem ocorrer manifestações neurológicas, problemas na memória, dificuldade de concentração e alterações comportamentais.

 

5-Qual é a relação com a atividade física?

Ainda não se sabe ao certo, com certeza é um tema que precisa ser investigado em uma pesquisa futura. Além de a prática de atividade física ao ar livre estar relacionada com maior chance de exposição solar, a vitamina D, por ser lipossolúvel, poderia ter sua meia-vida alterada nas situações de maior metabolismo energético.

 

6-Quais são os grupos de risco?

Entre os indivíduos dos grupos de risco estão: idosos, gestantes, lactantes, pacientes com raquitismo/osteomalácia, osteoporose, pacientes com história de quedas e fraturas, causas secundárias de osteoporose (doenças e medicações), hiperparatiroidismo, doenças inflamatórias, doenças autoimunes, lúpus eritematoso sistêmico – proibidos de tomar sol para não estimular a atividade da doença – também têm risco aumentado de fratura, doença renal crônica e síndromes de má absorção (clínicas ou pós-cirúrgicas, como a bariátrica)

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