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Corpo de Bombeiros orienta sobre como proceder ao avistar animais silvestres na área urbana

sáb, 22 de julho de 2017 05:30

por Mel Soares

Em 2016, em torno de 72 animais silvestres foram capturados nas ruas, residências e quintais pelos bombeiros. Segundo o tenente Ésio Oliveira Ribeiro, comandante do 1º Pelotão da 3ª Companhia de Corpo de Bombeiros, de janeiro deste ano até a manhã dessa sexta-feira, 21, mais de 70 casos foram registrados. “Estamos na metade do ano e atingimos a quantidade de animais do ano passado”, destacou.

O militar explica ainda, que, com o início das queimadas a tendência é que o número cresça ainda mais tendo em vista que ao destruir o habitat natural os animais procurem refúgios na área urbana.

Animais selvagens são encaminhados ao habitat natural após o resgate

Animais selvagens são encaminhados ao habitat natural após o resgate

O lixo que não é depositado de maneira correta também está entre os fatores que tem contribuído para o aumento no aparecimento de ratos e gambás. “Há quantidade muito grande de ratos na cidade, pois não temos trabalho pontual de controle de zoonose e então eles vem devido aos restos de comida e isso atrai a serpente”, alertou.

Neste ano 18 serpentes foram capturadas pelos bombeiros em quintais e dentro de residências. “Seis peçonhentas, dentre elas cascavel e jararaca. Uma delas foi encontrada debaixo de um berço”, descreveu.

O comandante do 1° Pelotão orienta para que, ao avistar o réptil, seja isolado o local e o Corpo de Bombeiros seja acionado. A dificuldade enfrentada pelos militares é quando tentam de alguma forma retirar o animal antes da ajuda profissional. “Isso faz com que o animal fique agressivo e tente se defender. Qualquer um que passar perto dele pode ser atacado. Quanto mais calmo ele estiver mais fácil será a captura, principalmente os animais agressivos como cobra, raposa, gambá, tamanduá e capivara”, observou.

O aumento no número de casos também tem relação com a mudança de comportamento da população, que não tem matado animais ou destinado de maneira incorreta como antigamente.

“Há muito tempo eu não via alguém chamar o bombeiro para capturar um tatu, por exemplo. A cultura era fazer farofa. Mas, por volta do mês de fevereiro cinco animais voltaram para o seu habitat natural. Essa consciência da população é muito importante para nós. Assim conseguimos ajudar a manter a fauna intacta”, argumentou.

Nas últimas duas semanas, três gambás foram encontrados dentro da cidade. O tenente Ésio afirma que o animal é uma variação do rato com diferentes hábitos alimentares. Deixar restos de ração ou comida para bichos de estimação atrai estas espécies que assim como os ratos apresentam riscos de doenças, mas não tão graves.

“O que podemos fazer é não deixar alimentos de fácil acesso como sobras de ração em vasilhas de cães e gatos. Aqueles que criam galinhas devem proteger o local com telas porque o gambá vem atrás do milho, do ovo. Frestas das casas também devem ser tampadas a fim de evitar que o animal entre. Quando não acham alimentos a noite eles se escondem no forro”, complementou.

Após promover o resgate, o animal passa por uma triagem onde é constatada a presença  de possíveis ferimentos ou alguma doença. “Os animais selvagens tem a natureza agressiva, estão sempre se defendendo com agressividade para colocar medo no ser humano ou nos seus predadores. Se estiver muito quieto entendemos que está doente. No caso de ferimentos fazemos os curativos e encaminhamos a Polícia Ambiental e, muitas vezes, são encaminhados para o Hospital Escola de Uberlândia”, contou.

Quando o animal se mostra saudável é feita a captura e soltura em áreas de preservação permanente que existem no entorno da cidade como as saídas para a região conhecida como Fundão, Caldas Novas e rio Jordão.

No caso de animais peçonhentos, o Corpo de Bombeiros faz contato com o serpentário da Universidade Federal de Uberlândia para verificar sobre o interesse de recepcionar o animal cujo veneno é utilizado para ser produzido antídoto.

Em Araguari, os serviços de captura de animais são de responsabilidade do Corpo de Bombeiros e também da Polícia Militar de Meio Ambiente. “O nosso regime de plantão é 24 horas e por isso a comunidade pode nos solicitar a qualquer momento pelo 193”, concluiu.

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