Da Redação

Centenas de estudantes do IMEPAC Araguari deixam a cidade durante as férias universitárias. A ausência destes provoca um grande impacto na economia local. Quando um município do interior se torna um polo de educação superior, além de deixar de exportar seus estudantes para os grandes centros, ele atrai uma nova população disposta a consumir produtos e serviços, movimentando vários setores. Logo, a faculdade criou uma rede de serviços em seu entorno e toda essa estrutura sofre grandes impactos nesta época do ano. Em restaurantes, bares, farmácias, enfim, no comércio em geral, é perceptível a redução nas vendas devido ao retorno dos alunos para suas cidades no período das férias.

Sendo considerada uma cidade universitária, Araguari sofre impactos econômicos no período de férias

Para José Vitor de Aguiar, proprietário do Palatos Restaurante, existe uma interdependência entre comércio e alunos do IMEPAC, sendo estes grandes consumidores e propulsores da economia municipal. “Durante o recesso, minimizar custos é fundamental, aproveitando o momento, por exemplo, para conceder férias também aos nossos funcionários,” comentou.

Proprietário do Fundo de Quintal Restaurante, Cláudio Cruvinel ressaltou que, em relação aos meses letivos, a clientela reduziu cerca de 70%. “O movimento cai de forma considerável. Felizmente temos clientes fixos, mas para driblar essa queda, diminuímos os custos ao máximo.” Cláudio reforçou também a importância do IMEPAC Araguari para a região. “A faculdade movimenta bastante o nosso comércio e vem proporcionando um crescimento significativo à nossa cidade.”

Além das implicações econômicas, o período é marcado pela redução dos procedimentos na área da saúde. Atualmente, o IMEPAC mantém atendimentos nos ambulatórios Santa Marta e Policlínica “Dr.Oabi Bebrim”, prestando diversos serviços médicos gratuitos à população durante o período letivo. Segundo Daniella Corcino, coordenadora de Práticas Universitárias nos Ambulatórios, durante as férias, a população enfrenta grande dificuldade na área. “A faculdade realiza cerca de 20 mil atendimentos por ano e disponibiliza nos dois Ambulatórios 23 especialidades, sendo que o município não dispõe de algumas. A procura por informações sobre o retorno das nossas atividades é constante”, comentou.

Cidade Universitária

De acordo com o Professor Mestre Luiz Gonzaga Barbosa Pires, economista e analista contábil, com a grande movimentação de estudantes, Araguari se tornou, de fato, uma cidade universitária.  “Além de recebermos alunos das mais diversas partes do país, a faculdade contribuiu para que os próprios araguarinos tenham acesso a uma educação superior de qualidade. As empresas, por sua vez, podem agora contar com profissionais de alto nível sem recorrer aos grandes centros.”

O professor enfatizou que a instituição contribui consideravelmente com o PIB municipal através de sua folha de pagamentos e das mensalidades estudantis.  “Poderíamos até dividir a vida econômica da cidade em antes do IMEPAC e depois do IMEPAC. Existe hoje uma demanda por vários serviços outrora inexpressivos: setor imobiliário para acomodação dos jovens; rede de restaurantes; supermercados melhor instalados e providos de produtos antes não muito demandados; serviços de saúde; e uma gama de atividades que passaram a existir para suprir as necessidades dos discentes. Criou-se, portanto, uma nova rede de serviços no entorno da faculdade.”

Contudo, os mesmos alunos que causam um movimento na economia local também causam uma redução do mesmo ao retornarem para suas cidades de origem nos meses de dezembro, janeiro e julho. “Não dispomos ainda de dados para uma mensuração exata do impacto das férias acadêmicas em nossa economia, mas o fenômeno é perceptível. Por exemplo, Araguari dispõe de vários restaurantes do tipo “self-service” que são usados diariamente por nossos universitários. Alguns destes prestadores de serviço de alimentação chegam a suspender suas atividades neste período, dando férias coletivas a seus colaboradores e/ou reduzindo as atividades. Os postos de combustíveis também sentem os efeitos da diminuição de veículos em circulação. Outro segmento da economia que sofre com o recesso é o de entretenimento. Enfim, Araguari se tornou, claramente, uma cidade universitária”, finalizou.

Atualmente, o IMEPAC possui cerca de 2.500 alunos matriculados e oferece 12 cursos superiores, sendo eles: Administração, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia de Produção, Farmácia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Pedagogia e Sistemas de Informação. A faculdade gera ainda cerca de 420 empregos diretos e inúmeros indiretos, com ênfase no corpo docente altamente qualificado. Além do ensino de excelência, o IMEPAC se destaca por suas políticas de inclusão e pela preocupação com o desenvolvimento social, cultural e econômico da cidade e região.