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Coluna: Saúde Alerta (16/06)

qua, 16 de junho de 2021 08:17

No dia 12 de junho além de ser uma data especial para os casais apaixonados, foi também celebrado o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita – má formação cardíaca que está presente durante o desenvolvimento do feto. Sua causa inclui vários fatores que vão desde os ambientais, genéticos, uso de medicamentos e drogas, doença materna como o diabetes, lúpus e infecções como a rubéola e a sífilis que possam agir no momento de formação do coração fetal e ocorre nas primeiras oito semanas de gravidez.

Todos os anos, cerca de 130 milhões de crianças nascem no mundo com algum tipo de cardiopatia congênita. Só no Brasil, são mais de 21.000 bebês que precisam de algum tipo de intervenção cirúrgica para sobreviver. Desses, ao redor de 6% morrem antes de completar um ano.

A cardiopatia congênita acomete oito crianças em cada mil nascidos vivos. As más formações cardíacas congênitas são várias e, entre as mais comuns estão as comunicações interatriais (comunicação anômala entre os átrios direito e esquerdo), e as comunicações interventriculares (que é a ligação entre os dois ventrículos por um defeito no septo que também os separam).

A cardiopatia congênita é uma doença na qual há anormalidade da estrutura ou função do coração, que está presente no nascimento, mesmo que descoberta muito mais tarde. Ela ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário de uma estrutura cardíaca normal e as alterações do fluxo sanguíneo, resultantes desta falha, que podem influenciar o desenvolvimento estrutural e funcional do restante do sistema circulatório.

Os sintomas mais comuns da cardiopatia congênita são falta de ar, cansaço, ponta dos dedos e lábios azulados, dedos em forma de baqueta de tambor, modificações no formato do tórax, sudorese e cansaço entre as mamadas, no caso dos bebês.

As cardiopatias congênitas são a terceira maior causa de morte de bebês antes do 30º dia de vida, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde. As doenças correspondem a cerca de 10% das causas dos óbitos infantis e representam ainda de 20% a 40% das mortes decorrentes de más-formações.

O ideal é corrigir o defeito estrutural, o bebê pode sofrer uma intervenção ainda no útero, ser submetido à cirurgia imediatamente após nascer ou, também aguardar meses ou anos para chegar ao centro cirúrgico.

O tratamento clínico da cardiopatia congênita é feito conforme o quadro que a criança apresenta, seja de cianose ou de insuficiência cardíaca. Algumas cardiopatias congênitas não necessitam de tratamento, uma vez que podem apresentar cura espontânea, como costuma acontecer com o canal arterial persistente no bebê prematuro e a maioria das comunicações interventriculares.

Já as cardiopatias que evoluem de forma mais grave geralmente apresentam a opção de tratamento cirúrgico, algumas vezes realizado já no período neonatal, outras vezes no lactente ou criança maior, conforme a necessidade.

Atualmente há a opção do cateterismo cardíaco terapêutico, que pode realizar procedimentos paliativos e até mesmo curativos, como é feito no canal arterial persistente, na comunicação interatrial, na estenose pulmonar, na estenose aórtica, e na estenose mitral.

As cardiopatias congênitas podem ser detectadas ainda na vida fetal. Durante a gestação alguns exames facilitam a detecção da doença. Os exames de ultrassom morfológico realizados rotineiramente no primeiro e segundo trimestres gestacionais fazem o rastreamento da má formação no coração da criança. Quando há a suspeita de alguma anormalidade é realizado então um ecocardiograma do coração do feto, que permite avaliar e detectar detalhadamente anormalidades estruturais e da função cardíaca.

Considerada uma cardiopatia grave e fatal, a síndrome da hipoplasia do coração esquerdo ao ser detectada em tempo hábil, durante o ecocardiograma fetal, as chances de sobrevida da criança são de 80%, quando diagnosticadas precocemente.

Um dos fatores de risco para o desenvolvimento da cardiopatia congênita é a herança genética. Pais e mães portadores de cardiopatias congênitas apresentam uma chance duas vezes maior de gerar um bebê cardiopata. O mesmo ocorre quando o casal já gerou um bebê com malformação cardíaca. Algumas cardiopatias, em particular, têm uma chance de recorrência ainda maior, chegando até 10% em gestações subsequentes.

Não há formas de prevenir a doença, porém, algumas mudanças comportamentais podem ajudar para o bom desenvolvimento do bebê. Antes de engravidar, a mulher deve procurar um médico para ver se seu estado de saúde está bem e iniciar a ingestão diária de uma vitamina chamada “ácido fólico”, que deve ser receitada pelo obstetra. A deficiência dessa vitamina pode ser um fator desencadeador de malformações cardíacas e do sistema nervoso central do feto.

Além do acompanhamento médico, a grávida deve adotar uma alimentação saudável, abolir o fumo, as bebidas alcoólicas e o consumo de medicamentos sem o conhecimento do seu especialista.

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