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Coluna: Pergunte ao Doutor (16/03)

qua, 16 de março de 2022 10:56

1-O que é Março Roxo ?

 

A campanha Março Roxo deste ano, promovida pela ABE (Associação Brasileira de Epilepsia), quer conscientizar a população sobre a doença.

Em 26 de março acontece no mundo inteiro o Dia Mundial da Conscientização da Epilepsia. A data foi criada em 2008 pela canadense de nove anos Cassidy Megan.

A canadense que criou essa iniciativa escolheu o tom roxo, que representa o isolamento vivido por muitas pessoas que têm esse distúrbio.

Sua fundadora escolheu a cor roxa como símbolo da causa, inspirada na flor de lavanda frequentemente associada à solidão, pois representa o isolamento que muitas pessoas afetadas pela epilepsia vivem.

Como forma de divulgar a importância dos cuidados e da empatia como um dos pilares para o bem-estar das pessoas com epilepsia, a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) reforçará a campanha #SOSEpilepsia durante o Março Roxo 2022, mês de conscientização sobre a doença.

2-Qual é o objetivo da campanha ?

A epilepsia é uma doença que pode ser prevenida e tratada. O não tratamento pode levar a morte. Infelizmente, a doença ainda é mal compreendida pela população, o que a cerca de estigma e preconceito. Os portadores de epilepsia sofrem preconceito em vários setores da sociedade, no trabalho, escola e até dentro da própria família. E para a quebra desse preconceito, movimentos de apoio aos portadores são essenciais na divulgação de informações adequadas a respeito da doença.

Apesar da maioria das pessoas com epilepsia ter condições de levar uma vida sem restrições, elas ainda sofrem com a maneira como a sociedade trata a doença, quase sempre com descaso. Isso têm efeitos muito sérios, principalmente no início do tratamento, quando o medo do desconhecido é tão grande quanto as dúvidas.

A campanha 2022 tem o objetivo de mostrar que a falta de informação e o preconceito têm grande impacto na qualidade de vida das pessoas com epilepsia e podem ser tão graves quanto a dificuldade de acesso aos remédios.

A desinformação é uma das principais causas para o aumento do preconceito para com os portadores da doença.

O poder de alcance da campanha Março Roxo 2022 visa pedir algo que deveria ser condição básica na vida em sociedade: empatia. A ideia é mostrar que as consequências da falta de compreensão com o outro impacta a pessoa com epilepsia de forma tão negativa e grave quanto a dificuldade de acesso ao tratamento.

A informação ainda é o melhor remédio para combater os estigmas e preconceitos em torno dos pacientes que sofrem com esse distúrbio. Essas pessoas merecem ser tratadas com muito respeito, porque já enfrentam uma grande adversidade, que é lidar com as crises convulsivas em meio à rotina de trabalho ou estudo.

 

3-Como funcionará as ações do #SOSEpilepsia ?

Infelizmente, a epilepsia recebe muito menos atenção do Governo e da sociedade em comparação com outras doenças e precisa-se urgentemente de um plano de atendimento no Brasil.Entre as ações que serão realizadas, o ciberativismo #SOSEpilepsia continuará acontecendo nas redes sociais com o objetivo de ajudar quem depende do poder público. Para participar, basta tirar uma foto com a hashtag #SOSEpilepsia e marcar as autoridades como governadores e secretários de saúde do município em que reside. Nas páginas da ABE também será possível encontrar um abaixo-assinado onde as pessoas podem fazer a denúncia de forma anônima.

A saúde é garantida como cláusula pétrea, conforme o artigo 6° da Constituição Federal de 1988, ou seja, é um direito Constitucional, indispensável à cidadania e ao Estado Brasileiro. Sendo assim, o poder público tem o dever de zelar pela saúde através do acesso às ações e serviços que a promovem, bem como devem ser respeitadas as garantias dos direitos humanos.

 

4-O que é crise convulsiva?

A crise convulsiva ou convulsão ocorre devido a um aumento excessivo e desordenado da atividade elétrica das células cerebrais, nesse caso os neurônios. Esta atividade elétrica alterada, é em muito dos casos, o causador  das alterações motoras de uma crise convulsiva, muitas vezes caracterizada por movimentos desordenados, repetitivos e rápidos de todo o corpo. Além disto, a convulsão também pode ocasionar perda temporária de consciência, aumento da salivação, ranger de dentes, perda do controle do processo urinário e defecação.

5-Qual é estimativa de pessoas com epilepsia no mundo ?

A crise convulsiva não é um processo contagioso ou transmissível, sendo assim, não há qualquer risco para aquele que auxilia um indivíduo nesta condição. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge mais de 50 milhões de indivíduos no mundo, com estimativa de que 3,5 milhões não recebem ou não fazem o tratamento adequado. Na América Latina, são quase 8 milhões convivendo com a doença, sendo 3 milhões brasileiros.

6- É possível ter uma crise convulsiva e não ser epiléptico?

As crises convulsivas nem sempre estão associadas com a epilepsia, pois diversos fatores podem desencadeá-la tais como: febre alta; diminuição do açúcar no sangue; desidratação; febre alta; pancadas fortes na cabeça; perda excessiva de sangue; tumores; intoxicações por álcool, medicamentos ou drogas ilícitas, ansiedade, cansaço ,privação de sono, dentre outros fatores.

.7-O que fazer quando deparamos com uma pessoa com crise convulsiva?

·         Mantenha-se calmo(a) e acalme as pessoas ao seu redor;

·         Evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;

·         Acomode o indivíduo em local sem objetos dos quais ela pode se debater e se machucar;

·         Utilize material macio para acomodar a cabeça do individuo, como por exemplo; um travesseiro, casaco dobrado ou outro material disponível que seja macio;

·         Posicione o indivíduo de lado de forma que o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos) escorram para fora da boca;

·         Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor;

·         Permaneça ao lado da vítima até que ela recupere a consciência;

·         Ao término da convulsão a pessoa poderá se sentir cansada e confusa, explique o que ocorreu e ofereça auxílio para chamar um familiar.Observe a duração da crise convulsiva, caso seja superior a 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica.

 

8-O que não deve ser feito durante a crise convulsiva?

·          Não impeça os movimentos da vítima, apenas se certifique de que nada ao seu redor irá machucá-la;

·         Nunca coloque a mão dentro da boca da vítima, as contrações musculares durante a crise convulsiva são muito fortes e inconscientemente a pessoa poderá mordê-lo;

·         Não jogue água no rosto da vítima

 

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