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Coluna Médica (07/10)

qui, 7 de outubro de 2021 08:04

1-O que é Outubro Rosa?

O Outubro Rosa é o mês de conscientização e combate ao câncer de mama. O nome Outubro Rosa remete à cor do laço que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e instituições públicas. Acessórios e laços cor de rosa viraram símbolo da campanha pelo mundo.

 

2-Qual objetivo do movimento Outubro Rosa 2021?

O objetivo do movimento Outubro Rosa 2021 é divulgar informações sobre o câncer de mama e fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento da doença.

O Outubro Rosa dura o mês inteiro e busca alertar sobre os riscos e a necessidade de diagnóstico precoce deste tipo de câncer, que é o segundo mais recorrente no mundo, perdendo apenas para o de pele. O principal objetivo da mobilização, que dura o mês inteiro, é lembrar a população da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. A cada 10 mulheres diagnosticadas com a doença no país, três morrem, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério de Saúde. Os homens também podem desenvolver a doença, no entanto, a incidência é baixa e atinge 1% dos casos.

 

3-Como surge o câncer?

O câncer surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os proto-oncogenes tornam-se oncogenes, responsáveis por transformar as células normais em células cancerosas.

 

4-O que é Câncer de Mama? Qual a incidência de Câncer de Mama no Brasil?

É o segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. É uma doença causada pela multiplicação anormal das células da mama, que forma um tumor maligno.

O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 2,3 milhões de casos novos foram estimados para o ano de 2020 em todo o mundo, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres. As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos.

Para o Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.

O câncer de mama também ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, para 2019, de 14,23/100 mil. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

 

5-Quais são os principais sintomas do Câncer de Mama?

Na grande maioria das vezes a paciente não possui sintomas perceptíveis. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou aspecto semelhante a casca de laranja. A secreção no mamilo também é um sinal de alerta. O sintoma do câncer palpável é o nódulo (caroço) no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.

 

 6-Como prevenir o Câncer de Mama? 

Evitar a obesidade, através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, é uma recomendação básica para prevenir o câncer de mama, já que o excesso de peso aumenta o risco de desenvolver a doença. A ingestão de álcool, mesmo em quantidade moderada, é contra-indicada, pois é fator de risco para esse tipo de tumor, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos.

Ainda não há certeza da associação do uso de pílulas anticoncepcionais com o aumento do risco para o câncer de mama. Podem estar mais predispostas a ter a doença mulheres que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.

A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível devido à variação dos fatores de risco e as características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia. O Programa Nacional de Controle de Câncer de Mama, do Inca, estima que com uma alimentação saudável, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver o câncer de mama. O bem-estar físico e psicológico também ajudam a prevenir essa e outra doenças.

 

7-Qual é o impacto da pandemia no paciente com câncer?

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Oncoguia, 43% dos pacientes com câncer tiveram impacto no tratamento por conta do coronavírus. E, apesar do medo de contrair a infecção ser grande, a maior parte dos procedimentos foi cancelada pelo hospital ou clínica.

Entre os que interromperam, 43% disseram que a decisão foi institucional, outros 12% afirmaram que o tratamento foi pausado por decisão pessoal e apenas 3% confirmaram que a interrupção partiu de aconselhamento com o médico – o restante apresentou outros motivos.

Dos participantes, 34% faziam quimioterapia; 31%, hormonioterapia; 9%, radioterapia; 9%, terapia-alvo e 8%, imunoterapia. O restante (21%) não soube informar o tratamento. Os problemas foram mais frequentes entre os pacientes que usam o Sistema Único de Saúde (SUS): 60% deles responderam que houve impacto, contra 33% do sistema privado, que relataram dificuldades.

Os principais motivos para pausar o tratamento alegados por parte dos hospitais foram o risco de contágio (22%) e a priorização de pacientes com Covid-19 (14%). Entre as pessoas que tomaram a decisão sozinhas, mais da metade (57%) o fez por medo de se contaminar. Ao todo, 556 pessoas foram ouvidas.

Este é um dado muito sério e relevante tendo em vista que a recomendação oficial é que o tratamento do câncer não pode parar. O ideal seria a personalização dessa fase, ou seja, que médico e paciente determinem juntos a melhor forma de continuar realizando o tratamento minimizando ao máximo os riscos em relação ao coronavírus.

No caso de sessões canceladas, os hospitais oncológicos sugerem que o paciente procure o médico para não ter prejuízo com a pausa no tratamento — o interrompimento total não é aconselhado, mas há alguns exames e procedimentos que podem ser adiados.

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