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Coluna: Inspiração (05/10)

ter, 5 de outubro de 2021 09:32

 

Do lado esquerdo do peito

A gente guarda amor

Os colegas de escola

O nome de um professor

Um beijo lá na pracinha

A pipa presa na linha

Um gol na prorrogação

Uma rede na varanda

Uma roda de ciranda

E a lambida de um cão.

 

Do lado esquerdo do peito

A gente guarda amizade

A gente guarda uma rua

Um país, uma cidade

Um toque, um cheiro, um sabor

Os sonhos de um sonhador

A esperança, a fé

Uma carta inesperada

Um passeio na calçada

Pão de queijo com café.

 

Do lado esquerdo do peito

A gente guarda saudade

Que é a lembrança de tudo

Que faz falta de verdade

A gente guarda um conselho

Guarda um vestido vermelho

Guarda o som de uma risada

O toque de uma canção

Os pés descalços no chão

A partida e a chegada.

 

Do lado esquerdo do peito

A gente guarda paixão

Guarda o primeiro salário

Guarda um aperto de mão

Um desenho do seu filho

Um abraço demorado

Um filme, um seriado

E bolinho de polvilho

 

Do lado esquerdo do peito

A gente guarda carinho

A gente guarda as lições

Que aprendemos no caminho

A gente guarda bobagens

A gente guarda viagens

Pessoas que conhecemos

Sensações e sentimentos

A gente guarda momentos

Até os que nem vivemos.

 

Do lado esquerdo do peito

A gente guarda aconchego

Há quem guarde agito

E há quem guarde sossego

A família reunida

A comida preferida

A bênção de sua avó

A gente guarda um segredo

Guarda a coragem, o medo

E aquele momento só.

 

Do lado esquerdo do peito

Dá pra guardar mil amores

Mil saudades, mil lembranças

Mil sorrisos e mil dores

A gente guarda mil sons

A gente guarda mil tons

De tudo que é sentimento

Cada verso aqui foi feito

Pro lado esquerdo do peito

Guardar Milton Nascimento

 

Bom dia queridos!

 

Nesta terça-feira trazendo o poema de Bráulio Bessa: Do lado esquerdo do peito.

Quantos sentimentos trazemos do lado esquerdo do peito. Essa semana que passou, o lado esquerdo do meu peito está revestido de dor pela pequena Larissa, filha de nossa colega de trabalho na Ação Social no mandato passado, Francielli.

Falamos do Afeganistão e as barbáries tão próximas de nós. Mulheres e crianças são as principais vítimas destas torturas. Os psicopatas e pedófilos rondam nossa cidade, nossas ruas, nossas famílias. Cabe a nós orar e vigiar. Nunca baixarmos a guarda. Compartilhando esta dor não conseguimos dormir, nos sentimos impotentes diante de tanto sofrimento que não encontramos saídas.

O que fazer? Esquecer?

Não devemos esquecer…

Campanhas educativas, fortalecimento da rede de proteção. Mesmo a Lei de Talião tendo sido aplicada, nosso sentimento de impotência dói como um espinho encrustado na alma. Algumas situações vivenciadas pelas crianças; homicídios, abusos, trabalho infantil ilícito, doenças sem cura me fazem refletir sem chegar a uma solução para os problemas, que me deixam acordada por várias noites! Noites intermináveis…

Peço proteção a Deus, aos anjos da guarda, as instituições… Vamos proteger cada dia mais nossas crianças…Choramos com esta mãe…Choramos com esta família.

A vinculação afetiva dos pais aos filhos é geralmente intensa, em parte porque os filhos são vistos como a continuidade dos pais, a sua projeção no futuro, como que marcos vivos da sua passagem pela vida. Por isso, o processo de luto é complexo, por vezes com o desenvolvimento de manifestações menos comuns.

 

O acontecimento da perda de um filho pode, pois, arruinar o equilíbrio emocional e oferece o grande risco do desenvolvimento de patologias do foro psiquiátrico. A morte de um filho na infância, mais que qualquer morte, tem sido descrita como uma espécie de «extração violenta de parte do Ser», como que um «arrancar um pedaço» vital da sua identidade pessoal. Não será por acaso que é também o processo do luto que, de uma forma geral, é o mais prolongado no tempo, independentemente da estrutura de personalidade daquele que sofre. Mesmo evoluindo linearmente, dentro das fases do Ciclo do Luto, algumas manifestações dolorosas, como a tristeza, a culpa, a ansiedade e o medo podem permanecer para toda vida. Apesar de se revelarem em graus mais ou menos elevados, e de se tornarem cada vez menos frequentes, estas manifestações persistem, nunca chegando a desaparecer totalmente.

 

Para um pai ou uma mãe, a morte de um filho sofre-se com a mesma intensidade, seja em qualquer idade que acontecer – seja recém-nascido, um bebê, uma criança, um adolescente, um adulto, ou mesmo um idoso. Os relatos de pais que perderam filhos em diferentes idades assemelham-se. Isto acontece em relação a filhos únicos ou a filhos que pertenciam a uma fratria mais ou menos extensa.

 

Para a família a morte da criança ganha outra significância, por todo o investimento (afetivo, familiar e social) feito nela – do quanto foi, pelos pais, desejada, cuidada, admirada, enfim amada, nos poucos anos que viveu. A perda da criança desorbita as vidas dos seus pais, desestabiliza a sua idealização de felicidade, de relação humana. O planejamento que para esse fim tinham concebido, e para o qual canalizavam a grande maioria das suas energias, entra em ruptura.

Se de uma forma geral a morte de uma criança é sempre um acontecimento abrupto e violento para os seus pais, mais o será quando se trata de uma morte por homicídio. Culturalmente, as crianças são consideradas «os mais inocentes entre os inocentes».

 

O luto por um filho ou por uma criança é geralmente descrita como um dos acontecimentos mais dolorosos da vida de alguém. O sofrimento vivido pelos pais é dilacerante. A morte de um filho, pequeno ou crescido, torna-se assim, em quase todas as culturas, a mais absurda das mortes, aquela a que alguns chamam mesmo “o que fica para além da ordem natural da vida.”

(Fonte: Projeto Caronte, apoio a familiares e amigos de vítimas de homicídio)

 

Pessoas desaparecidas.

Para comunicar o desaparecimento de alguém não é preciso esperar 24 horas. A orientação é procurar a delegacia de Polícia mais próxima ou mesmo pela internet e registrar o Boletim de Ocorrência assim que a ausência incomum da pessoa for percebida. Por exemplo, se a pessoa costuma chegar em casa em determinado horário e não apareceu e nem avisou sobre o atraso, o boletim de ocorrência pode ser registrado.                                                            (Senado Federal)

 

Que Deus nos propicie fortaleza para suportar esta perda e que os pais e a família de Larissa recebam o apoio necessário para continuar a jornada.

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