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Coluna: Direito e Justiça (19/08)

qui, 19 de agosto de 2021 13:08

Dia do Maçom = 20 de agosto:

 

                  História sucinta da Maçonaria em Araguari:

– A história da Maçonaria em Araguari iniciou-se em 12.12.1896, quando foi instalada a Loja Maçônica Philantropia e Trabalho, federada ao Grande Oriente do Brasil – GOB, regularizada em 17.03.1897, recebendo sua Carta Constitutiva nº 0516 e permanecendo em atividade até 21.07.1902.

– Em 16.04.1909 foi instituída a Loja Maçônica Amor e Progresso, federada ao GOB, recebendo a Carta Constitutiva nº 867.

– Em 30.10.1914, foi instituída a Loja maçônica Triângulo Mineiro, federada ao GOB, recebendo a Carta Constitutiva nº 0924;

– Em 02.06.1929, foi instituída a Loja Maçônica Brasil Central nº 10; filiada à Grande Loja Maçônica do Estado de Minas Gerais – GLMG.

– Em junho de 1936, uniram-se as Lojas Maçônicas Triângulo Mineiro e Brasil Central nº 10, constituindo a Loja Maçônica União Araguarina, nº 0924, federada ao GOB, que, em 04.06.1936, empossou a sua primeira Diretoria e conservou a Carta Constitutiva nº 0924, datada de 1914.

– Nas décadas seguintes, foi instituída a Loja Maçônica Fênix 56, em 22.02.1975, e reerguida a Loja Maçônica Brasil Central nº 10, em 28.05.1983, ambas filiadas à Grande Loja Maçônica do Estado de Minas Gerais.

– Em 19.08.2006, foi instituída a Loja Maçônica Philantropia e Trabalho 3794, federada ao GOB e jurisdicionada ao GOB/MG,

– No Oriente de Araguari, inserem-se ainda no âmbito maçônico o Capítulo 202 da Ordem DeMolay, mantido diretamente pela Loja Maçônica Brasil Central nº 10 com o auxílio das demais, bem como a Fundação Maçônica de Araguari, instituída e mantida pelas Lojas, as quais também administram em conjunto o Abrigo de Idosos Cristo Rei.

 

A Maçonaria, os Maçons e a Bandeira:

 

A Maçonaria Brasileira, seguindo a tradição da Maçonaria Universal, não permite nos seus Templos, Oficinas ou Lojas, as discussões religiosas ou político-partidárias proselitistas, ou sectárias, respeitando de forma absoluta a livre expressão do pensamento individual, a liberdade das consciências, as livres convicções intelectuais e filosóficas dos seus integrantes. Exigem-se do Maçom, no entanto, a crença em um Ente Superior ou Supremo (DEUS, o Grande ou Supremo Arquiteto, ou Geômetra, do Universo), na prevalência final do espírito sobre a matéria, enfim, na imortalidade da alma ou do espírito após o término da vida física ou terrena.

 

Maçonaria não é religião, nem faz apologia ou crítica dessa ou daquela crença, não é partido político, não é sindicato, não é hospital, não é asilo, não é empresa, não é comércio, mas tem como um dos seus objetivos primordiais a pratica, com discrição e sem intuito de reconhecimento, da benemerência e da filantropia, patrocinando ainda constantes estudos de cunho moral, intelectual e filosófico, capazes de permitir o progresso e o aperfeiçoamento completos do ser humano, pondo-o em contato com o seu Criador.

 

 

A Ordem Maçônica não é panteísta e não admite panteões. Trocando em miúdos, a Maçonaria não admite, no âmbito dos seus trabalhos,, a exposição ou o mostruário de deuses, de santos ou de profetas. No entanto, uma Loja Maçônica pode e poderá seguir a orientação religiosa majoritária dos seus membros; entre nós, essa orientação, por ser a da maioria, é a cristã, não importando a vertente seguida pelo Maçom em sua vida particular.

 

 

Objetivando evitar e até mesmo rechaçar algumas habituais, grosseiras e ignorantes acusações caluniosas, difamatórias ou injuriosas, preciso acrescentar que, nas Lojas Maçônicas do Brasil, temos a Bíblia Sagrada, um livro judaico e cristão, colocada respeitosamente em local de absoluto destaque, como poderia ser o Alcorão, os Vedas e outros livros sagrados, conforme fosse a maioria dos Irmãos e o país.

 

 

Consequentemente, por não ser a Maçonaria uma religião, culto ou seita, não existem quaisquer imagens, mas orações ou preces, nos momentos adequados, são admitidas e feitas. Há, sim, espalhados pelo interior da Loja, instrumentos de trabalho, os quais são simbólicos, emblemáticos e próprios da profissão de pedreiro, até mesmo porque a Ordem Maçônica teve sua origem próxima nas guildas ou corporações de ofício da Idade Média, especialmente naquelas dos chamados pedreiros-livres (freemason em inglês e franc maçon em francês).

 

 

 

A Maçonaria desgarrou-se totalmente das corporações de ofício no decorrer do Século XVIII, mantendo os símbolos do trabalho corporativo do pedreiro, mas tornando um cunho especulativo e filosófico, espraiando-se da Inglaterra para o mundo todo, combatendo incessantemente a tirania, a opressão, a superstição e a ignorância onde quer que fosse, possuindo muitos mártires advindos dessa sua luta já secular.

 

 

A Maçonaria, em suas reuniões, luta incessantemente pela formação e manutenção do que chamamos de “egrégora”, ou seja, um laço de energia positiva que se forma e se expande em decorrência das energias boas e fortes emanadas dos Maçons presentes, podendo até mesmo abarcar o mundo todo e todos. Resumindo: a Maçonaria e o Maçom vivem pela virtude e almejam obter o bem geral, que buscam e querem alcançar pelo aperfeiçoamento e evolução pessoal e moral constantes, exercendo plenamente os seus deveres para com Deus, o mundo , o país, a sociedade a família e consigo mesmo.

 

 

A Maçonaria, hoje, não se intromete na política partidária, embora os Maçons possam candidatar-se e eleger-se, nem defende ou ataca governos e governantes, respeitando as leis de cada País e os seus costumes salutares. Pugna pela Justiça, pela Legalidade e pela Legitimidade, tendo como seu lema maior o princípio ancestral da “Igualdade, da Liberdade e da Fraternidade”, enfim, o princípio universal de que todos os seres humanos, quaisquer que sejam, nascem iguais em direitos e deveres e que, ao longo das suas vidas, devem ter respeitada a sua dignidade e usufruir de iguais oportunidades de ascensão pessoal, profissional, social e cultural.

 

 

Por isso, reverenciam-se, em todas as Lojas Maçônicas os símbolos nacionais dos respectivos países e, no que diz respeito ao nosso País, o Brasil, honram-se especialmente o Hino Nacional Brasileiro e a Bandeira do Brasil. Em todas as sessões maçônicas solenes ou magnas entoam-se o Hino Nacional do Brasil e o Hino à Bandeira, desfraldando-se o pavilhão auriverde. No âmbito do Grande Oriente do Brasil – GOB, ao qual me integro, através da minha Loja União Araguarina nº 0924, recitam-se, com respeito altaneiro, as seguintes palavras em honra à bandeira

 

 

            Bandeira do Brasil,

                        Que acabas de assistir aos nossos trabalhos,

                        Inspira-nos, sempre, com a tua divisa “Ordem e Progresso”,

                        Fonte asseguradora da fraternidade e da evolução,

Ideais supremos da humanidade na marcha infinita através dos Séculos e, rescebe,

Dos Obreiros aqui reunidos, o compromisso de fidelidade maçônica

No serviço dos supremos interesses do grande País

De que és Símbolo Augusto,

Pleno de generosidade e de nobreza

 

                                                           Araguari – MG, 17.08.2021.

*Rogério Fernal .`.

 

Dia 20 de agosto. Por quê?

 

Ninguém pode negar, sem cometer injustiça e parcialidade – que a Maçonaria Brasileira teve relevante participação em acontecimentos cruciais da História do Brasil. Basta que fiquemos com apenas dois desses notáveis eventos históricos: a Independência do Brasil, formalmente proclamada em 07 de setembro de 1822, e a instauração da República em 15 de novembro de 1889.

Para comprovar a participação maçônica na linha de frente, basta ressaltar que tanto o Imperador Dom Pedro I quanto o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, ambos, foram Maçons ativos e freqüentavam suas respectivas Lojas.

 

Por que o dia 20 de agosto veio a ser escolhido como o “Dia do Maçom” e não outro qualquer? O que houve naqueles idos de 1822, antecedendo de poucos dias a nossa definitiva separação política de Portugal?

 

De acordo com a história maçônica brasileira, no dia 20 de agosto de 1822, aconteceu uma sessão histórica entre as Lojas Maçônicas Comércio e Artes e União e Tranqüilidade, na Cidade do Rio de Janeiro.

 

Na ocasião, o Maçom Joaquim Gonçalves Ledo teria feito um discurso emocionante e inspirador, pedindo a independência total do Brasil ainda naquele ano, destacando que já eram insuportáveis as condições que as Cortes Portuguesas queriam impor ao nosso país, incluindo o rebaixamento do Brasil de Reino unido ao de Portugal e Algarves à sua anterior e interior condição de colônia.

 

A ideia de Gonçalves Ledo foi aprovada por unanimidade pelos Maçons presentes naquela reunião e foi registrada na Ata do Calendário Maçônico, no 20º dia do 6º mês do ano da Verdadeira Luz de 5.822. Essa data, convertida para o calendário gregoriano (o que é usado na maioria dos países ocidentais) seria equivalente ao dia 20 de agosto de 1822. Eis o motivo.

 

 

Deve-se lembrar que o então Príncipe Regente achava-se em viagem a São Paulo, tendo ido de navio até Santos e subido a cavalo (ou por mulas) a Serra do Mar para alcançar o Planalto de Piratininga e a então pequena e modesta Cidade de São Paulo. Os problemas políticos já eram muitos e ameaçavam sair do seu controle: no ano anterior, seu pai, o rei Dom João VI, fora coagido a retornar a Portugal; houve o Dia do Fico em Janeiro de 1822; tropas portuguesas afrontavam sua autoridade; nas província, havia distúrbios e era preciso assegurar quem era leal e quem não era. Aqui e por aqui, não me interessam os bastidores da História tais como assuntos de alcova.

 

A Maçonaria cuidou de repercutir a reunião, contando com o apoio uníssono do povo brasileiro, bem como o da Princesa Leopoldina e o de José Bonifácio de Andrada e Silva, Cartas e documentos, inclusive maçônicos, em caráter de urgência, alcançaram o Príncipe Regente às margens do Riacho Ipiranga. De sua leitura, Dom Pedro percebeu imediata e claramente que as Cortes em Portugal mantinham seu pai como prisioneiro de fato e tiravam, do pai e do filho, todo poder e autoridade, exigiam sua volta imediata à Europa, pretextando viagens por diversos países e estudos.

 

Enfim, resumindo e para finalizar, Dom Pedro I pode ser acusado de tudo: autoritário, tirano, sedutor, mulherengo, mas não de tolo ou ingênuo. Disso não. A ele devemos, sim, a nossa independência e a manutenção da integridade territorial do Brasil. Reagiu à altura daquele momento histórico e, sendo verdade ou não, suas palavras entraram para a História do Brasil, mais ou menos assim:

 

– Companheiros, Portugal quer mesmo escravizar o Brasil Para nós, nada mais resta esperar. O Brasil deve separar-se de Portugal. Laços fora, soldados! Independência ou Morte!

 

E a Maçonaria do Brasil estava ali com ele, pois estava nele.

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