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“CLI da Caçamba” prossegue com investigações

qui, 26 de março de 2015 00:31
Plenário da Câmara continua sendo palco de investigações da CLI. Foto: Gazeta do Triângulo

Plenário da Câmara continua sendo palco de investigações da CLI. Foto: Gazeta do Triângulo

DA REDAÇÃO – A CLI (Comissão Legislativa de Inquérito) continua obtendo informações por meio de depoimentos de testemunhas, para averiguar a veracidade da prestação de serviço realizada pela empresa Disk Caçamba à prefeitura, no valor aproximado de R$ 600 mil.

Nesta segunda-feira, 23, os vereadores ouviram o depoimento do empreiteiro Juliano Reis, que voltou a afirmar que a administração de Raul Belém (PP) sabia de tudo, inclusive é responsável pelo pagamento de R$ 140 mil aos motoristas. Dois deles: Diego Seidensteicker e Clayton Cristóvão Cursino foram ouvidos na manhã desta quarta-feira, 25.

Apesar dos depoimentos serem abertos a comunidade, os vereadores anunciaram que o segundo a depor não poderia ouvir a versão do primeiro, com o objetivo de evitar influência nas respostas, conforme solicitado pelo Sub-procurador do município Sandro Borges Amorim, que acompanha os depoimentos na Câmara, ao lado do advogado da prefeitura Nílvio de Oliveira Batista.

De acordo com o primeiro depoimento, concedido por Diego, o combinado com o empreiteiro Juliano Reis no início de 2013 era a realização de 409 viagens no valor de R$ 50 cada. Segundo informou, o pagamento com o desconto de 20% ocorreu no mês de julho. “Passava de 11 horas da noite quando me ligaram para receber. Era numa residência localizada no bairro Amorim. Recebi 15 mil reais em espécie, das mãos de Uguney Carrijo, ex-secretário de Serviços Urbanos. Achei estranho não ser das mãos de Juliano, pois fui contratado por ele. Neste dia encontrei mais cinco pessoas que disseram também que estavam lá para receber. Assinei o recibo e fui embora. Disseram que a diferença seria paga depois pela prefeitura, o que não aconteceu”, declarou.

O motorista contou que há dez anos tem amizade com o empreiteiro e os seus serviços foram prestados nos meses de fevereiro até maio de 2013. “Juliano disse que se tratava de uma prestação de serviços por meio de contrato emergencial”, detalhou.

Os serviços realizados pelos dois motoristas são referentes à limpeza e ao cascalhamento em vários bairros da cidade. Ambos disseram que não foram acompanhados por secretário municipal na execução dos trabalhos. Conforme acrescentaram, a maioria dos caminhões e equipamentos era locada pelo empreiteiro, que enviava apontadores para acompanhar os serviços.

As testemunhas responderam que supostos funcionários da prefeitura somente levavam as ordens de serviços, e garantiram que não houve fiscalização durante a prestação de serviço.

Clayton, o segundo a depor, disse que recebeu o pagamento de R$ 9.600 referente a 369 viagens, no valor de R$ 50 cada. O seu contrato foi assinado em fevereiro de 2013. “Trabalhei de quatro a cinco meses. Deveria receber 12 mil reais com o desconto do óleo, fornecido por Juliano”, acrescentou.

Diferente do primeiro motorista, o recebimento do dinheiro aconteceu na empresa Construfácil, de propriedade de Uguney Carrijo, também no mês de julho.

Tanto Diego quanto Clayton disseram acreditar que todos os outros motoristas receberam com o desconto de 20% do combinado. “Mesmo com a diferença, aceitei a quantia. Até porque achei que não ia receber nada”, resposta semelhante entre os dois depoimentos, quando os motoristas foram indagados sobre o recebimento, mesmo sendo em quantia inferior.

Próximos depoimentos

Os vereadores darão continuidade à coleta de depoimentos nesta segunda-feira, 30, com a presença de duas testemunhas, dentre elas, Jander Patrocínio, Diretor do Canil Municipal.

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