Centenário do escritor araguarino Geraldo França de Lima
ter, 4 de março de 2014 00:01TALITA GONÇALVES – “De Araguari o que mais ficou no meu coração foram seus campos repletos de gabiroba, pitanga, pequi a as frondosas árvores de jatobá, e também seus grandes ribeirões: o Jordão, o Piçarrão, o Taquaral de cujas águas claras como as do mar até hoje tenho saudade…”. Geraldo França de Lima lembrava com carinho da infância em sua terra natal, principalmente das paisagens. A natureza era a musa inspiradora de suas obras, como Nó Cego, Branca Bela, Rio da Vida e Serras Azuis. Esta última, adaptada para a televisão em uma novela homônima da Rede Bandeirantes, em 1998.
Nascido em 24 de abril de 1914 e falecido no dia 22 de março de 2003, na cidade do Rio de Janeiro, um dos filhos mais ilustres do município tinha paixão pelas letras. Recebeu diversos prêmios literários e conquistou reconhecimento fora do país. Talvez tenha herdado esse dom da mãe, Dona Corina (primeira professora concursada pelo Estado de Minas Gerais a atuar na cidade de Araguari).
Para completar seus estudos, deixou a casa dos pais aos 15 anos, rumo à Barbacena. Ainda jovem, fundou naquela cidade em 1933 o Kepi, um jornal de poesias. Conheceu Guimarães Rosa um ano depois, enquanto vendida assinaturas para seu tablóide. Se não fosse por essa amizade, talvez as obras de Geraldo França de Lima não teriam vindo a público. Algumas, nem escritas.
Em 1933 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou no curso de Direito e trabalhou como jornalista no Correio da Manhã e A Batalha. Cinco anos depois, advogou por um breve período em Araguari e depois foi para Belo Horizonte.
A política também lhe despertava fascínio. Ainda garoto, lutou na revolução de 30. Em 1945, ajudou a fundar o Partido Social Democrático em Minas Gerais. Chegou a ser assessor de Tancredo Neves, nos anos 50, e secretário particular de JK, em 1961.
Antes disso, porém, Geraldo França começou a dar aulas no Colégio Pedro II e na Faculdade de Letras da UFRJ, em 1958. Nessa época, aos 44 anos, passou a escrever, mas não mostrava para ninguém. Temia críticas, principalmente de Guimarães Rosa.
Rosa viu o romance na biblioteca dele e sem avisar, levou-o para ler. Para a surpresa do araguarino, ele elogiou o trabalho. Sugeriu o título “Serras Azuis”, e incentivou sua publicação. Assim foi feito e em 1961, o livro lhe valeu sucesso entre o público, elogios da crítica e também do Jornal New York Times dos Estados Unidos, além de premiações. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em novembro de 1989, onde passou a ocupar a cadeira 31.
Geraldo França perdeu totalmente a visão em 1992. Desde então, escrever se tornou seu passatempo favorito. Com a ajuda da esposa, Lygia Bias Fortes da Rocha França de Lima, escreveu quatro de seus 12 romances. “Se enxergasse, estaria batendo recordes,” brincava ele.
A prefeitura de Araguari e a Faec- Fundação Araguarina de Educação e Cultura homenagearam o ilustre araguarino. O Programa Municipal de Incentivo à Cultura – PMIC, criado em 2007, recebeu seu nome.
FONTE: Arquivo Histórico Dr. Calil Porto e blog Portal de Araguari
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