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Casos e histórias pitorescas de Araguari

sáb, 7 de fevereiro de 2015 00:00

abertura Cantinho do Mário
O pai do Zé era proprietário de uma fazenda cuja sede ficava às margens do rio Paranaíba, era uma daquelas construções rústicas, enormes portais das janelas e portas lavradas a machado; o chão era de tábuas corridas. E o que era pior, tinha a fama de ser assombrada.

Estávamos ainda servindo o Exército quando ele me convidou e mais quatro amigos, para passar um fim de semana regado a churrasco e umas cervejas geladas.

Subimos na carroceria do caminhão Chevrolet e fomos. Ao chegar observei o lugar. Era lúgubre. O Cícero foi conosco, um sujeito impressionado com assombrações e coisas do gênero, e durante a viagem o Zé cuidou de encher sua cabeça de besteiras referentes a aparições.

Não havia energia elétrica e logo escureceu. Depois do jantar improvisado,  comemos uns biscoitos doces que eu havia levado e  fomos dormir no quarto dos peões.

Lá pelas 21 horas começou o circo dos horrores. Era um barulho incrível que se arrastava por todo o quarto com direito a guinchos, gritinhos roucos e outros barulhos fantasmagóricos, mas era só acender um fósforo e o silêncio se fazia, acabava a luz a anarquia recomeçava.

O Cícero fazia o sinal da cruz repetidamente, cobriu a cabeça, tremia e rezava sem parar. Depois de uma hora mais ou menos, o barulho cessou e pudemos dormir. No outro dia olhei debaixo da cama e compreendi o motivo da bagunça, havia um saco de biscoito todo mordido e vazio. Falei com o Zé sobre o assunto e ele deu aquele sorriso e disse:

“- Foram as ratazanas brigando pelo biscoito, eu é que joguei.”

O cara era sacana de todo tanto.  O Cícero foi embora a pé.

Quem não tem dinheiro…

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