Cantinho do Mário – Manuel da Cruz Póvoa
sáb, 19 de outubro de 2019 05:10Nascido em 1899, na pequena cidade de Cordinhã, conselho de Cantanhede, distrito de Coimbra, filho primogênito de Antônio da Cruz Silvestre e Mariana Marques Póvoa.
Viveu uma infância pobre e de muita dificuldade, ajudando os pais desde muito jovem no sustento da família, nunca frequentou uma escola, foi autodidata, pois aprendeu sozinho a ler e a escrever.
Aos 14 anos, juntamente com a família, embarcou em um navio com destino ao Brasil, que era visto pelo mundo como a terra de muita fartura. Nesta ocasião a família era composta pelo casal e cinco filhos, que desembarcaram em Santos, sem saber como se acomodariam. Logo surgiu uma oferta de emprego para trabalharem na colheita de café, no interior de São Paulo e para lá eles foram. Trabalhavam de Sol a Sol para conseguirem o seu sustento.
Passados alguns meses, seu pai Antônio (que era serrador em Portugal) recebeu uma proposta para trabalhar como serrador de dormentes na companhia Mogiana e para tanto teriam que se deslocar para a cidade onde terminava a rede de trilhos da companhia. Rumando assim a família, para a cidade de Araguari.
Com este emprego e com a ajuda da mulher que plantava verduras, seu pai conseguia sustentar a família. O menino Manuel vendia as verduras em uma carroça pelas ruas da cidade. Nesta altura se podia perceber o seu tino comercial. Conquistava a freguesia e era chamado de o portuguesito.
Com o passar dos tempos a família conseguiu adquirir uma chácara nos arredores da cidade, na antiga rua das Flores, onde plantavam verduras. Nesta ocasião Manuel Póvoa começou a trabalhar como caixeiro viajante em uma empresa chamada L. França & Cia., fazendo vendas em algumas cidades próximas e conquistando muitas amizades.
Depois de algum tempo resolveu se estabelecer por conta própria, fundando a Casa Serrador, um armazém de secos e molhados situado à esquina da rua Marciano Santos e avenida Tiradentes, no mesmo prédio onde hoje funciona um centro comercial. Ao lado existia uma olaria onde ele fabricava tijolos.
Em 1942 arrematou em um leilão, uma pequena propriedade rural que margeava os trilhos da Companhia Mogiana e se estendia até a capelinha de Fátima, e por outro lado confrontava com rua Dona Cesária indo até a Chácara Sinhazinha.
Nesta época, resolveu que iria se mudar para a área e traria consigo sua olaria e transformaria a sua atividade comercial em venda de materiais para construção, abrindo em anexo uma serraria e marcenaria. Começando assim uma nova jornada.
Casou-se com Antônia Luiza Pereira, com quem teve nove filhos: Mariângela; Marizete; Marionita; Silvestre; Silvano; Marizilá; Silvio; Mariantônia e Marilene.
Com o passar do tempo, aquela área adquirida e o convívio com sua família foram se tornando mais e mais importantes para ele. Ali reservou um espaço, onde plantou um pomar e cultivava suas verduras e legumes, fazendo disso seu lazer predileto.
Começou a construir casas ao redor da sua, onde abrigava seus funcionários, sendo que algumas eram destinadas à venda em longo prazo, permitindo com isso que pessoas com baixa renda pudessem conseguir sua casa própria.
Sentiu então, a necessidade de fazer infraestruturas, como abrir ruas, fazer redes de água e esgoto, poços artesianos, calçamentos e redes elétricas. Nesta ocasião se considerava um Brasileiro, Araguarino de coração que acreditava ser importante a sua contribuição para o desenvolvimento da cidade que o acolheu com tanto carinho. Recebeu o título concedido pela Câmara Municipal de “Cidadão Benemérito”.
Dono de um coração magnânimo, quando procurado por instituições de caridade, estava sempre pronto a ajudar com doações de terrenos para projetos de filantropia; não fazia distinção entre credos e raças e várias doações foram feitas: doou para AME (Aliança Municipal Espírita) a área onde hoje funciona o Educandário Espírita; doou também para os padres franciscanos que construíram uma escola junto à igreja de Fátima; doou aos evangélicos que construíram uma igreja na avenida Bahia. E assim a cidade foi crescendo e formando esse belo bairro Industrial, uma das regiões mais nobres de Araguari.
Manuel Póvoa morreu em setembro 1981 e o maior legado que deixou a seus filhos foi o ensinamento contido na frase que ele sempre repetia: -“O trabalho honesto e persistente é a base da riqueza e da felicidade”.
Quer saber mais, pergunte para a Marionita que gentilmente, nos passou este texto. Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis. Manuel da Cruz Póvoa, um homem de bem.
Um super abraço a seus descendentes. Araguari deve muito a ele.
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ola boa noite estou a procura da historia do meu pai Gabriel marques filho de Jose marques povoa e maria angelica de jesus ele nasceu em 1903 morou muito tempo em araguari visto que sua família tem o mesmo sobrenome povoa e vieram da mesma localidade de Portugal cordinhã meu pai morou muito tempo ai em araguari gostaria de saber se vc ouviu falar dele desde já agradeço.
Aqui em Araguari tem pessoas que tem esse sobrenome. Eu já estudei com um garoto, cujo sobrenome era Marques Póvoa, só que a alguns anos atrás ele faleceu em um enduro, mas deixou a esposa, filhos. Talvez podem ser dá sua família. Já o senhor Manuel Póvoa era daqueles que a cidade inteira conhecia, era um grande empresário, família tradicional.
sou sobrinho do finado manuel póvoa,filho do seu irmão ALVARO CRÚZ PÓVOA,mas saimos de araguari em 1960. ainda me lembro da caminhonete verde que o tio manoel tinha…saudades
vanderlei marques, me envie um email, sou bisneto do Gabriel Marques, abezerrasantos@gmail.com