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Cantinho do Mário – Farid Calixto

sáb, 22 de outubro de 2016 05:39

Abertura-cantinho

A trajetória histórica do mocoquense Farid Calixto, que adotou a cidade de Araguari ainda em tenra idade, nos idos de 1930, como sua segunda terra natal, é motivo de admiração e gratidão por todos aqueles que fizeram parte de sua formação e conheceram um pouco mais da sua luta visando essa região que o acolheu como filho. “Seu Farid”, assim chamado carinhosamente, dedicou 75 anos de sua existência à comunidade araguarina, sendo 50 anos voltados especialmente ao Distrito de Amanhece, onde escrevera a maior parte de sua história com muito  comprometimento, trabalho e amor àquela terra, como cidadão, agricultor, comerciante e membro efetivo nas lutas pelas políticas públicas em favor da zona rural de Araguari.

Farid Calixto

Farid Calixto

Nasceu  aos 21/05,1924, o pequeno Farid Calixto, filho de João Calixto e Eliza que viria, mais tarde, constituir família nas terras das Minas Gerais, no Triângulo Mineiro.

Aos seis anos de idade, pelos trilhos da antiga Mogiana, o menino Farid Calixto desembarcou na estação ferroviária de Araguari para aqui se radicar acompanhando seus pais que vieram em busca de trabalho. Senhor João Calixto, grande trabalhador das antigas e pioneiras indústrias de beneficiamento de cereais existentes à época na cidade conduziu o filho para o mesmo ofício.

Seu primeiro trabalho foi a convite do amigo da família, o libanês Skaf Kalaf, empresário bem sucedido à época, como caixeiro viajante.

Ainda bem moço, de trabalho garantido, no ano do término da segunda guerra mundial, aos 21 anos de idade, resolveu se casar com a Sra. Josefina, com quem teve três filhas: Elisa, Sueli e Maria de Fátima.

Em 1956, após ter ficado viúvo, aos 32 anos de idade mudou-se para o distrito de Amanhece e se casou novamente, com a Sra. Maria Alves Calixto com a qual teve dois filhos, Farid Júnior e Nilo. Em virtude de seu coração bom e da grande harmonia que reinava entre o casal Farid e Maria Alves adotaram um filho, Tarcísio, que passou a ser o menino do coração tamanho amor e companheirismo no ciclo familiar.

Em Amanhece montou uma “Máquina de Arroz”, como assim era chamado e permaneceu com sua firma por mais de 30 anos beneficiando e comercializando arroz para toda a população da região.

Com seu jeito carismático, comunicativo, gentil, sempre sorridente e uma educação irretocável esmerada na formação familiar recebida, ao longo dos anos foi angariando duradouras e saudáveis amizades formando um grande grupo de amigos.

Quando do auge das grandes lavouras de maracujá na região, perspicaz como sempre, mudou de ramo de trabalho se engajando de corpo e alma na terra sendo um dos pioneiros na implantação dessa cultura no Município de Araguari. Graças ao seu trabalho, dedicação e esforço incomum foi destaque, à época, por ter plantado a maior lavoura de maracujá do Estado de Minas Gerais.

Após a repercussão do plantio de maracujá, mais uma vez, em virtude de sua visão empreendedora e de seu tino para o comércio montou uma padaria no Distrito de Amanhece, sendo que, além do pão quentinho, do famoso pão de queijo, sempre o primeiro produto a oferecer a seus clientes era o sorriso largo do “Seu Farid” que sempre recebia a todos com um cafezinho passado na hora e um excelente “dedo de prosa”.  Com o tempo, a Padaria do “Seu Farid” se tornou um ponto de parada obrigatória para todos aqueles que passassem pelo Amanhece. Ali era o local de uma boa prosa e do tradicional café com pão de queijo, não se esquecendo dos assuntos de grande relevância que envolviam a política local. O seu carinho para com todos, seu conhecimento e experiência forjados de uma luta sem igual na lida do campo e da cidade o transformaram num cidadão ilustre e de grande respeito na região.

Lado a lado com sua companheira inseparável, Dona Maria, nascida em 1940, natural de Amanhece, de onde nunca se mudou, mulher inteligente e sábia, criou seus seis filhos e inúmeros netos e bisnetos deixando um legado de grandes feitos para as novas gerações que se formaram no âmbito da família.

Em 2005, aos 81 janeiros, “Seu Farid” retornou para o Oriente Eterno, deixando além da saudade imensa de seus entes queridos, um exemplo fantástico de gentileza, de carisma, de companheirismo e de sabedoria a todos aqueles que tiveram o prazer de conhecê-lo e a honra de conviver com esse ilustre ser humano. (Texto de Edmar Cesar).

O Farid era tudo isso e muito mais, fazem falta homens como ele. Um abraço onde estiver.

CASOS E HISTÓRIAS PITORESCAS DE ARAGUARI

O Zé tem uma loja de móveis que vem progredindo muito, por necessidade, teve de viajar e, para não fechar  pediu ao seu sogro com oitenta e nove anos de idade que fizesse companhia ao seu filho de quinze, que tomaria conta do negócio.

Assim que voltou, perguntou ao filho:

“E aí campeão como foi o dia, venderam muito?”

O jovem fez uma cara de desconsolo e pediu:

“-Da próxima vez deixa eu sozinho.”

Desconcertado o Zé perguntou a razão de tal pedido:

“-Pai,  os amigos do vovô foram todos pra lá, passaram o dia conversando, jogando dama, tomando café e atrapalhando o atendimento aos clientes e ainda fizeram uma sujeira danada que tive de limpar, ninguém merece..”

Quem não tem dinheiro…

(O zé contou o milagre mas não disse o nome do santo)

MÁRIO F. S. JÚNIOR

1 Comentário

  1. maria de fatima disse:

    Me emocionou muito o texto narrando sobre a vida de papai com tanta riqueza de detalhes. Agradeço de coraçao homenagem tao linda. So nos da orgulho ser filhoss de tao grande homem. Obrigada

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