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BATALHÃO MAUÁ – 84 anos construindo o Brasil

sex, 29 de julho de 2022 09:06

Edmar César

 

O 2º Batalhão Ferroviário – Batalhão Mauá – conceituada Unidade de engenharia do Exército Brasileiro, comemora, neste dia 29 de julho, 84 anos de profícuos trabalhos voltados à construção do Desenvolvimento Nacional.

A atuação eficiente do Batalhão Mauá, ao longo de mais de oito décadas, como parte da engrenagem do Sistema de Obras de Cooperação da Engenharia Militar Brasileira muito contribuiu para a Nação ao construir inúmeras obras rodoferroviárias em dez Estados do território nacional.

Neste ano do bicentenário da Independência do Brasil o Batalhão Mauá mantém vivas as chamas da têmpera de aço e do espírito de abnegação e pioneirismo de seu insigne Patrono, Irineu Evangelista de Souza, um dos maiores homens inscritos no Panteon da história do Brasil – o Visconde de Mauá –.

A história dessa Organização Militar pioneira do Exército na construção do Tronco Principal Sul – importante artéria de transportes do Sistema Ferroviário Nacional – inicia nas primeiras décadas do século XX quando foi instalado, em 29 de julho de 1938, na progressista cidade de Rio Negro no Estado do Paraná.

Com um grupo de onze oficiais e dezessete praças transferidas de outras Unidades da Arma Azul Turquesa movido tão somente pela vontade e pelo comprometimento com a primeira missão ferroviária recebida, nascia ali, naquela cidade, num antigo casarão, o 2º Batalhão Ferroviário que, posteriormente, transferiu para sua sede própria construída pelos próprios militares e servidores civis da Unidade.

No Sul do País, iniciou sua luminosa epopeia, construindo inúmeras casas para seus servidores com toda a infraestrutura necessária, pois o homem sempre foi o seu maior patrimônio. Edificou vilas que se transformaram em povoados, distritos e até mesmo em municípios. Construiu escolas, postos de saúde, clubes de lazer, usinas. Transformou aquela paisagem do Sul, preservando matas e florestas, abrindo estradas que foram cobertas pela terra roxa da região e pelos trilhos do progresso.

Com o farol norteado por três escopos: servir a Pátria com o máximo de seus esforços e devoção, tornar-se digno do Exército Brasileiro e procurar engrandecer a nobre Arma de Engenharia, o Batalhão Mauá venceu e superou todas as adversidades encontradas, em especial as de ordem financeira, fazendo chegar, bravamente, a ponta dos trilhos em Lages-SC, no Km 292, em 28 de dezembro de 1963. A missão do Batalhão Mauá estava cumprida e já se preparava para novos desafios.

Não tardou muito e, em 1964, a Unidade foi chamada para integrar a Capital Federal – Brasília-DF – ao Sistema Ferroviário Nacional e, em 10 de maio de 1965, desembarcou com sua tropa na antiga estação da Estrada de Ferro de Goyaz, em Araguari.

Paralelamente à construção da nova sede do Batalhão no Triângulo Mineiro, outras obras foram edificadas e várias equipes destacadas para darem início à nova missão – Trecho Ferroviário Pires do Rio a Brasília – com 230 km de extensão. Instalou suas Companhias: de Construção, de Equipamento de Engenharia, de Avançamento e Exploração em pontos estratégicos em Araguari, Pires do Rio, Ipameri e em Surubi.

Dentro do cronograma de trabalho estipulado, finalmente, no dia 14 de março de 1967, véspera da passagem do governo do Marechal Castelo Branco para o Marechal Costa e Silva, o 2º Batalhão Ferroviário cumpriu sua primeira missão no Planalto Central Brasileiro, pois, estava pronta a ligação férrea Pires do Rio – Brasília possibilitando que o trem de ferro apitasse pela primeira vez na Estação Ferroviária de Bernardo Sayão na nova Capital da República.

Sem medir esforços e sem descanso prossegue em novas missões assinalando sua capacidade técnica na construção das fitas de aço e novas incumbências lhe são atribuídas. De Uberlândia a Araguari havia os trilhos da Companhia Mogyana de Estradas de Ferro e de Araguari a Pires do Rio, os trilhos da Estrada de Ferro de Goiás, ou seja, de Uberlândia a Pires do Rio o trecho existia há anos e precisava ser reconstruído com técnicas modernas de engenharia, cabendo ao Batalhão Mauá o projeto e a construção de um novo traçado.

Em 31 de março de 1980, composições ferroviárias se encontraram na região da ponte sobre o rio Paranaíba onde foi realizada a solenidade da conclusão e inauguração do trecho ferroviário Uberlândia–Brasília, com 469 km de extensão. Na oportunidade, foi estabelecido o fluxo ferroviário para Brasília, vindo de São Paulo e Belo Horizonte. No trecho majestosas pontes e imponentes viadutos foram erguidos, cortes imensos rasgaram as serras e longos túneis brotaram do solo dando vida à EF-050.

Ao longo dessa grande e vitoriosa jornada de trabalho do Batalhão Mauá surgiram várias outras obras: Ferrovia Araguari-Celso Bueno, com dormentes de concreto construídos pelo próprio Batalhão Mauá na EF-045; ligando extremos na Ferrovia Norte-Sul com a construção de várias pontes, retorno ao Sul e a construção de trecho da Estrada de Ferro Paraná-Oeste – Ferroeste – a ferrovia da soja.

Com a concepção de construir ferrovias na região Sul do país, o Governo Federal criou o 2º Batalhão Ferroviário que, com sua capacidade de trabalho foi muito mais além. Nesses 84 anos de existência, ampliou a capacidade de sua Organização Militar, passando a atuar em obras diversas de grande porte com eficiência ímpar e produtividade reconhecidas em todo o território nacional.

Os grandes feitos do Batalhão Mauá estão espalhados pelos vastos rincões no Brasil afora em seus mais de 1.115 km de ferrovias, 389 km de rodovias, 9 km de pontes e viadutos, 9 km de túneis, 27estações ferroviárias, 28 postos telegráficos, 1 aeroporto, 3 aeródromos, 3 quartéis, dezenas de escolas de formação, o Centro de Instrução de Engenharia – CI Eng, o Núcleo Preparatório de Oficiais da Reserva – NPOR/Mauá, o Centro de Formação de Condutores – CFC, a formação de milhares de jovens, a valorização e o aprimoramento de seus integrantes.

Hoje, o Batalhão Mauá, comandado pelo Coronel Sérgio Róger TORRES, recebe os cumprimentos de todos os araguarinos, pelos 84 anos construindo o Brasil!

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