Da Redação

Última negociação ocorreu no dia 15 desse mês

A greve dos bancários em Araguari completa treze dias nessa quarta-feira, 21. A última negociação entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ocorreu na quinta-feira, 15, e os bancos mantiveram a proposta.

De acordo com o diretor financeiro do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Araguari e Região, Paulo Roberto Gonçalves Dias, o atendimento à população nos bancos está bastante reduzido. “A greve está se tornando incômoda para a população, pois os trabalhadores querem levantar o FGTS e o seguro desemprego, mas a Caixa Econômica Federal não tem como atender à demanda”.

Compensação de depósitos está mais lenta e o limite de saque nos caixas eletrônicos foi reduzido em alguns bancos

O diretor comenta que a população tem questionado o sindicato em relação aos 30% de serviço, garantidos por lei. “Nós entendemos que o funcionamento dos caixas eletrônicos, casas lotéricas e correios equivalem a essa porcentagem. Os serviços que dependem da entrada na agência não estão sendo prestados. Em alguns casos, a Caixa Econômica está montando uma fila de espera, para que essas pessoas recebam assim que os serviços forem retomados, mas, por enquanto, não é possível atender a todos. É um transtorno, mas, infelizmente, os banqueiros estão irredutíveis e, a cada dia, a situação vai se agravando”.

Algumas operações podem ser realizadas no caixa eletrônico, como agendamento e pagamento de contas (não vencidas) saques, emissão de folhas avulsas de cheque, depósitos em dinheiro ou cheque, consulta e retirada de saldo/extrato, transferências, saques de benefícios sociais, bloqueio e desbloqueio de cartão, empréstimo pessoal (CDC) resgate de investimento e solicitação de débito automático. “A compensação dos depósitos está sendo mais lenta e o limite dos valores de saque nos caixas eletrônicos foi reduzido. Em alguns bancos, os saques estão sendo feitos apenas até sexta-feira”.

O diretor ressalta que, esse ano, a adesão à greve no município foi maior do que em 2015. “Ano passado, muitos bancos realizaram atendimento em caixa e esse ano estão parados. Considerando os anos anteriores, ficamos satisfeitos com a adesão”. Em 2015, a greve teve início em outubro e durou 21 dias. “Como as eleições estão chegando e o pagamento dos aposentados começa na próxima semana, acreditamos que os banqueiros irão se sensibilizar e deve surgir uma nova proposta. A expectativa é que uma nova rodada de negociações aconteça até o dia 23”.

Dentre as principais reivindicações da categoria estão reajuste salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, com inflação de 9,31%; participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 8.297,61; piso salarial de R$ 3.940,24; vales-alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor do salário-mínimo nacional (R$ 880); 14º salário; fim das metas abusivas e assédio moral; fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e à precarização das condições de trabalho; mais segurança nas agências bancárias e auxílio-educação. “Dificilmente conseguiremos um aumento real, mas não abrimos mão da reposição da inflação”.

Na última rodada de negociação, que ocorreu na quinta-feira, 15, os bancos mantiveram a proposta apresentada no dia 9, de reajuste de 7% nos salários e benefícios, além do abono de R$ 3,3 mil, a ser pago dez dias após a assinatura do acordo. Nessa data, o sindicato dos bancários informou que 54% das agências no Brasil (12.608 agências e 49 centros administrativos) tiveram as atividades paralisadas.