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Balanço da temporada

qui, 11 de dezembro de 2014 00:03

Abertura Treino Livre
Alô amigos, mais uma temporada chegou ao fim, desta vez com um inédito bicampeonato inglês, um carro fantástico, e muitas, mas muitas mudanças no circo. Isso sem falar das regras para 2015.

Então vamos falar sobre o que aconteceu neste ano.

Ferrari: para mim de todas as mudanças a que mais chamou minha atenção foi a situação que a Ferrari vive. Saiu Domenicalli, entrou Mattiaci e já saiu, ficando em seu lugar Mauricio Arrivabene. Tudo isso é resultado da crise que vive a equipe: neste ano Luca de Montezemollo deixou a presidência da montadora, o grupo Fiat anunciou a venda do grupo Ferrari, o carro de 2104 foi um desastre, e contrataram Sebastian Vettel para o lugar de Alonso. Esta talvez a melhor das notícias deste ano, mas a pergunta que fica é: poderá a equipe de Maranello sobreviver a tudo isso? Sinceramente de toda esta confusão em que está metida a squadrarossa, a pior é a venda da montadora pela Fiat, pois se pergunta de onde virá o dinheiro para bancar a equipe? Fica a questão…

Mercedes: não tendo dado qualquer chance às outras equipes na temporada e perdido apenas três corridas no ano, a equipe alemã tem tudo pronto para a temporada de 2015, repetindo a dupla de pilotos, e possivelmente reeditando a luta ferrenha pelo mundial de pilotos acontecida em 2014. Com um carro equiparado às famosas flechas de prata, a equipe sai preparada para o mundial de 2015 e continua sendo a favorita, embora muita coisa possa mudar no novo carro que vem ai. Às vezes um pequeno detalhe põe tudo a perder em um carro de competição, mas a equipe está bem estruturada, forte e com certeza será novamente um osso duro de roer para os outros times.

Williams: depois de amargar um longo período de vacas magras em resultados e patrocinadores, o time de Grove, mudou, e passou de pai para filha: Claire Williams, filha de Sir Frank “herdou” o comando da equipe, e numa reestruturação, que incluiu novos patrocinadores, um novo motor, e a contratação de Felipe Massa, deram ao time o lugar de destaque que sempre mereceu. Em 2014, depois de um começo meio claudicante, a equipe acertou o carro e Massa desencantou, chegando liderar em algumas provas, mas sucumbindo a alguns erros de estratégia do time, principalmente ao poderio das Mercedes, porém conseguiu terminar a temporada em um honroso terceiro lugar, à frente de Ferrari e Mclaren. Bela perspectiva para o ano de 2015, se acertarem de novo no carro, pois o motor Mercedes só precisa de um bom chassis para mostrar todo o seu potencial.

Mclaren: temporada nova, motor novo e indefinição de pilotos marcam o final de ano da Mclaren. Depois de uma parceria, que começou em 1995, com a Mercedes os resultados foram bons, mas não tanto quanto esperados. 2014 marcou a melancólica despedida do motor Mercedes, e a provável contratação de Alonso, (até o momento uma incógnita), que entraria no lugar de Jenson Button. Com essas incertezas, mais um carro que não correspondeu em desempenho nesta temporada, a Mclaren terá um ano de muito trabalho pela frente em 2015, não só para acertar o conjunto propulsor Honda ao chassis, como para administrar o difícil temperamento de Alonso, se este for mesmo para a equipe.

Red Bull: bicho papão nas temporadas de 2010 a 2013, com mudança dos motores V10 para o conjunto propulsor V6 turbo comprimido, a equipe dos energéticos perdeu toda a hegemonia devido a um erro de projeto da Renault, montadora encarregada de fornecer os motores à equipe. Embora tivesse um chassis que conseguia andar bem (venceu as três únicas provas que a Mercedes não ganhou na temporada), e com um piloto muito bom e combativo, a RBR ficou com o segundo lugar no mundial de construtores, perdeu Sebastian Vettel para a Ferrari, mas encontrou no australiano Daniel Ricciardo o líder que levou de forma segura a equipe ao vice- campeonato dos construtores. Falar de Ricciardo é dizer no mínimo que ele colocou o tetracampeão Vettel no chapéu este ano, pois marcou 238 pontos contra apenas 167 de Vettel. Para 2015, o russo DanillKvyat será o substituto de Vettel, e Ricciardo elevado a primeiro piloto, deverá conduzir a Red Bull. Com o afastamento de Adrian Newey da equipe de F1, especula-se a respeito do nascimento do carro de 2015, mas ainda penso que o verdadeiro problema da equipe são os motores da Renault. Se melhorarem em confiabilidade e potência, Ricciardo vai dar muito trabalho.

Bem amigos final de temporada, final de coluna, que entra de férias junto com a Fórmula 1. Agradeço a todos vocês leitores por esse nosso bate papo semanal, e desejo a todos, leitores, amigos, redação, um feliz Natal e um Ano Novo cheio de projetos e principalmente de realizações.

* Advogado, fã da Fórmula 1 desde 1970, e apaixonado pela Ferrari

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