Da Redação

O Estado está entrando em uma tendência de queda de óbitos em decorrência da covid-19, segundo o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral. Em entrevista realizada nesta terça-feira, 18, ele ressaltou que é preciso fazer uma análise cautelosa dos números, não pelos dias em que as mortes foram registradas pelo poder público, mas pelos dias em que eles ocorreram de fato. “De uma forma geral, nós vemos que os óbitos estão, realmente, com tendência de equilíbrio. O máximo que nós tivemos, até agora, foi em torno de 80 óbitos diários, isso já em meados de julho.  Ainda está um pouco precoce nós definirmos isso, mas parece claro que parou de haver um incremento no número de óbitos”, explicou o secretário.

No entanto, os dados ainda são preocupantes, pois, julho e agosto representaram um salto na pandemia: cerca de 77% das mortes registradas no estado desde o começo da crise foram nesses dois meses, assim como 74% dos casos. Até o momento, Minas Gerais chegou 4.306 óbitos pelo novo coronavírus. Quanto aos casos confirmados, o boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) aponta para 177.787 diagnósticos positivos. Nas últimas 24 horas foram contabilizados 2.072 novos casos, 83 mortes e outras 29.349 pessoas estão sendo acompanhadas.

No total, 827 municípios mineiros têm pelo menos um caso de coronavírus e 455 possuem registros de mortes. Entre essas cidades, Belo Horizonte é a localidade que mais possui casos – 27.834 casos e 815 mortes. No Triângulo Mineiro, Uberlândia se destaca com 16.242 doentes, 312 óbitos e em Araguari, o cenário epidemiológico também chama a atenção: são 1.910 casos confirmados e 418 pessoas em acompanhamento na cidade, conforme mostram os dados da SES-MG. O número de óbitos confirmados é de 53 e, pelo menos 1.439 pacientes já se recuperaram da doença.

Por sua vez, os dados municipais continuam apresentando números maiores. O informe divulgado no final da tarde de ontem, 18, destaca 1.955 diagnósticos positivos registrados desde o início da pandemia, além de 875 suspeitas e 54 mortes confirmadas. A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 80%. Outra questão que tem preocupado os araguarinos – principalmente comerciantes e lojistas, é a possibilidade de fechamento do comércio.

O município continua em alerta, uma vez que está incluído na região de saúde Norte que, juntamente com o Triângulo Norte, poderão sofrer regressão no plano Minas Consciente, passando da onda amarela, que inclui os serviços não-essenciais (média restrição de atividade socioeconômica), para a onda vermelha, que libera somente os serviços essenciais (maior restrição de atividades). A Secretaria Municipal de Saúde informou que aguarda posicionamento do Governo do Estado que, nestes casos, publica um decreto contendo as novas orientações. Posteriormente, a administração municipal faz um decreto municipal, a fim de informar a população.

Segue mantida para dia 22, uma reunião para que os membros do Comitê Extraordinário da Covid-19 façam uma nova avaliação dos dados epidemiológicos regionais, visando garantir a abertura segura das atividades econômicas.  Caso seja feita a regressão em Araguari, será liberado apenas atividades essenciais como supermercados, farmácias, serviços de transporte e telecomunicação, assim como ocorreu em Ituiutaba.

Esta foi a primeira localidade do Triângulo Norte a se enquadrar na onda mais restritiva desde a remodelação do plano estadual. O município informou que restringiu o funcionamento do comércio a partir dessa terça-feira, uma vez que o número de casos confirmados mais que dobrou em pouco mais de 15 dias. Para completar o quadro, os 14 leitos de UTI na cidade já estão ocupados.