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Audiência trata sobre vagas para intérpretes de Libras nas escolas do município

sex, 16 de maio de 2014 00:51
A audiência aconteceu ontem, 15, na sede do Ministério Público com a promotora de Justiça, Curadora das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais e Idosos, Cristina Fagundes Siqueira. Foto: Divulgação

A audiência aconteceu ontem, 15, na sede do Ministério Público com a promotora de Justiça, Curadora das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais e Idosos, Cristina Fagundes Siqueira. Foto: Divulgação

ADRIANO SOUZA – Uma importante audiência aconteceu ontem, 15, na sede do Ministério Público com a promotora de Justiça, Curadora das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais e Idosos, Cristina Fagundes Siqueira. Na pauta, esteve o projeto de criação de cargos de intérpretes em Libras no município, uma vez que o mesmo se encontra paralisado na Câmara Municipal aguardando a adequação dos limites com a folha de pagamento de pessoal no município.

A preocupação deve-se à comunicação, que é um fator fundamental para o ser humano e LIBRAS é uma ferramenta que possibilita a interação dos surdos.

Para discutir sobre o assunto, compareceram os vereadores Luiz Antonio de Oliveira – Luiz Construtor (SDD), líder do governo e o presidente da Câmara Municipal Sebastião Joaquim Vieira “Tiãozinho” (PRP); a secretária de Educação Iara Faria e o subprocurador do município Cristiano Cardoso.

A Câmara Municipal havia aprovado a criação de seis cargos para intérpretes de Libras no município, com salário de R$ 678, considerado baixo para a função. Diante dessa situação, o vereador Luiz Antônio de Oliveira  se comprometeu em retornar o projeto ao Executivo pedindo agilidade em relação a um novo projeto para ser apresentado na primeira sessão de julho, após recesso parlamentar com pedido de dispensa de interstícios sendo o mesmo votado em agosto, incluindo os cargos em concurso público na área da educação que será realizado no segundo semestre deste ano. Os presentes à audiência com a promotoria sugeriram que o valor dos salários seja o mesmo do piso da educação, em torno de R$ 1.639.

“Acredito que Araguari deu um passo importante no dia de hoje. A existência de um intérprete é condição primordial e indispensável para a acessibilidade do aluno surdo na sala de aula comum. Sem ele não há inclusão e sim integração do aluno com deficiência auditiva. O intérprete, que exerce o papel de tradutor entre as duas línguas, o português e a língua de sinais, é o canal de comunicação entre o aluno surdo, o professor e os alunos ouvintes. Sem ela, não é possível haver a relação ensino – aprendizagem e estaremos envidando todos os esforços para realizar esse concurso público”, comentou o presidente da Câmara.

“Esses profissionais também serão peças fundamentais para a efetivação da missão de promover a acessibilidade do aluno surdo. Até porque, esta acessibilidade deve acontecer da forma mais plena possível, e o instrutor, ao disseminar a LIBRAS na comunidade escolar através das oficinas para professores e funcionários e aulas para os alunos, é grande articulador e fomentador desta sonhada acessibilidade plena. Por isso, estaremos dentro do prazo acertado nessa audiência trabalhando a apresentação e aprovação do projeto”, comentou o líder do governo.

“A comunicação é um fator fundamental para o ser humano e LIBRAS é uma ferramenta que possibilita a interação dos surdos. Inicialmente, a atuação era informal, entretanto, para que isso ocorresse de modo formal foi necessário que a Língua Brasileira de Sinais fosse oficializada. Atualmente há leis em vigor que regulamentam a profissão e determinam a formação desse profissional que sem sombra de dúvidas, terá um papel importante na educação do município que soma resultados positivos a cada dia” ponderou Iara Faria, secretária de Educação.

Uma dessas leis citada pela secretária é a de nº 12.319 de 01.09.2010 que regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Saiba mais

O intérprete de Libras é o profissional que domina a língua de sinais e a língua falada do país sendo qualificado para desempenhar a função. Ele deve ter domínio dos processos, modelos, estratégias e técnicas de tradução e interpretação, além de possuir formação específica na área de sua atuação (por exemplo, a educação). No Brasil, o intérprete deve dominar a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa. Ele também pode dominar o inglês, espanhol, a língua de sinais americana e fazer a interpretação para a língua brasileira de sinais ou vice-versa (conferências internacionais e outros).  A categoria profissional possui código de ética e respaldo institucional, associações de pessoas surdas, Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, Federação Mundial dos Surdos, entre outras.

A formação do intérprete de Libras está em processo; as capacitações técnicas têm sido ofertadas ao nível de pós-graduação.  A fluência da língua de sinais é obtida através da prática, sem dispor do aparato teórico que lhe concederia uma graduação específica na interpretação e tradução da Libras. O que existe de formalizado é o Prolibras aplicado para certificar pessoas fluentes em língua de sinais – concedendo a proficiência na língua. As provas possuem dois níveis: um para medir conhecimento para o ensino de Libras, e outro para a interpretação da língua. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Instituto Nacional de Educação e Pesquisa (INEP) aplicam essas provas.

O intérprete de Libras tem a função de ser o canal comunicativo entre o aluno surdo, o professor, colegas e equipe escolar. Seu papel em sala de aula é servir como tradutor entre pessoas que compartilham línguas e culturas diferentes. Essa atividade exige estratégias mentais na arte de transferir o conteúdo das explicações, questionamentos e dúvidas, viabilizando a participação do aluno em todos os contextos da aula e fora dela, nos espaços escolares. Quanto à sua postura, o intérprete deve se conscientizar de que não é o professor, e em situações pedagógicas não poderá resolver, limitando-se às funções comunicativas de sua área. Seu contato com os alunos surdos não poderá ser maior do que o do professor de sala.

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