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Atendimento em agências bancárias continua paralisado prejudicando clientes

qua, 14 de outubro de 2015 08:19

Da Redação

Greve ultrapassou a paralisação do ano passado, que teve duração de sete dias

A greve nacional dos bancários, que teve início no dia 6, completou uma semana nessa segunda-feira, 12, com aproximadamente 50% das agências e centros administrativos paralisados em todo o país. Em Araguari, desde a primeira semana de greve, a adesão ao movimento foi de aproximadamente 90% da classe.

Agências estão com o quadro de funcionários reduzido e atendimentos paralisados

Agências estão com o quadro de funcionários reduzido e atendimentos paralisados

 

De acordo com Antônio Gomes Faim, presidente do Sindicato dos Bancários de Araguari, a classe está aguardando o posicionamento da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). “As agências continuam paralisadas e não temos novidades. Estamos aguardando o resultado da reunião que ocorreu nessa terça-feira, entre os representantes da Fenaban e a executiva nacional”.

Em Araguari, as agências bancárias estão com o quadro de funcionários reduzido, realizando apenas alguns atendimentos emergenciais e comerciais. Outras opções são os caixas eletrônicos, internet banking, aplicativos no celular, operações por telefone e também correspondentes bancários. “Os bancos estão realizando o abastecimento dos caixas eletrônicos e está havendo a compensação de depósitos em envelopes, porém, como não há atendimento nos caixas, é impossível descontar cheques”.

Regis Goulart, 28 anos, comenta que a greve prejudicou a empresa em que trabalha. “Pessoalmente, não me prejudicou, mas nem mesmo depósitos os meus patrões estão conseguindo fazer e isso está atrasando o pagamento de fornecedores e contas esporádicas. Em minha opinião, a greve foi inoportuna, pois o país todo está em crise devido à falta de renda e muitas pessoas dependem desses serviços bancários para receberem”.

Alexandre Lopes, 35 anos, também afirma estar insatisfeito com a greve. “Tive um problema que necessitava de atendimento diretamente no caixa e fiquei impossibilitado de fazê-lo. Trabalho em uma empresa que realiza o pagamento por transferência online, porém, tenho conhecidos que estão com dificuldades para receber o salário. Os caixas eletrônicos estão cheios e as lotéricas superlotadas. Em casos como esse, acredito que os bancos deveriam ter feito um aviso prévio e dado um prazo para seus clientes realizarem os procedimentos necessários”.

Orientações

No município, a agência do Mercantil está com os caixas de autoatendimento funcionando e os pagamentos de INSS e aposentadorias podem ser sacados normalmente. As agências do HSBC, Santander e Bradesco também oferecem o autoatendimento nos caixas eletrônicos, área comercial e atendimentos de emergência.

O Banco do Brasil está realizando alguns atendimentos dentro da agência, com um número reduzido de funcionários. Os clientes tem a opção de realizar operações no correspondente bancário, localizado em frente ao banco, ou nos Correios. Os clientes da Caixa Econômica Federal podem recorrer às Casas Lotéricas para procedimentos como depósitos e saques de até R$ 1.500, pagamento de boletos da Caixa de até R$ 2.000 e pagamento de boletos de outros bancos até R$ 700. As lotéricas também realizam o pagamento de benefícios, como aposentadoria, independentemente do valor.

Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor, as empresas credoras devem oferecer outras formas e locais para que os pagamentos de faturas, boletos bancários e outras cobranças sejam efetuados, ou estender o prazo de vencimento.

A recomendação é que os consumidores entrem em contato com as empresas e peçam orientações em relação às formas e locais de pagamento (como internet, a sede da empresa, casas lotéricas, código de barras para pagamento em caixas eletrônicos, dentre outros), para evitar a cobrança de encargos (juros e multas) e não ter o nome enviado aos serviços de proteção ao crédito.

Entenda a greve

De acordo com Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), adotado como parâmetro para o dissídio coletivo da categoria, a inflação registrada no período de 1º de setembro de 2014 até 31 de agosto de 2015, foi de 9,88%. Além disso, apesar da crise, no primeiro semestre de 2015, os bancos alcançaram um lucro líquido de R$ 36,3 bilhões (27,4% a mais do que o valor obtido no mesmo período em 2014).

Diante da situação, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) esteve em negociações com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), durante mais de um mês, buscando o reajuste salarial da classe dos bancários.

A classe solicita o reajuste salarial de 16%, sendo a reposição da inflação (9,88%) e um aumento real de 5,7%, com abono de R$ 3.299,66, além da Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82. A classe reivindica também vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada, além de melhorias nas condições de trabalho e segurança.

Após cinco rodadas de negociação (40 dias), a proposta apresentada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi de um aumento de 5,5%, com abono entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23, além da PLR pela regra de 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22 e parcela adicional; auxílio-refeição de R$ 27,43, auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta de R$ 454,87,auxílio-creche/babá de R$ 323,84 a R$ 378,56, gratificação de compensador de cheques de R$ 147,11, qualificação profissional de R$ 1.294,49, entre outros. A proposta foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários e a classe aderiu ao movimento nacional de greve.

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