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Arrastão do Miranda é a campeã do Carnaval Araguari 2015

sex, 20 de fevereiro de 2015 00:47
Arrastão do Miranda conquista mais uma vitória neste Carnaval. Foto: Divulgação

Arrastão do Miranda conquista mais uma vitória neste Carnaval. Foto: Divulgação

TALITA GONÇALVES – Com uma larga diferença de pontuação e animação de sobra, a escola de samba Arrastão do Miranda se consagrou como a campeã do Carnaval Araguari 2015. Pelas contas dos integrantes, este é o oitavo título consecutivo, mas alguns garantem que a contagem chegou na casa das dezenas. A abertura dos envelopes com as notas e a consequente apuração do resultado foi realizada pela Fundação Araguarina de Educação e Cultura (Faec), ontem à tarde, na Casa da Cultura Abdala Mameri.

O resultado já era esperado. Arrastão continua imbatível, desafio para os seus concorrentes. Em 2014, a Mocidade Independente de Araguari passou perto de ocupar o posto, mas neste ano a disputa não foi acirrada. Afochés da Nova República retornou ao Carnaval, apresentando significativa melhora, mas ainda precisa de mais para alcançar Mocidade e Arrastão.

Integrantes do Arrastão comemoram resultado da apuração nas escadas da Casa da Cultura. Foto: Gazeta do Triângulo

Integrantes do Arrastão comemoram resultado da apuração nas escadas da Casa da Cultura. Foto: Gazeta do Triângulo

No desfile de segunda-feira, 16, os jurados avaliaram os seguintes quesitos: Bateria, Mestre Sala e Porta Bandeira, Ala das Baianas, Enredo, Samba Enredo, Comissão de Frente, Alegoria e Adereço, Evolução, Conjunto, Fantasia e Harmonia. As notas variavam de 0 a 10 e cada quesito teve duas avaliações distintas. No total, Arrastão do Miranda obteve 212,5. Mocidade Independente de Araguari conquistou 192,9 e Afochés da Nova República ficou com 158,1. Algumas rasuras nas notas foram motivo de insatisfação para os integrantes das agremiações, mas como os envelopes estavam lacrados e com a assinatura dos jurados, acabaram sendo consideradas. A festa começou mesmo antes da contagem final, com direito a foguetes e muita animação.

No entanto, o clima esquentou na entrega das premiações especiais – Rainha do Batuque, Cidadão do Samba, Passista Individual Masculino e Feminino e Destaque do Carnaval. Quando a presidente da Faec, Carmen Alvim, pretendia entregar a medalha de Cidadão do Samba para o Arrastão do Miranda, integrantes de outras escolas alegaram que os vitoriosos não tinham este componente no desfile.

Houve bate-boca e a PM, que estava presente na ocasião, precisou advertir alguns que se alteraram em excesso. Depois de alguns minutos, a entrega teve continuidade. Diante do dilema, a comissão organizadora decidiu analisar as filmagens do desfile para então deliberar se a escola merece ou não a medalha.

“CEM ANOS DO CHACRINHA”
O conceito, as fantasias, o samba enredo e a letra ganharam forma graças ao carnavalesco Fernando Antônio Ferreira, que também é o puxador da escola. A idéia de homenagear o Velho Guerreiro veio de uma sugestão da irmã. Outra personalidade que ganhou destaque na letra e em um dos quatro carros alegóricos da escola foi Elke Maravilha, uma das juradas mais famosas do programa do Chacrinha. “Fizemos uma máscara com cabelos bem coloridos, esvoaçantes, que é bem o estilo dela,” comentou Fernando Ferreira.

Mesmo feliz com o resultado, o carnavalesco do Arrastão, que se dedica a atividade há vários anos, disse que o desfile poderia ter sido melhor. “De todos os anos que participei, esse foi o mais difícil. Muita desorganização, gente despreparada, o local não ajudava, não tinha decoração,” justificou.

“CARNAVAL NÃO É BAGUNÇA”
A alegria da vitória não impede que os integrantes do Arrastão do Miranda demonstrem sua insatisfação em relação à maneira como o evento foi organizado, algo que segundo eles, é prejudicial para todas as agremiações. Atraso, desfile no escuro e embaixo de chuva, má qualidade do som foram alguns dos problemas citados.

A escolha do local foi um dos principais motivos de queixa. O mestre de bateria, Fernando Clayton, argumenta que o interior do Parque de Exposições Rondon Pacheco não é adequado para o desfile. “O comprimento é insuficiente e prejudica muito o andamento e a evolução das alas. Os carros alegóricos não passavam pelo portão do Parque, precisamos de 30 homens e não teve jeito, tivemos que tirar o portão para passar,” afirma.

Para ele, é fundamental que seja criada uma Liga das Escolas de Samba e que a prefeitura conceda o repasse com pelo menos dois meses de antecedência. Atualmente, as verbas são destinadas faltando pouco mais de uma semana para a data do desfile.

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