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Araguarino Jair Félix completa hoje 103 anos

sáb, 25 de julho de 2020 13:51
Jair Felix e sua saudosa esposa, Dona Durvalina

Jair Felix e sua saudosa esposa, Dona Durvalina

A pandemia começou como uma coisa exótica, estranha, distante. Vinha lá da China. Parecia apenas mais uma gripe diferente, que ganhou um nome engraçado: covid-19. A estranheza, em poucos dias, virou preocupação. A preocupação virou medo, o medo se disseminou como dor, a dor virou luto, a vida começou a perder para a morte.

A gripe tirou nosso fôlego e tomou conta das conversas, passou a fazer parte do nosso dia-a-dia, começava no café da manhã e invadia a madrugada, fazendo de nosso sono um terrível pesadelo. Nos isolamos. Perdemos aos poucos a liberdade, a tranquilidade, a intimidade. Fomos obrigados a excluir até o contato físico, o beijo, o abraço daqueles que amamos. A doença cobriu nossos sorrisos com a máscara do medo. Um vírus invisível, de repente, fez nossa felicidade mais visível desaparecer na dor, no luto, na incerteza sobre a saúde e a sobrevivência do mundo, próximo ou distante.

Quanto tempo mais irá durar esse pesadelo? Mas, ao invés de pensar no futuro, precisamos pensar no presente. Naquilo que precisa ficar, permanecer, perdurar para depois. Em vez de sofrer com a morte, vamos celebrar a vida. A vida de mais de um século de um ilustre araguarino, Jair Félix Ferreira, que hoje, sábado, celebra seus 103 anos de muita vida e muita alegria.

Acompanhou ao lado de sua saudosa e amada esposa, Dona Durvalina (ou carinhosamente, Dona Nega), o começo e o fim do século mais surpreendente da humanidade. O Jair, papai orgulhoso de 12 filhos, vovô de 22 netos, bisavô de 22 bisnetos e tataravô de 10 tataranetos.

O tempo do Einstein é relativo. O do compositor Caetano, é o tempo dos destinos. O de Jair é devotado à família e à caridade e, por isso, repleto de significado para além das horas, dos dias, dos anos, do século.

Criou seus filhos muito bem. Cuidou da terra, sendo um dos pioneiros do tomate na região de Araguari. Dali tirou o sustento da família e ajudou muita gente. Antes de vender, uma parte dos tomates que produzia era destinado à doação.

Jair é dotado de uma memória espetacular, exímio orador. Suas pregações e o trabalho incessante, devotado ao Centro Espírita Caridade, mostram um outro lado muito admirável do agricultor que, apesar de não ter se dedicado ao meio acadêmico como ofício, sempre fora dotado de uma capacidade incrível para as letras. Nas lembranças de tantos amigos, como Gessy e Honor, estava sempre com algum livro novo nas mãos e não precisava de óculos.

A família do Sr. Jair decidiu homenagear o seu patriarca, que completa hoje 103 anos

A família do Sr. Jair decidiu homenagear o seu patriarca, que completa hoje 103 anos

 

Os laços de afeto, invisíveis aos olhos e sensíveis ao coração, resistem a toda adversidade. Porque o sentido da vida, algo que Jair sempre soube, é feito em cada momento, cada gesto e palavra, pensamento e ação, podendo ser resumido em duas coisas: amar e fazer o bem. Ou, como ele costuma dizer sempre: “ama, perdoa e serve”.

Alguns amigos ficaram de passar na casa do Jair, pelo menos para dar um “oi” do portão, já que a situação não permite uma visita. Seus filhos e toda a sua família, que moram em diferentes cidades, deram um jeito, mesmo com a distância física, de estarem bem perto neste dia tão especial, porque os laços de afeto, invisíveis aos olhos e sensíveis ao coração, resistem a toda adversidade.

Jair Félix é a prova de vida e alegria que precisamos nesses tempos tão difíceis.

 

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