Da Redação

Considerada por muitos como uma das cidades mais charmosas e acolhedoras da região, Araguari completa hoje, 132 anos de emancipação política. Basta dar uma volta por suas ruas para ver que ainda preserva os belos traços de cidade do interior, que podem ser facilmente notados por sua arquitetura que representa diretamente a memória dos araguarinos. A nossa história começa no século XIX, quando o comissário Antônio Rezende da Costa doou terras para a igreja do Senhor Bom Jesus da Cana Verde do Brejo Alegre.

Atualmente, a cidade é a 23ª maior cidade do Estado de Minas Gerais e tem recebido investimentos que possibilitam o desenvolvimento da região

A partir disso, os moradores fundaram um povoado que deram o nome de Arraial da Ventania devido à sua posição geográfica. Muitos relatam que a região era reduto de poeira e ventos fortes na época de escassez de chuvas, o que explica a “popular” identidade, que não figurou em lei. A igreja, uma das responsáveis por reunir pessoas em seu entorno, foi uma das primeiras a contribuir para o desenvolvimento do povoado que, alcançou sua emancipação política, conquistando a distinção de Vila. Este momento foi alicerçado na redação da Lei número 2996, de 19 de outubro de 1882, criando assim o município do Brejo Alegre. Posteriormente, em 1888 a Lei 3.591 de 28 de agosto alterou a categoria do município.

Araguari completa 132 anos de emancipação política.

Logo, os moradores se depararam com um fato intrigante, pois a referida Lei promoveu também a mudança nominal do município, que passou a ser intitulado “Araguary”. Essa grafia foi usada por pouco mais de quatro décadas, mas com a reforma ortográfica, passou normalmente e gradativamente a ser escrita: Araguari. Aos poucos, a cidade se tornou uma referência, principalmente no quesito logística, tendo seu desenvolvimento marcado pela Estrada de Ferro Goiás. O prédio da Estação de Passageiros, por exemplo, é de grande importância histórica e beleza arquitetônica e foi inaugurado em 1928. A edificação sofreu ampliação que foi incorporada à leitura do edifício. As outras edificações que compõem o complexo ferroviário foram construídas no período de 1920 até a década de 1970 e possuem características próprias de cada época. Hoje é sede do poder Executivo.

Outros imóveis incluem a preservação da memória ferroviária na cidade. Frigoríficos completam o forte setor agropecuário altamente competitivo, além do município ser referência na produção de café em suas lavouras irrigadas. O destaque ainda fica por conta de lavouras de soja, milho, tomate, maracujá e outras frutas que são colhidas e processadas pela indústria local, o que inclui grandes empresas de suco, que produzem cerca de 70% dos sucos consumidos no país. Segundo a Embrapa, a cidade tem aproximadamente 12 km² de zona urbanizada, ficando em um ponto estratégico de escoamento da produção do centro-oeste para São Paulo.

Com a duplicação da BR-050, o interesse de empresários também aumentou consideravelmente. Dentro do contexto de crescimento se destacam, ainda, grandes empresas, especialmente ligadas ao agronegócio, e o Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (Imepac), que oferece várias opões de cursos aos araguarinos e àqueles que chegam ao município em busca de novas oportunidades. Atualmente, no quesito população, é a 23ª maior cidade, do Estado de Minas Gerais.

Cabe ressaltar ainda que Araguari vive uma nova fase de crescimento industrial, tendo como novos investidores a austríaca Lenzing e a brasileira Duratex que atuam no ramo de celulose e vão gerar empregos nos municípios de Araguari e Indianópolis por meio da instalação da fábrica LD Celulose. A previsão é para que as empresas iniciem as atividades no município em 2022, apresentando uma capacidade de armazenamento de 450 mil toneladas de celulose solúvel por ano, com 100% da produção destinada à exportação e vendida para a Lenzing, no intuito de suprir as operações na Europa e Ásia. Araguari, seus filhos reiteram: “há 132 anos, orgulho de Minas Gerais”.