por Mel Soares

Mais de 300 casos prováveis de dengue foram registrados neste ano

Em pouco mais de um mês Minas Gerais registrou 17.860 casos, entre suspeitos e prováveis de dengue. Quatro óbitos estão em investigação.

Mais de 25 municípios têm incidência muito alta de casos prováveis de dengue, 10 apresentam incidência alta e 41 municípios com média incidência. Aproximadamente 290 municípios estão com baixa incidência e 485 estão sem registro de casos prováveis. Araguari faz parte das cidades que estão com incidência alta, com 310 casos prováveis da doença.

Criadouros devem ser eliminados para evitar o mosquito Aedes aegypti

O coordenador do departamento de Zoonoses, Vicente de Paula Marques de Oliveira, informa que 16 casos de Dengue foram confirmados em Araguari, neste ano. Diante dos números, o profissional alerta que a cidade apresenta surto da doença e, por isso, as pessoas precisam ficar atentas quanto aos cuidados para eliminar os focos, que geralmente são encontrados nos quintais das residências, mais precisamente em tambores de reservatórios que armazenam água, e em pratinhos de plantas. Os bairros Paraíso e Miranda são as regiões da cidade que apresentam maior risco.

“Os focos estão situados dentro das residências, pois a população não tem promovido ações. Ainda mais que estamos em períodos de chuva, calor e umidade, o que facilita a procriação do mosquito.”

O registro maior de casos é esperado para este período (meses quentes e chuvosos) devido à sazonalidade da doença. Dessa forma, o Estado está em situação de alerta para esse aumento no número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

O coordenador da Zoonoses afirma que os principais sintomas para dengue são febre alta, náuseas, dores musculares e articulares além de fortes dores de cabeça.  “Durante o exame clínico caso o paciente apresente febre e outros dois sintomas pode ser considerado com suspeita da doença. O exame é feito no laboratório de referência, em Uberlândia e demora algumas semanas para ficar pronto”, explicou.

Os trabalhos de agentes de endemias, que incluem visitas as residências para monitoramento e também limpeza em terrenos baldios são realizados periodicamente. Atividades de prevenção também são realizadas por meio de palestras em escolas e distribuição de folder e orientação em salas de espera das Unidades de Saúde.

“Estamos desenvolvendo ações, nos desdobrando para atuar em terrenos baldios e casas abandonadas, mas os focos estão dentro das residências. Os moradores precisam fazer a sua parte e tornar este assunto mais recorrente, em rodinhas de conversa entre os amigos, por exemplo, para que esta conscientização seja realmente efetiva.”

Alerta

Boa parte dos itens considerados criadouros são vasos de plantas, pratos, bebedouros de animais e frascos com água. A principal recomendação é a realização de limpeza constante para eliminar a possibilidade do mosquito reproduzir.

Criadouros positivos também são encontrados em caixas d’água, tambores e tonéis em geral. Nestes casos, a ação indicada é providenciar a cobertura ou vedação, se indispensável proteger/lavar, caso contrário, descartar.

O foco do mosquito também é identificado em depósitos fixos como calhas, lajes, ralos, sanitários em desuso, sendo necessário o conserto, a vedação de sanitários e ralos em desuso ou ainda a limpeza frequente.

Os demais criadouros são encontrados em pneus e em depósitos elevados ligados a rede de caixa d’água. A medida a ser tomada é providenciar a cobertura. Sobre os pneus inutilizados o ideal é fazer furos para evitar o acúmulo de água, além da limpeza constante.