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Ameaçada, família de Jéssica Camilo clama pela prisão preventiva do assassino

sex, 9 de outubro de 2015 08:37

Da Redação

Familiares de Jessica Camilo clamam pela prisão do assassino até a sua condenação pelo júri popular

Cheia de planos com seus três filhos menores de idade, Jéssica Camilo, de apenas 23 anos, deixou a cidade de Cumari, em Goiás, para seguir novos rumos junto aos seus familiares em Araguari. No vizinho município, ficou o vaqueiro Marcos Rosa Lopes, o “Caquinho”, 17 anos mais velho, inconformado com a decisão da companheira em terminar um relacionamento de quase uma década.

Jéssica teve um relacionamento de nove anos com o autor

Jéssica teve um relacionamento de nove anos com o autor

No primeiro final de semana em território araguarino, a bela jovem recebeu a visita do ex-marido, clamando por seu retorno. Nessa altura, Jéssica Camilo demonstrava firmeza em deixá-lo para morar com a irmã, no bairro Novo Horizonte. Diante da negativa, Marcos Rosa, até então “limpo” nas lides policiais, se abrigou na casa de parentes mantendo as expectativas de uma reviravolta.

A reportagem levantou que na quarta-feira, dia 7 de outubro, pela manhã, o trabalhador rural visitou os filhos na casa dos avós, no mesmo bairro, e aparentava tranquilidade. No mesmo dia, teria sido aconselhado até por alguns policiais militares sobre a situação. Tudo parecia que seria resolvido pacificamente.

No entanto, assim como ocorre em grande parte dos crimes passionais, havia o forte ciúme, pois Marcos Rosa estaria sabendo que Jessica Camilo poderia estar se relacionando com outra pessoa, a qual conheceu em um show ao lado da irmã. A partir daí, uma família composta por cinco membros sofreu um duro golpe.

Pouco depois das 16 horas, Jessica Camilo e um sobrinho menor de idade foram buscar as crianças na escola do bairro, na rua Otacílio Pinto de Oliveira, após o primeiro dia de aula. Aguardavam na porta. Nas proximidades estava Caquinho, também decidido em por um fim ao seu drama. De surpresa e com uma faca de quase 20 centímetros nas mãos, não deu qualquer chance à ex-mulher. Foram sete golpes fatais, uma raiva incontida. Jéssica chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros Militar, mas não dava mais tempo de salvar sua vida.

O vaqueiro fugiu em um Ford/Escort, cor vermelha, e, após perambular pela cidade, estacionou seu veículo no Terminal Rodoviário Tancredo Neves, no bairro Paraíso, sendo encontrado pela PM. Em contato feito com o suspeito, ele disse que estava em um mototáxi na avenida Mato Grosso, e foi capturado, sem reagir. Pouco depois, Caquinho levou os militares à rua Guanabara, no bairro dos fatos, apontando o local onde havia escondido a arma do crime.

 

DESABAFO

 

O corpo de Jéssica Camila foi sepultado ontem à tarde, no cemitério Park, em Araguari, sob forte comoção. A irmã da vítima, Maria Aparecida, contou à reportagem que Jéssica não estava satisfeita com o marido e até ameaças vinha sofrendo. “É um monstro que não pode ser solto. Pedimos aos policiais e à Justiça que não deixem esse assassino sair da prisão. Tem que pagar pelo que fez”.

A mãe da jovem morta, Maria das Graças Pereira, misturava emoção e revolta. “Esse homem ainda nos ameaçou, por isso tem que ficar preso. Veja o que ele fez com os seus filhos”.

PREVENTIVA

O delegado Gilmar Pereira de Souza, da Quarta Delegacia Regional de Polícia Civil, ouviu o investigado ainda na quarta-feira à noite, e disse que confessou ter matado Jéssica Camila, motivado por ciúme, porém, negou ter premeditado o assassinato.

Na presença de advogados, ele teria afirmado que se apoderou da faca apenas para dar um “susto” e que se arrependeu de ter matado a ex-mulher, da qual gostava muito.

“Conversamos no local do crime e ela me decepcionou com a sua resposta, que era para eu ter filhos com outra pessoa. Perdi a cabeça nesse momento e aconteceu a tragédia. Se pudesse voltar atrás,” contou o vaqueiro.

O delegado ratificou a prisão de Marcos Rosa e representou pela preventiva, em função de supostas denúncias de ameaças contra a família de Jéssica, além da comoção social que o episódio causou. A decisão cabe agora ao Juízo Criminal, pois, do contrário, o autor pode deixar o presídio.

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