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Alegando inocência, suspeito de matar o próprio irmão é preso em Araguari

qua, 19 de novembro de 2014 01:16
Pedreiro se apresentou e não sabia da preventiva; delegado
irá indiciá-lo por homicídio duplamente qualificado

DA REDAÇÃO – Na tarde de ontem, 18, policiais civis prenderam Nélio Francisco de Jesus, de 29 anos, investigado pelo assassinato de seu próprio irmão, Danilo Francisco de Jesus, sexta-feira passada, no bairro Santiago, em Araguari. A vítima levou quatro tiros, três na cabeça.

O investigado se apresentou na 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC) acompanhado de um advogado para prestar esclarecimentos sobre o caso e não tinha conhecimento do mandado de prisão preventiva em seu desfavor, expedido um dia após os fatos, pelo juiz-plantonista João Marcos Luchessi.

Nélio ao se apresentar na 4ª DRPC. Foto: Gazeta do Triângulo
Nélio ao se apresentar na 4ª DRPC. Foto: Gazeta do Triângulo

 

Fernando Storti não acreditou na versão de Nélio. Foto: Gazeta do Triângulo

Fernando Storti não acreditou na versão de Nélio.
Foto: Gazeta do Triângulo

Nélio Francisco, pedreiro e pai de cinco filhos, prestou um rápido depoimento e negou ter atirado em Danilo, mesmo com depoimentos de testemunhas oculares do crime. Ele, no entanto, confirmou ter discutido mais cedo com o irmão por conta da transferência de um imóvel. Disse que a escritura deveria constar no nome de Danilo, tendo em vista que o investigado e a esposa ganharam uma casa popular.

Questionado pela Gazeta do Triângulo, o pedreiro afirmou não ter coragem de tirar a vida de alguém, muito menos do próprio irmão. Lembrou que os dois ficaram durante quatro anos no antigo Preventório e se davam muito bem.

“Não matei o meu irmão e estou sendo acusado injustamente. Tudo o que acontece naquela casa é minha culpa, mas ele tinha outros ‘inimigos’ por ser usuário de drogas e possuir passagens pela polícia”, declarou o suspeito, que ainda ontem foi encaminhado ao Presídio de Araguari.

O delegado Fernando Storti não se convenceu da versão apresentada por Nélio Francisco de Jesus e irá indiciá-lo por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). Assegurou que, apesar das contradições, o inquérito irá prosseguir.

“Esse crime está solucionado. A negativa de autoria se trata de uma linha de defesa, mas as provas construídas são contundentes para apontá-lo como o autor do homicídio, motivado por questão de herança futura. Se ele confessasse, ajudaria a si mesmo no julgamento final”, frisou o policial, que iniciou as investigações ainda na sexta-feira à noite, no local da tragédia.

Danilo Francisco de Jesus tinha 31 anos e residia com a mãe e a amásia, na rua Eurípedes Santiago. Ele teve morte instantânea, se confirmando o 22º homicídio de 2014 no município. A arma utilizada no assassinato não tinha sido encontrada até ontem.

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