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Agressões contra mulheres são registradas frequentemente em Araguari

qui, 27 de novembro de 2014 10:08

violenciaDA REDAÇÃO – Nesta semana, uma mãe, residente em cidade vizinha divulgou em rede social fotos de sua filha após agressão cometida por um namorado. O caso ganhou destaque e várias pessoas compartilharam o conteúdo a fim de alertar sobre a importância da denúncia.

Num outro caso registrado nesta semana em Araguari, a vítima, casada há 17 anos com o autor supostamente usuário de drogas, relata que sofre com agressão e ameaças de morte.

Conforme apurado pela reportagem, diversas ocorrências contra mulheres são registradas frequentemente. Em algumas semanas, a Delegacia da Mulher chega a receber nove denúncias de agressão física e psicológica. A constatação é de que as mulheres têm procurado cada vez mais os seus direitos, no entanto, a maioria que busca apoio acaba voltando para o relacionamento. Conforme informações, o casal alega ter resolvido o problema, e a mulher não prossegue com as ações judiciais.

Segundo informações da Delegacia da Mulher de Araguari, diversas medidas são tomadas para o bem estar e segurança da vítima, sendo elas: acompanhamento psicológico, assistência social e medida preventiva que obriga o agressor a permanecer no mínimo 300 metros de distância da vítima.

Conforme revelaram os dados dos atendimentos realizados de janeiro a junho de 2014 pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), a violência contra as mulheres segue vitimando milhares de brasileiras reiteradamente: 77% das mulheres em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente.

Nos primeiros seis meses do ano, o Ligue 180 realizou 265.351 atendimentos, sendo que as denúncias de violência corresponderam a 11% dos registros, ou seja, foram reportados 30.625 casos. Em 94% deles, o autor da agressão foi o parceiro, ex ou um familiar da vítima.

Entre os tipos de violência informados nos atendimentos realizados pelo Ligue 180, os mais recorrentes foram a violência física (15.541 relatos); seguida pela psicológica (9.849 relatos); moral (3.055 relatos); sexual (886 relatos) e a patrimonial (634 relatos).

Feminicídio

Entre 1980 e 2010 foram assassinadas mais de 92 mil mulheres no Brasil, 43,7 mil somente na última década. Segundo o Mapa da Violência 2012 divulgado pelo Instituto Sangari, o número de mortes nesse período passou de 1.353 para 4.465, que representa um aumento de 230%. Segundo o Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil revela que, de 2001 a 2011, o índice de homicídios de mulheres aumentou 17,2%, com a morte de mais de 48 mil brasileiras nesse período. Só em 2011 mais de 4,5 mil mulheres foram assassinadas no país.

“O crescimento efetivo acontece até o ano de 1996, período que as taxas de homicídio feminino duplicam, passando de 2,3 para 4,6 homicídios para cada 100 mil mulheres. A partir desse ano, e até 2006, as taxas permanecem estabilizadas, com tendência de queda, em torno de 4,5 homicídios para cada 100 mil mulheres. No primeiro ano de vigência efetiva da lei Maria da Penha, 2007, as taxas experimentam um leve decréscimo, voltando imediatamente a crescer de forma rápida até o ano 2010, último dado atualmente disponível, igualando o máximo patamar observado no país: o de 1996.”

De 2001 a 2011, o índice de mulheres jovens assassinadas foi superior ao do restante da população feminina. Em 2011, a taxa de homicídios entre mulheres com idades entre 15 e 24 anos foi de 7,1 mortes para cada 100 mil, enquanto a média para as não jovens foi de 4,1.

1 Comentário

  1. rafael disse:

    Triste a noticia, mais triste e nao a divulgação dos nomes dos agressores nem a foto deles, mais triste e saber que um vereador foi la tirar um cara desse, seria uma bela materia a cobertura completa desses casos ou será que o dinheiro prevalecera novamente

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