Adeus ao bloqueio, por Inocêncio Nóbrega
qui, 15 de janeiro de 2015 00:01* Inocêncio Nóbrega
Respira-se, hoje, nas Américas, o oxigênio de liberdade, progresso e relativo bem-estar social. Estamos saindo da condição de quintal norte-americano e, nas ante-salas, debatermos, em pé de igualdade, os problemas continentais. A escolha de um argentino, para a suprema chefia da Santa Sé, traduz essa tendência. Acusado por supostas conexões com a ditadura de seu país, no caso de padres jesuítas, e de omisso nas investigações de compatriotas desaparecidos, o Papa Francisco dá uma guinada de modernização de sua Igreja, com recentes nomeações de cardeais africanos, asiáticos e latinos, alterando o “establishment” europeu no Conclave, influindo na geopolítica americana. Aí está, se verídico, se redimindo de seu posicionamento ideológico, a participação, ativa, da reaproximação diplomática entre Cuba e EUA.
Foram 18 meses de intensas negociações, culminando com a recíproca declaração de Barack Obama e Raul Castro, na reaproximação dessas duas nações. Seu ato inaugural aconteceu mediante a troca do espião Alan Gross e três heróis de Cuba, que cumpriam sentenças de Justiça. Não é tão fácil assim, para o comandante estadunidense. Ele próprio reconheceu a ineficácia da chamada “Lei de Helms-Burton”, diante de sua rejeição na órbita internacional. Foram dezenas de Resoluções da ONU, condenando essa persistência. Desde sua edição, em 1962, pelo governo Kennedy, passando por outros presidentes, sua manutenção foi apaixonadamente defendida por congressistas, especialmente republicanos, financiados pela máfia anticastrista. Só o senador McCaim teria embolsado US$ 183. 415.
Engendraram-se vários planos, visando retomada do poder. Um deles, a fracassada invasão da “Bahía de cochinos” (dos porcos), em abril/1961. Desse pacote o embargo, preexistente antes de oficializada. Prendeu-se a razões político-econômicas, pois Fidel Castro, ao assumir o caráter socialista da Revolução, ordenou às refinarias, na maioria norte-americana, que somente comprassem petróleo cru da URSS. Não sendo cumprida, foram nacionalizadas. Seguidas medidas desse jaez corresponderam a sanções econômicas, como proibição das importações do açúcar cubano e restrição de viagens e remessa de dólares para a Ilha. Nossas gerações assistiram, por 52 anos, a esse bloqueio, que restou numa retração à economia ilheia de US$ 90 bilhões, não obstante Fidel sempre se mostrar ao diálogo. Tal montante correspondeu ao prejuízo, infringido pelos países latino-americanos à orientação política do EUA no Continente. Tirando partido da situação, gerararam sua capacidade de unidade ao criarem seus organismos de defesa, a exemplo da Celac e Unasul, contrapondo-se à OEA.
*Jornalista
inocnf@gmail.com
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