por Laura Alvarenga

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou na última segunda-feira, mais um boletim epidemiológico de monitoramento dos casos de dengue em território mineiro. Os dados referentes à 43ª semana epidemiológica apontam 482.827 registros de casos prováveis de dengue de janeiro até agora.

O Estado viveu três grandes epidemias em 2010, 2013 e 2016. Contudo, o número de casos registrados em 2019, ultrapassou os registros em anos não epidêmicos. Conforme a SES-MG, uma análise dos casos prováveis por faixa etária entre 2010 e 2019, mostra que a dengue atinge se forma semelhante os grupos etários ao longo dos anos avaliados. A predominância consiste em grupos de 20 a 34 anos e, de 35 a 49 anos de idade.

Em decorrência a este cenário, 150 óbitos foram registrados em 46 municípios do Estado. Destes, 94 permanecem em investigação para dengue no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas.

Enquanto isso no município foram constatados 2.861 casos prováveis de dengue até o presente momento, de acordo com o registro estadual. Conforme o secretário de Saúde, Guilherme Afonso, a pasta programou ações intensificadas durante a semana e alguns mutirões aos finais de semana desde o mês de setembro até dezembro.

A pasta ainda lançou o programa Guardião do Quarteirão, visando a participação e conscientização da comunidade através de jovens e crianças. O projeto consiste na visita de alunos das redes de ensino público e privado às residências do município, com foco em ações informativas. Ao final, os estudantes receberão um selo e certificado de participação, além de concorrerem a alguns prêmios. O secretário informou que o projeto é de livre acesso a todos os munícipes, mas ressalta que é recomendável que as escolas interessadas entrem em contato com a secretaria para que recebam todas as informações e orientações sobre o projeto.

“É muito importante que a população faça parte do projeto e se conscientize, mas nesse ano começamos os mutirões e outras ações com muita antecedência e lançamos esse programa, Guardião do Quarteirão, justamente para trazer a comunidade para perto e discutir esses temas”.

Segundo o coordenador do departamento de Controle de Doenças e Zoonoses, Guilherme Carvalho, o resultado do Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes Aegypti (LIRAa) apontou nível de risco médio baixo na cidade, 1,4%. Durante a pesquisa também foi possível notar que a maioria dos depósitos está no nível do solo nas residências. Itens como tambor, tonel, garrafinhas, plástico, lata e lixo misturado, foram o que mais apareceu no levantamento. “A ação que indicamos é a prevenção em tampar as garrafas, deixar virado para baixo quando não tiver condições de eliminar ou cobrir”.

Agora, com o início do período chuvoso até o final do ano, a comunidade volta a se preocupar com a proliferação da doença, havendo até algumas reclamações sobre caixas d’água cheias e destampadas pela cidade. O coordenador do departamento disse que alguns cuidados devem ser tomados nessa época. “A recomendação nesse início de período chuvoso é fazer uma vistoria no seu quintal, verificar se ficou alguma coisa retendo água. Se encontrar larva basta virar o recipiente. A larva fora de água parada morre em segundos após contato com o ar”. Ele ainda ressaltou que a limpeza deve acontecer no máximo em até três dias após a última chuva.

Neste sábado, 26, a secretaria de Saúde através do departamento de Controle de Doenças e Zoonoses, irá promover uma ação preventiva nos bairros Vieno e Vila Olímpica. Outras duas ações estão previstas para acontecer até o fim do ano, provavelmente nos bairros São Sebastião, Goiás parte alta, Alan Kardec e São Judas, com a possibilidade de inclusão de outras localidades.