Tentativa de roubo que terminou com morte na zona rural tem um condenado
ter, 18 de junho de 2019 05:39Da Redação
Há pouco menos de quatro meses, dois primos tentaram assaltar uma fazenda às margens da LMG-748, município de Araguari, rodovia de acesso a Indianópolis. O ataque ocorreu à noite, houve reação e um dos suspeitos, de 23 anos, acabou baleado na cabeça, falecendo alguns dias depois, no Hospital de Clínicas da UFU.
O outro acusado de envolvimento no crime foi julgado na Primeira Vara Criminal da Comarca e condenado por roubo tentado, pegando 2 anos, 11 meses e 16 dias, no regime inicial aberto.
A Juíza Danielle Nunes Pozzer concedeu ao rapaz o direito de recorrer da sentença em liberdade, dado o montante da pena e o regime aberto, não estando mais presentes os requisitos para a manutenção da custódia cautelar.
A magistrada determinou que as armas de fogo, munições e outros materiais bélicos deverão ser encaminhados ao Exército para destruição ou doação.
A defesa do acusado de 25 anos havia requerido a absolvição pela ausência de provas, inclusive pelo fato de as vítimas terem reconhecido o mesmo como participante dos fatos na noite de 22 de fevereiro somente através de uma fotografia enviada por mensagem pelo aparelho celular.
Alegou ainda a defesa que o jovem, no momento do referido delito, se encontrava em casa com seus familiares e que conhecia as vítimas porque morou e trabalhou naquela propriedade rural pelo período de dez meses, em 2014.
Conforme colocado pela Juíza, a prova fornece com absoluta propriedade, detalhes precisos sobre o crime e o expediente adotado pelos envolvidos. Destacou que o depoimento das vítimas está corroborado com a declaração feita pela testemunha em Juízo, no caso o policial militar responsável pela ocorrência.
“Resta claro que o réu e o primo foram à referida fazenda com a intenção de subtrair os bens pertencentes às vítimas e mediante ameaçada exercida com o emprego de armas de fogo e facão, não obtendo êxito em razão de um dos ofendidos ter reagido, efetuando um disparo de arma de fogo”, frisou a magistrada.
OS FATOS
Segundo versão apresentada pela Polícia Militar, os autores chegaram na propriedade rural por volta de 20h, num local de difícil acesso e estavam num Ford/Ka, cor prata. Portando um revólver e um facão, renderam um senhor de 78 anos. Porém, o sobrinho dele, 61 anos, reagiu e disparou contra um dos envolvidos, o qual se feriu e caiu ao solo, enquanto seu comparsa evadiu no carro, tomando rumo ignorado.
A PM foi acionada pela esposa de uma das vítimas. Ela se dirigiu à sede do Batalhão da PM, no bairro Aeroporto, informando que havia recebido uma ligação do marido, o qual narrou o ocorrido e pediu que buscasse ajuda policial.
As guarnições se deslocaram para a referida fazenda, encontrando o suspeito com ferimentos na cabeça, mas apresentando os sinais vitais. Ele foi conduzido até as proximidades da rodovia pelos militares, sendo repassado ao Corpo de Bombeiros.
Ainda de acordo com a PM, na fazenda se encontrava apenas uma das vítimas. O responsável pelo disparo que atingiu o suspeito não aguardou a chegada dos policiais. A arma de fogo utilizada também não foi localizada na ocasião. Foram apreendidos um revólver Rossi, calibre 22, um facão de aproximadamente 50 cm, uma espingarda de pressão, quatro munições intactas, calibre 22 e três cartuchos deflagrados, do mesmo calibre.
As viaturas seguiram em diligência ao longo da noite, encontrando o Ford/Ka na rua Saturno, bairro Novo Horizonte, com uma bateria no banco traseiro. Após consulta ao sistema integrado das polícias, foi apurado que o veículo era do suspeito baleado durante o crime.
Enquanto os militares aguardavam a chegada do guincho para a remoção do automóvel, a mulher da vítima teria confirmado que o Ford/Ka era do seu marido, o qual havia saído de casa naquela noite em companhia de um primo, no entanto, como ficou muito tarde, ela decidiu procurá-lo para saber o que ocorria, não sendo informada sobre os fatos.
Assim, as guarnições foram até a residência do mesmo, na rua Carla Martins dos Santos e efetuaram a sua prisão. O jovem de 25 anos disse que a espingarda apreendida é de sua propriedade e a bateria pertence ao seu veículo, que estava na garagem de sua casa.
A PM colocou no boletim de ocorrência que o suspeito foi reconhecido através de fotografia, tendo prestado serviços naquela propriedade rural, conhecendo muito bem a região.
O delegado de plantão, Gilmar Pereira de Souza ratificou a sua prisão, sendo encaminhado ao presídio local. O homem de 63 anos se apresentou espontaneamente à Polícia Civil e contou sua versão sobre o ocorrido, se colocando à disposição da investigação.
Caso seja confirmada a legítima defesa, o crime de homicídio será descartado. A Polícia Civil ainda não se manifestou a esse respeito.
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