Direito e Justiça
qui, 9 de maio de 2019 05:03
HOMENAGEM ÀS MÃES ( 1 )
Sentença de Salomão:
Vieram duas prostitutas apresentar-se ao rei. Uma delas disse:
– Ouve, meu senhor. Esta mulher e eu habitamos na mesma casa e eu dei à luz junto dela, no mesmo aposento. Três dias depois, deu também ela à luz. Ora, nós vivemos juntas e não havia nenhum estranho conosco nessa casa, pois somente nós duas estávamos ali. Durante a noite morreu o filho dessa mulher, porque o abafou enquanto dormia. Levantou-se ela então, no meio da noite e enquanto a tua serva dormia, tomou o meu filho que estava junto de mim e o deitou em seu seio, deixando no meu o seu filho morto. Quando me levantei pela manhã para amamentar o meu filho, encontrei-o morto; mas, examinando-o atentamente à luz, verifiquei que não era o filho que eu dera à luz.
– É mentira!,” replicou a outra mulher, “o que está vivo é meu filho; o teu é que morreu.”
A primeira contestou:
– Não é assim; o teu filho é o que morreu, o que está vivo é o meu.
E assim disputavam diante do rei.
O rei disse então:
– Tu dizes: é o meu filho que está vivo e o teu é o que morreu; e tu replicas: não é assim; é o teu filho que morreu e o meu é o que está vivo. Vejamos, continuou o rei; trazei-me uma espada.
Trouxeram ao rei uma espada.
– Cortai pelo meio o menino vivo, disse ele e dai metade a uma e metade à outra.
Mas a mulher, mãe do filho vivo, sentiu suas entranhas enternecerem-se e disse ao rei:
– Rogo-te, meu senhor, que dês a ela o menino vivo, não o mateis.
A outra, porém, dizia:
– Ele não será nem teu, nem meu; seja dividido.
Então o rei pronunciou o seu julgamento:
– Dai, disse ele, o menino vivo a essa mulher; não o mateis, pois é ela a sua mãe.
Todo o Israel, ouvindo o julgamento pronunciado pelo rei, encheu-se de respeito por ele, pois via-se que o inspirava a sabedoria divina para fazer justiça.
INTERPRETAÇÃO LIVRE :
A famosíssima Sentença de Salomão pode ser analisada sob três aspectos principais:
O da grande sabedoria de que o Rei Salomão foi presenteado por Deus, permitindo-se-lhe que discernisse de forma correta os problemas vividos por seu Povo de Israel.
O da aplicação e da distribuição da Justiça, de forma imediata e igual, a todo o Povo de Israel, tal qual Deus havia determinado ao Rei.
O do conflito particular, surgido entre as duas mulheres prostitutas, que disputavam como filho uma criança viva, nascida simultaneamente à que morrera.
Nessa disputa, chegou-se a um impasse, quando ambas proclamaram-se mãe, não restando a Salomão outra alternativa que não a de dividir ao meio a criança.
Mas, será mesmo que Salomão não tinha alternativa? Creio que tinha, sim, impregnado que estava da Sabedoria Divina. Se a mãe verdadeira não se mostrasse através do sublime gesto de renúncia, motivado pelo amor, preferindo ver o filho entregue à sua rival do que morto, Salomão certamente haveria de tirar a criança daquelas duas mulheres, eis que nenhuma delas ter-se-ia mostrado digna de tê-la consigo.
Afinal, somente a mãe verdadeira não pode mesmo resistir ao amor que tem pelo filho e abre mão de tudo por esse amor e pela felicidade do ser que gerou e ao qual deu a luz.
Jesus aos Doze Anos
Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Tendo ele atingido doze anos, subiram eles a Jerusalém, segundo o costume da festa.
Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem.
Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos. Mas, não o encontrando, voltaram a Jerusalém à procura dele.
Três dias depois, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas. Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe:
– Meu filho, que nos fizeste? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição.
Respondeu-lhes ele:
– Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu pai?
Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera.
Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração.
E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos Homens. — [1]
COMENTÁRIO LIVRE:
Ah, os pais …!
Para o pai, como para a mãe, os filhos serão eternas crianças, dependentes de sua proteção e aconchego.
Mesmo tendo consciência íntima de que Jesus viera ao mundo, para cumprir um grande destino, José e Maria, como todos os pais, humanamente, angustiaram-se, quando perceberam a ausência do menino.
Ah, Maria, com que ternura e mansidão chamaste a atenção de Jesus e com que grandeza, embora proclamando o dever para com seu Pai Celeste, ele os seguiu docilmente e submeteu-se aos deveres filiais até que a sua hora chegasse, abrindo-o para a vida pública e para a remissão da Humanidade.
Fé Manifestada Por Uma pagã
Jesus partiu dali e retirou-se para os arredores de Tiro e Sidônia. E, eis que uma cananéia, originária daquela terra, gritava:
– Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio.
Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos vieram a ele e lhe disseram com insistência:
– Despede-a, ela nos persegue com seus gritos.
Jesus respondeu-lhes:
– Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
Mas aquela mulher veio prostra-se diante dele, dizendo:
– Senhor, ajuda-me.
Jesus respondeu-lhe:
– Não convém jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos.
– Certamente, Senhor – respondeu-lhe ela –, mas os cachorrinhos, ao menos, comem as migalhas que caem da mesa de seus donos …
Disse-lhe, então, Jesus:
– Ó, mulher, grande é tua fé! Seja feito como desejas. E na mesma hora sua filha ficou curada. — [2]
INTERPRETAÇÃO LIVRE:
Eram chegados os tempos em que o Cordeiro de Deus – que séculos antes fora anunciado aos Hebreus pelos Profetas – deveria vir para espalhar a boa nova (O Evangelho) para toda a Humanidade, Judeus ou Gentios, todos eles, seres humanos indistintamente, Filhos do mesmo e único Deus.
A compaixão de Jesus Cristo para com os seus próximos era infinita, incansável, não impunha lugar, hora ou condição e o seu único limite encontrava-se na própria fé, demonstrada pelos que dele se acercavam em busca de auxílio, cura e consolo.
Jamais Jesus negou a sua presença, o seu toque, o seu sorriso, o seu afeto, o seu Dom a quem quer que dele precisasse e a própria pagã, mulher de uma outra fé – por crer Nele – teve o seu fervoroso e sincero pedido ali mesmo atendido, vendo sua filha salva e livre definitivamente do insidioso demônio físico e moral que a perseguia.
Assim, era Jesus.
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