Governo municipal abriu sindicância para investigar o caso, repassado à Justiça

DA REDAÇÃO – No dia 4 de dezembro de 2013, uma família se dirigia ao cemitério Bom Jesus, a fim de sepultar um ente querido próximo à 9ª quadra das imediações. O enterro ocorreu por volta da 17h30, seguindo os procedimentos normais. No entanto, o que muitos não esperavam é que aquela cerimônia teria sido propiciada por um crime.

Na manhã daquele dia, um cargo de confiança do governo municipal se reuniu cerca de três vezes com os referidos familiares. Questionado pelo supervisor geral de cemitérios, Marcos Luciano Sales Junior, ele abordou a possibilidade de conseguir uma área para enterrar o corpo.

Suspeitando da situação, Marcos Luciano informou acerca do decreto nº 074, de 29 de maio de 2013, no qual prevê a proibição da abertura de um novo túmulo no cemitério. Diante disso, o cargo comissionado alegou que a família detinha de autorização da responsável pelo jazigo. Enquanto isso, o funcionário de uma empresa entregou o atestado de óbito, sem a taxa de sepultamento.

Certo dia, a responsável pelo jazigo retornou ao cemitério à procura do referido cargo de confiança, que estava viajando. Quando Marcos Luciano se dispôs a ajudar, ela rechaçou o apoio. Não satisfeito, o supervisor geral, juntamente com integrantes da prefeitura, insistiu para que ela revelasse o motivo da visita, e assim o fez.

O sepultamento do dia 4 de dezembro renderia R$ 4.500,00 destinados entre ela e o cargo de confiança. Além disso, os familiares desembolsariam mais R$ 10 mil por outro jazigo, a ser construído posteriormente. Todas essas informações constam em uma denúncia, apresentada essa semana pela vereadora Eunice Maria Mendes (PMDB).

Nesta terça-feira, 1º, ela cobrou, em forma de requerimento, informações do Executivo acerca do caso. Em entrevista ao Jornal Gazeta do Triângulo, o responsável pela denúncia, Marcos Luciano, confirmou o documento, que segundo ele, foi repassado ao departamento jurídico.

Procurado pela reportagem, Leonardo Furtado Borelli, procurador geral do município, explicou a situação. Além disso, garantiu medidas efetivas a serem concretizadas em breve.

“Realmente houve essa suspeita e abrimos uma sindicância que ainda está tramitando. Passamos para as polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, de modo que o quadro envolve crime de corrupção e outros delitos. Garanto que a questão está sendo apurada com rigor. Infelizmente, temos muitos processos de transgressão funcional, o que acumula a carga de serviços. Mesmo assim, a partir do resultado, iremos manifestar com a exoneração do determinado cargo de confiança e a demissão de um funcionário, uma vez que temos a informação de que não se restringe apenas a servidores públicos”, exclamou.

Atualmente, o cemitério Bom Jesus é palco de várias reclamações acerca das ações de limpeza. Para isso, uma licitação prevista em breve colocará uma empresa credenciada para atender todos os locais compreendidos sob jurisdição de Araguari. Enquanto o processo não é consolidado, um contrato emergencial atende a demanda do serviço.