por Tatiana Oliveira

Valor cobrado e excesso de disponibilidade de vagas são os principais pontos levantados

Nessa segunda-feira, 25, começou oficialmente a cobrança do estacionamento rotativo no centro da cidade. Na primeira semana de uso do sistema, as opiniões divergem entre favorável e contrário. A Gazeta do Triângulo ouviu clientes que fazem compras no centro da cidade para saber a opinião sobre a “Zona Azul”.

 

Problemas como a falta de informação prestada pelos monitores e o preço cobrado pela vaga foram alguns dos apontados por quem não está satisfeito com o rotativo. Ao todo, 30 monitores estão espalhados pelas ruas onde é realizada a cobrança, mas, para alguns motoristas, o número não é suficiente.

Próximo à uma agência bancária, Mariana Rodrigues relata que aguardou 15 minutos e nenhum monitor apareceu. “Acabei desistindo e fui fazer minhas compras, mas com um pouco de receito de ser multada”, relata. A jovem de 23 anos não possui a TAG ou o aplicativo no celular e desconhecia sobre a existência dessas formas de pagamento. “Fico um pouco em dúvida, pois não sei como funciona direito, como faço para pagar pela vaga”, explica.

Para o músico Thiago Robertto Póvoa de Lima, ainda não há como avaliar se a iniciativa é positiva ou não. “Havia um problema a ser resolvido em relação às vagas no centro da cidade, é inegável. Desde que os moldes de implantação e funcionamento não se configurem apenas como uma atividade comercial oportunista, é positivo”, opina. “Toda mudança gera um desconforto inicial e alguma polêmica. É preciso dar tempo para que se possa perceber se o resultado foi positivo ou negativo. Bater o martelo imediatamente em relação a isso é pura precipitação”, completa.

Grande parte dos entrevistados pela Gazeta acreditam que a iniciativa é positiva, como é o caso de Michel Franque. “Percebemos que mais da metade dos automóveis que ficavam nesses espaços eram dos próprios funcionários que trabalham no centro, pois sempre eram os mesmos carros que estavam estacionados. Isso atrapalha aqueles que estavam indo para compras”, explica.

Wania Figueiredo não vê melhoras para o comércio. “Muito pelo contrário, creio que tenha atrapalhado os comerciantes com essa cobrança. Os estabelecimentos estão pagando para os clientes comprarem em suas lojas, não acho justo”, opina. Vinícius Gama discorda de Figueiredo. “Acho a justificativa dos contrários, que falam que isso diminuirá o lucro do comércio, no mínimo incerta, uma vez que o cliente objetivo, ou seja, aquele que sabe o que vai comprar, tem mais comodidade em estacionar mais próximo da loja de sua preferência”, explana. “Agora imagine você rodar o centro todo a procura de uma vaga e bem na frente da loja que gostaria de comprar ter o carro do dono da loja ou do vendedor estacionado”, completa.

Gitana Carvalho posicionou-se a favor do rotativo, mas acredita que a fiscalização está a desejar. “O trânsito está mais organizado, a gente consegue estacionar e o preço, para mim, é justo. O único problema é que, como a faixa de pedestres não ter o sensor, há motorista estacionando em cima delas. Falta fiscalização”, disse.

Diogo Martins concorda em partes com a implantação. “Sou a favor do rotativo, mas apenas em locais de extrema necessidade como por exemplo a rua Rui Barbosa, avenida Tiradentes, parte da Rio Branco, parte da Marciano Santos, da Rodolfo Paixão, da Afonso Pena, praça Manoel Bonito etc.”. Para ele, é desnecessária em locais de baixo fluxo de veículos. “Sem contar que a mão de obra necessária para fiscalizar o centro todo é de grande prejuízo para o município”, completa.

Bruna Rondi vê grandes vantagens do estacionamento rotativo, principalmente em questão de economia de tempo. “Fui no banco sacar dinheiro na quarta-feira e parei na porta. Saquei em 5 minutos, voltei para o carro e fui embora. Antes eu levaria aproximadamente 25 minutos para fazer a mesma coisa”, disse. Segundo ela, a mesma vantagem foi percebida quando teve que ir ao médico. “Antes da Zona Azul, se precisava ir ao médico marcado para as 16h30, pelo menos às 16h eu tinha que começar a procurar vaga”, conta. “A gasolina está quase R$ 4 o litro, o que eu gastava procurando vaga para estacionar é o que pago de Zona Azul”, acrescenta.

Mesmo com as vagas disponíveis, alguns motoristas preferem estacionar em uma garagem particular, como é o caso de Alan Gomes. “Como tem que pagar, prefiro que fique em um estacionamento, por estar protegido e coberto”, disse.