por Talita Gonçalves

Em meio a ânimos exaltados, reviravolta e brigas, foi realizada a sessão solene de posse e a eleição da mesa diretora da Câmara neste domingo, 1º, na sede da CDL. Luiz Antônio de Oliveira, o Luiz Construtor (PSDB) foi eleito para ocupar o cargo de presidente do Legislativo no mandato 2017-2018.

Até então, os dois favoritos na disputa eram os vereadores Leonardo Rodrigues da Silva, o “Leo Mulata” (PP) eleito pela coligação de Raul Belém (PP) e Cláudio Coelho (SD) eleito pela coligação do prefeito Marcos Coelho (PMDB).

A tensão em torno da esperada votação começou antes mesmo da cerimônia. No hall de entrada da CDL, familiares e apoiadores de Leo Mulata acusaram Luiz Construtor de ter descumprido o que havia sido combinado com o grupo e um início de desentendimento foi dissipado pela Polícia Militar.

 

Conforme o regimento, o vereador mais velho deve conduzir os trabalhos e assim, Vanderlei Inácio, o “Mãe Preta” (PRTB) deu início a sessão extraordinária. Integrantes da plateia, principalmente apoiadores de Leo Mulata e Sebastião Vieira, o “Tiãozinho do Sindicato” (PRP) se exaltaram, discutindo entre si e disparando ofensas a Luiz Construtor. O clima foi de apreensão.

Pouco tempo depois do início da sessão solene, Ubaldo Rodrigues, ex-procurador do município e pai de Leo Mulata, entrou no auditório acusando o peessedebista de ter sido desleal e chegou a subir no palco onde estavam os vereadores. Imagens feitas por câmeras de celulares mostram o momento em que ele empurrou Wesley Lucas de Mendonça (PPS) e foi contido pelo comandante da Polícia Militar, tenente coronel Adriano César Ribeiro Araújo. Ubaldo foi retirado pelos policiais e conforme apurou a reportagem, o tumulto continuou na porta.

 

Logo após o incidente, Ana Lúcia Rodrigues (PTB) se retirou da mesa alegando que estava se sentindo mal e não chegou a tomar posse. Virgínia Alcântara (PTC) foi empossada, mas também demonstrou mal estar e deixou o local. As duas foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas à Unidade de Pronto Atendimento. Elas não participaram da votação da presidência. Retomados os trabalhos, a gritaria por parte de algumas pessoas da plateia continuou.

ELEIÇÃO DA MESA

Após a posse, teve início a votação para a mesa diretora, composta pelo presidente, vice-presidente, 1º secretário e 2º secretário. Os candidatos a 2º secretário foram Lúcio Flávio Rodrigues da Cunha “Quejera” (PSDB) e Wellington Resende, o Wellington das Botinas (PMN)). Os candidatos a primeiro secretário foram Wesley Lucas de Mendonça (PPS) e Sebastião Vieira, o “Tiãozinho do Sindicato” (PRP). A vice-presidência ficou entre Paulo do Vale (PV) e Cláudio Coelho (SD). Na disputa pela presidência, concorreram Leo Multa e Luiz Construtor.

Encerrada a votação, os vereadores que votaram em Leo Mulata foram embora antes da leitura da ata que marcou o final da solenidade. A primeira sessão ordinária do ano está marcada para o dia 17 de janeiro.

VOTAÇÃO DA PRESIDÊNCIA

• Carlos Machado: Leo Mulata
• Cláudio Coelho: Luiz Construtor
• Dhiosney de Andrade: Luiz Construtor
• Giuliano Sousa Rodrigues: abstenção
• Jander Patrocínio: Luiz Construtor
• Leo Mulata: Leo Mulata
• Levi Siqueira: Luiz Construtor
• Lúcio Flávio ‘Quejera’: Leo Mulata
• Luiz Antonio de Oliveira ‘Luiz Construtor’: Luiz Construtor
• Paulo do Vale: Leo Mulata
• Sebastião Vieira: Leo Mulata
• Vanderlei Inácio ‘Mãe Preta’: Luiz Construtor
• Warley Ferreira de Morais ‘Warley Maravilha’: Luiz Construtor
• Wellington Resende da Silva ‘Wellington das Botinas’: Luiz Construtor
• Wesley Lucas de Mendonça: Luiz Construtor

 

“Vamos esperar passar”

Em meio a avalanche de críticas e ofensas, Luiz Construtor adotou um tom ameno em relação às circunstâncias. “Foi muito polêmica, mas tive meus motivos. Meu mandato não é meu, é do povo que votou em mim, que abriu suas empresas e casas e que desejou que eu estivesse aqui. Não posso dizer que estou feliz, foi muito duro, mas acredito que há sinal de uma reconstrução. Numa disputa, um sai ferido. Vamos esperar passar,” afirmou.

O vereador afirma que o desejo de ser presidente da Câmara era antigo e que pretende trabalhar. Para ele, a vitória veio acompanhada de pesar. “Ia votar, mas na última semana, as pessoas foram me ligando. Decidi sofrer o que sofri. Acho que não havia motivo para tanto, pois a Câmara é formada pelos 17 vereadores e não por um só. Isso está me afetando muito. Deveria estar feliz, deveria ter sido de uma outra forma. Sempre tive vontade de me candidatar. Aconteceu. Qualquer vereador pode colocar o nome à disposição. Agora é trabalhar por Araguari e fazer o melhor possível,” concluiu.