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Ficha Técnica – Cada um com seu cada qual

qua, 31 de agosto de 2016 05:40

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Tarde de domingo. O tempo se confunde com a atmosfera densa daquele dia. A manobra minuciosa parece quase invisível aos olhos. O público parece testemunha de um crime hediondo. Um golpe amargo, feito apunhalada pelas costas. Sente-se o fardo da responsabilidade de um povo ao redor. Foram uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito pedaladas para ludibriar o adversário. Mas não era Dilma, Aécio das Neves ou uma ‘DR’ política de Fátima Bernardes e William Bonner. O autor foi Robson de Souza.

Antigos meninos da Vila, Diego e Robinho se tornam esperança na briga pelo título

Antigos meninos da Vila, Diego e Robinho se tornam esperança na briga pelo título

 

Impotente diante da magia que se construía sob os olhos, a vítima Rogério nada pôde fazer a não ser interromper tudo que se passava com a única alternativa que restava, a infração. O pênalti abriu o placar do jogo que daria o título brasileiro para o Santos sobre o Corinthians, por 3 a 2. Ao contrário da política do país, aquela geração santista de 2002 mostrava que sabia fazer alianças como ninguém.

Autor das pedaladas e do gol, Robinho era o garoto prodígio daquele time ao lado de Diego Ribas. Juntos, eles fizeram de um desacreditado, franco atirador na reta final do torneio. Travessos para dançar sobre o escudo do São Paulo no Morumbi nas quartas de final. Destemidos pra medir forças com o favorito Corinthians de Carlos Alberto Parreira na decisão. Os meninos da Vila reativaram a fonte do celeiro de jovens talentos da Baixada Santista.

Aquele foi um dos grandes momentos que guardo do futebol brasileiro no início dos anos 2000. Nascido em São Vicente, Robinho foi 10 do Real Madrid, o melhor da Copa América de 2007, passou por dois mundiais, chegou a retornar ao Santos e virou até negócio da China. Diego, natural de Ribeirão, foi digno de “Trófeu Dragão” como melhor do ano em Portugal, reverenciado por Franz Beckenbauer na Alemanha e bicampeão da América com a seleção brasileira.

Em 2016, os antigos meninos da Vila retornaram ao Brasil para vestir cores diferentes. Com dois gols em dois jogos, Diego é a esperança do Flamengo na vice-liderança. Uma posição abaixo está o Galo, do artilheiro Robinho com 10 gols. No final de outubro, eles se reencontram para medir forças em Belo Horizonte. Até lá, quem ganha é o futebol brasileiro. ‘Trintões’, os velhos amigos ganham a chance de escrever novos capítulos de sua história, cada um com seu cada qual.

 

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