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Serviço de qualidade e fidelidade da clientela mantém viva a profissão de engraxate

qui, 21 de julho de 2016 05:30

por Mel Soares

Nenzinho trabalhou na profissão até os seus últimos dias de vida

Nenzinho trabalhou na profissão até os seus últimos dias de vida

Encontrar um engraxate é algo raro nos dias de hoje. A era do capitalismo aliada a facilidade de adquirir sapatos novos é um dos principais motivos da escassez desta mão de obra. No entanto, ainda existem homens e mulheres que gostam de exibir calçados impecáveis diariamente. E para manter o aspecto brilhoso do calçado, a única maneira é recorrer a um engraxate.

O representante de vendas, Joaquim Neto, mora em Uberlândia e aproveita suas vindas em Araguari a trabalho para oferecer brilho aos seus sapatos, pelo menos uma vez por mês. “Sou cliente há dois anos. Mesmo morando em outra cidade prefiro o engraxate de Araguari. É um trabalho muito bem feito”, disse.

O serviço é realizado por Silvio Luiz de 76 anos de idade. Clientes de várias partes do Brasil solicitam o engraxate todos os dias. “Não há como precisar o número de encomendas e de pessoas que passam por aqui. Só sei dizer que não fico parado, sempre tem serviço”, argumentou.

As atividades são promovidas na rua Brasil Accioly, 53, de segunda à sexta-feira, das 7h45 às 17h e aos sábados, entre 7h45 e meio dia.

O trabalho foi iniciado há pouco mais de dois anos por incentivo de Argentino Augusto de Oliveira, mais conhecido como ‘Nenzinho’. “Foi um compromisso que eu fiz. Ele exerceu esta função por 68 anos e não queria que o seu comércio fosse abandonado. Anos antes de morrer me fez esta proposta de dar continuidade. No início fiquei um pouco receoso, mas rapidamente aprendi a profissão e comecei a ajudá-lo”, destacou.

Clientes de várias cidades solicitam o engraxate de Araguari

Clientes de várias cidades solicitam o engraxate de Araguari

 

‘Nenzinho’ conseguiu trabalhar até o dia 5 de abril deste ano. Problemas de saúde o impediram de dar prosseguimento, e em menos de dois meses ele faleceu, aos 83 anos de idade. “Nenzinho foi um homem muito honesto e querido por todos. Sou muito feliz nesta profissão que ele me ensinou. Tenho minha aposentadoria, mas não pretendo parar de trabalhar tão cedo”, finalizou Silvio Luiz.

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