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Bebê prematuro volta para casa depois de três meses de internação

qui, 28 de janeiro de 2016 08:30

por Mel Soares

Caso chamou atenção devido às poucas chances de sobrevivência

A história, que comoveu familiares, Corpo de Bombeiros e equipe médica, é protagonizada por Guilherme Loureiro da Silva, atualmente com três meses de idade.

O caso ganhou repercussão em Araguari e região durante o nascimento do garoto, cujo parto ocorreu de maneira natural no dia 14 de outubro de 2015, em uma residência no bairro Maria Eugênia.

Imprensa local e da região acompanhou a visita dos bombeiros, que salvaram a vida de um bebê prematuro

Imprensa local e da região acompanhou a visita dos bombeiros, que salvaram a vida de um bebê prematuro

 

Nesta quarta-feira, 27, durante visita dos Bombeiros na área neonatal da Santa Casa de Misericórdia, a mãe, Francis Luana Loureiro, de 25 anos, contou à imprensa como tudo aconteceu. “Na madrugada deste dia cheguei em casa depois do trabalho, deitei um pouco e por volta das 11h senti vontade de ir ao banheiro. Minutos depois, senti algo diferente e notei que estava prestes a dar à luz”. Sozinha em casa, ela conta que o parto aconteceu de forma natural. “Utilizei uma tesoura que estava no armário do banheiro para cortar o cordão umbilical. Logo depois, acionei o Corpo de Bombeiros”, revela emocionada.

Ao chegar na residência, localizada na rua Niquelândia, os sargentos Júlio César, Naves e Neilson avistaram a mãe na porta da casa esperando pelo socorro. “O bebê estava dentro do banheiro ainda com sinais vitais. Imediatamente, demos início a vários procedimentos de primeiros socorros, dentre eles, a oxigenoterapia. Mas não imaginávamos que ele iria sobreviver. Foi um verdadeiro milagre”, destacou o militar Júlio César.

Segundo a médica plantonista da Santa Casa, especialista em neonatologia, Elaine Boaventura de Oliveira, estima-se por meio de exames físicos que o bebê tenha nascido com seis meses de gestação, cujo peso era de 780 gramas e altura de 36 centímetros. “A pesagem é feita todos os dias. Hoje, depois de três meses e onze dias, ele tem 2,330 quilos e sua altura é de 43,5 centímetros”, informou.

A alta médica está prevista para ocorrer amanhã, 30. A mãe da criança comenta que pôde pegar Guilherme no colo apenas quando completou dois meses de idade. Questionada sobre a gestação, ela disse com clareza que não sabia e inclusive fez alguns exames um mês antes. “Fui ao postinho e fiz exames que detectaram anemia, mas não gravidez. Achei apenas que estaria fora do peso. O único sintoma diferente foi o aumento da fome”, afirmou.

Na visita, Francis Luana apresentou o seu filho João Vitor de seis anos. “Na gravidez dele precisei tomar medicamentos para não perdê-lo. Mas o seu nascimento ocorreu quando eu estava com praticamente nove meses de gestação”, explicou.

Apesar da liberação para casa, o bebê precisará de cuidados especiais e será acompanhado de perto até os dois anos de idade. “Neste período, diversos exames devem ser realizados periodicamente. Por enquanto, não há como diagnosticar acerca de seu desenvolvimento”, argumentou a médica.

A reportagem falou com o obstetra e ginecologista, José Alberto Azevedo de Souza, sobre o índice de crianças que nascem nesta mesma situação, ou seja, de mães que não desconfiam da gravidez. “É um caso muito raro. Nos primeiros meses, a mulher sente diferenças nítidas em seu corpo como o aumento do peso e a sensação do feto se mexendo. Fora a ausência de menstruação. Realmente, trata-se de uma exceção”, concluiu o profissional.

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