por Talita Gonçalves

Com o deferimento para início da reintegração de posse autorizado, uma primeira tratativa aconteceu na manhã de ontem, 26, entre autoridades e órgãos envolvidos para discutir a situação das famílias que invadiram imóveis construídos pelo “Minha Casa Minha Vida”.

A reunião entre os representantes da Polícia Federal e Militar, Caixa Econômica Federal, Ministério Público e secretaria de Planejamento foi classificada como preparatória, ponto de partida para o planejamento da desocupação dos imóveis.

 

As invasões no residencial Bella Suíça III começaram por volta de julho do ano passado. Na época, a reportagem da Gazeta do Triângulo falou com algumas dessas pessoas quando afirmaram que as casas estavam com as portas destrancadas, enquanto outras assumiram ter cometido vandalismo para entrar.

Ao todo, são 51 casas invadidas de acordo com a secretária de Planejamento e Habitação, Eliane Gussoni. Desse total, 31 endereços foram sorteados. Enquanto isso, os proprietários estão à espera da reintegração. O sorteio dos endereços restantes está previsto para a próxima semana.

Ela afirma que a pasta possui um relatório geral com informações de todas as famílias que ocuparam os imóveis. A maioria delas seria de Araguari, enquanto algumas teriam vindo de Uberlândia.

Segundo o comandante do 53º BPM, major Ednaldo Assis de Andrade, a Polícia Militar aguarda a autorização do Estado Maior em Belo Horizonte para dar continuidade ao processo, que ainda conta com outras tentativas antes da data final para o uso de força; caso necessário. “O nosso objetivo é garantir a saída da forma mais pacífica possível. Essas famílias serão notificadas a comparecer a uma reunião com as autoridades envolvidas, onde vamos explicar que esta é a melhor forma de resolver a situação. Existe a ordem judicial para a desapropriação e estamos nos preparando para isso,” explica.

Ele ainda ressaltou que outros órgãos, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), representantes de entidades de defesa dos Direitos Humanos, secretaria de Ação Social, costumam acompanhar a ação da Polícia, segundo ele, pautada no respeito à garantia dos direitos das pessoas envolvidas.

Quanto ao apoio às famílias que ocuparam ilegalmente os imóveis, a secretária de Planejamento afirmou que, caso haja necessidade de realizar a desapropriação à força, haverá uma estrutura para auxiliá-los com a mudança. A prefeitura também estuda disponibilizar um galpão para que eles possam deixar seus móveis e pertences.

Concluída a reintegração de posse, a Caixa deverá realizar uma vistoria para avaliar o estado de conservação desses imóveis, que deverão ser entregues aos proprietários sem nenhuma avaria. Se houver necessidade de reforma, Gussoni afirma que o recurso virá do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).