Da Redação

“Embora exista contrariedade por parte dos araguarinos no que tange à cobrança de pedágio, é inevitável dizer que sua existência trouxe vantagens”. A colocação é do delegado Fernando de Campos Storti, da Quarta Delegacia Regional de Polícia Civil, confirmando previsão feita por ele em 2014, quando se cogitava a instalação de praças de pedágio na BR-050, duas delas no município de Araguari, nos quilômetros 13 e 51.

 

Fernando Storti observou que os ataques criminosos eram constantes, especialmente no trecho de acesso à cidade goiana de Catalão, com a média de quase uma ocorrência por semana. Ônibus de linha e de turismo foram os principais alvos de criminosos fortemente armados. Após renderem motoristas e passageiros, eles roubavam pertences de todos, normalmente com os veículos levados até estradas vicinais.

A cobrança de pedágio começou em abril e desde então não houve casos dessa natureza, de acordo com o delegado. “Não recebemos nenhuma ocorrência no período e acreditamos que essa redução irá permanecer”, observou.

O policial entende que os bandidos ficaram inibidos por conta da fiscalização 24 horas, não havendo como escapar pela rodovia, uma vez que podem ser flagrados pelas câmeras instaladas nas praças de pedágio. “Avaliando a questão segurança, foi uma conquista expressiva para Araguari e região”.

Dois meses antes da instalação do pedágio, segundo levantamento da Gazeta do Triângulo, a média era de ao menos um roubo a ônibus de turismo por semana no referido trecho, nos estados de Minas Gerais e Goiás, além de abordagens aos motoristas de carros de passeio, caminhonetes, caminhões e carretas.

Em fevereiro, um bando fortemente armado assaltou um caminhoneiro de 41 anos, levando seu veículo. Instantes depois, os autores, que ocupavam um automóvel VW/Pólo, cor vermelha, mandaram o motorista de um ônibus parar e anunciaram o roubo. Numa estrada vicinal, mediante ameaças e com as vítimas sob a mira de armas de fogo, os ladrões subtraíram pertences de mais de 40 passageiros.

Foram levados aparelhos celulares, notebooks, tablets, cartões bancários, quantias em dinheiro, máquinas fotográficas, relógios, entre outros. Após o arrastão, os bandidos fugiram. Os passageiros foram até a rodovia e pediram ajuda para motoristas que trafegavam pelo trecho, acionando os patrulheiros federais. O ônibus seguia de Brasília/DF com destino a São Paulo/SP.