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Secretário de Governo participa como testemunha na ‘CLI da Caçamba’

sáb, 11 de abril de 2015 06:16

Da Redação

A abertura da CLI foi motivada após denúncias realizadas no Plenário da Câmara, no dia 20 de janeiro pelo empreiteiro Juliano Abadio dos Reis, responsável pela empresa Disk Caçamba.

 Secretário de Governo Oliro Junior presta depoimento à ‘CLI da Caçamba’


Secretário de Governo Oliro Junior presta depoimento à ‘CLI da Caçamba’

 

Em menos de um mês, no dia 10 de fevereiro, o poder Legislativo conseguiu o número necessário de assinaturas para criação da Comissão Legislativa de Inquérito (CLI), composta pelos vereadores Sebastião Joaquim Vieira (PRP) – presidente, José Donizete Luciano (PP) – relator e Rafael Guedes (SD) – membro.

Até agora, quatorze pessoas foram ouvidas na investigação, realizada na sede da Câmara dos Vereadores e aberta ao público. A última pessoa intimada a participar como testemunha foi o secretário de Governo Oliro Vieira da Costa Junior, que esteve presente no Plenário, na manhã desta sexta-feira, 10

A determinação desta oitiva partiu do primeiro depoimento, concedido por Juliano Reis, no dia 23 de março. Em suas declarações, o empreiteiro disse que, após o término dos serviços em meados de 2013, recorreu ao Procurador Geral do Município e ao secretário de Governo, solicitando o pagamento pelos trabalhos de cascalhamento e limpeza.

Segundo Juliano, cada um deles repassou-lhe a quantia de R$ 10 mil, dinheiro recebido sem nenhuma comprovação documental. O secretário de Governo negou ter conhecimento sobre o assunto, dizendo que foi por meio da imprensa que soube da prestação de serviços, por volta do mês de janeiro deste ano.

No primeiro semestre de 2013, Oliro Junior, que ainda permanecia no cargo de secretário de Gabinete, disse que jamais teve a função de mediar conversas entre o empreiteiro e o prefeito Raul Belém (PP), afirmações feitas pelo empreiteiro.

Destaques durante as oitivas

A reportagem vem acompanhando as declarações desde o início das oitivas. Os primeiros depoimentos, que confirmam a prestação de serviços realizada pelo empreiteiro em terrenos da prefeitura, foram concedidos pelos motoristas Diego Seidensteicker e Clayton Cristóvão Cursino.

Plenário da Câmara é palco de oitivas abertas ao público

Plenário da Câmara é palco de oitivas abertas ao público

 

Ambos relataram de que maneira aconteceu o pagamento. Diego descreveu detalhadamente a respeito do recebimento do acerto, com o desconto de 20% do valor total a cada motorista.

Neste depoimento, a assessora especial do prefeito Raul Belém é apontada como uma das pessoas presentes neste dia, assim como o então secretário e diretor da pasta de Serviços Urbanos: Uguney Carrijo e Jander Patrocínio, respectivamente.

No depoimento concedido por Clarissa Magalhães Pereira nesta quinta-feira, 9, ela confirma a participação neste dia,  apenas pela amizade a proprietária da casa, alegando não ter conhecimento de que o Executivo estava envolvido.

No dia 30 de março, o ex- diretor de Serviços Urbanos Jander Patrocínio, declarou em depoimento o seu envolvimento direto no dia do pagamento aos motoristas, acrescentando que o valor de quase R$ 150 mil foi pego por ele, juntamente com o ex-secretário Uguney, no gabinete do Procurador Geral do município Leonardo Furtado Borelli.

Por ser apontado durante as investigações, Borelli foi intimado a comparecer na CLI na tarde desta quinta-feira. Seu depoimento perdurou por aproximadamente duas horas.

Conforme apurado pela reportagem, o Procurador citou a importância da Sindicância realizada pela prefeitura ainda no ano de 2013, que comprovou a realização dos serviços, no entanto, sem nenhum indício documental para que fosse exigido o pagamento.

O Procurador fez diversas declarações apontando irresponsabilidade dos gestores da secretaria de Serviços Urbanos naquele período, inclusive, destacando que a acusação de Jander na CLI motivará processo judicial contra ele.

Questionado pelo vereador Rafael Guedes a respeito da exoneração de Jander, diretor do Canil Municipal, o Procurador respondeu que a ação foi motivada pelas declarações caluniosas e criminosas, concedidas por um cargo de confiança.

Próximos capítulos

De acordo com esclarecimentos da Comissão, os depoimentos devem ter continuidade na próxima semana e após a conclusão de investigações, que ainda não tem previsão para finalizar, o material será encaminhado ao Ministério Público.

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