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‘CLI da Caçamba’ prossegue com investigações

sex, 10 de abril de 2015 06:09

Da Redação

Nesta quinta-feira, 9, a CLI – Comissão Legislativa de Inquérito – deu continuidade a oitiva, por meio dos depoimentos de Clarissa Magalhães Pereira e Leonardo Borelli, intimados após terem seus nomes citados por testemunhas.

A assessora do prefeito Raul Belém (PP), teve seu nome mencionado durante declarações de motoristas que prestaram serviços para o empreiteiro do Disk Caçamba, o qual alega que a prefeitura tem uma dívida com ele de aproximadamente 600 mil reais, referente a trabalhos realizados no primeiro semestre de 2013.

Depoimento de Clarissa Magalhães foi concedido na manhã desta quinta-feira

Depoimento de Clarissa Magalhães foi concedido na manhã desta quinta-feira

 

Clarissa foi identificada como uma das pessoas presentes no dia do pagamento aos motoristas ocorrido em uma residência no bairro Amorim em meados do referido ano. Em depoimento, ela admitiu ter participado deste momento, pelo fato de ser amiga da proprietária da casa, namorada de Jander Patrocínio, na época, diretor da secretaria de Serviços Urbanos.

Segundo afirmou, a situação não causou a ela estranheza, pois tinha conhecimento de que Uguney Carrijo estava sendo pressionado por motoristas.

Por outro lado, ela nega conhecer a origem do dinheiro e disse apenas que presenciou o pagamento, incluindo, o preenchimento de recibos, não sabendo precisar a quantidade de motoristas que receberam os valores, afirmando que ouviu quando comentaram que o dinheiro não quitaria toda a dívida.

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Leonardo Borelli admitiu que o erário público não tem compromisso com serviços realizados irregularmente

 

Nas declarações iniciais, ela afirma que no período de janeiro a julho de 2013 já ocupava o cargo de assessora especial do chefe do Executivo, admitindo conhecer Juliano, no entanto, desconhecendo que ele tenha feito algum tipo de serviço para a prefeitura durante este período.

De acordo com o depoimento, Clarissa chegou a ter contato com o empreiteiro, que objetivava conversar com Raul Belém. No entanto, não soube precisar o número de vezes que isto aconteceu, dizendo ainda que se tratava de assunto pessoal, não sabendo ao certo se, de fato, as reuniões aconteceram.

A testemunha confessa que nesta época teve contato com o ex- secretário Uguney Carrijo, para quem fez diversos pedidos como a prestação de serviços de limpeza em terrenos públicos, não sabendo informar qual o nome da empresa responsável pelos trabalhos.

Clarissa disse que autoriza a quebra dos seus registros telefônicos, assim como declarado pelo Procurador Geral do município, Leonardo Furtado Borelli, o segundo a conceder depoimento nesta quinta-feira, 9.

Durante o depoimento, além de colocar a disposição da CLI, a quebra de sigilo telefônico, bancário e telemático, Borelli disse que conheceu Juliano no ano de 2015, acrescentando que em 2013 foi aberta uma sindicância para que o assunto fosse averiguado.

Ele disse ainda, que no início de 2013, todos os secretários municipais foram conscientizados sobre a importância de formalizar as contratações, por meio de embasamento jurídico.

O procurador afirmou que nunca houve requisição e nem mesmo pedido administrativo de pagamento ao poder público do município, sendo que verbalmente seria impossível efetuar pagamento.

Durante a oitiva, o procurador criticou a maneira como está sendo conduzida a CLI, dizendo ainda, que o caminho mais seguro a seguir pelo empreiteiro seria o Poder Judiciário.

Conforme acompanhado pela reportagem, até agora, mais de dez pessoas foram ouvidas no Plenário da Câmara pelos vereadores Sebastião Joaquim Vieira ‘Tiãozinho’, (PRP) como presidente da CLI, José Donizete Luciano ‘Tenente Luciano’ (PP) – relator e Rafael Guedes (SD) – membro.

Primeiro dia de depoimentos

O primeiro a depor foi o empreiteiro Juliano Reis, no dia 23 de março, que voltou a afirmar suas denúncias contra a administração de Raul Belém (PP). José Radi Neto, que permaneceu por um ano na administração atual, concedeu depoimento no mesmo dia. Ao ser indagado a respeito de prestação de serviços do Disk Caçamba, o ex-secretário de Obras disse que não tem conhecimento sobre esses serviços.

Segundo dia

No dia 25 de março foi a vez de coletar depoimentos de dois motoristas, que prestaram serviços a Juliano por meio de sua empresa Disk Caçamba: Diego Seidensteicker e Clayton Cristóvão Cursino. Ambos relataram sobre como se deu o recebimento dos serviços, com o desconto de 20% do combinado.

Terceiro dia

No dia 30 de março, quatro testemunhas foram ouvidas, sendo elas: Jander Patrocínio, Jadilson Firmino da Silva, Marcos Luciano Sales Junior e Alexandre Prado Castro. Dentre eles, o depoimento mais aguardado foi o de Jander Patrocínio, na época, diretor da secretaria de Serviços Urbanos. Atualmente no cargo de diretor do Canil Municipal, o servidor afirmou ter conhecimento sobre os fatos, inclusive que participou no dia do pagamento aos motoristas. Segundo admitiu, uma maleta contendo supostamente a quantia de R$ 140 mil foi entregue por Leonardo Borelli, Procurador do município.

Quarto dia

A oitiva desta segunda feira, 6, contou com os depoimentos de Carlos Vieira Dias, conhecido como ‘Carlinho oreia’, responsável pela empresa Ponta Minas Serviços LTDA, Clayton Francisco Brazão, presidente da Associação dos Moradores do bairro Novo Horizonte e Roberto Paganini, membro de Associações de Proteção aos Animais. Clayton Francisco Brazão, o primeiro a depor, confirmou que os serviços de limpeza em terrenos, retirada de entulho e cascalhamento no bairro bem como no residencial Canaã, foram promovidos pela empresa Disk Caçamba, não sabendo dizer, se o prefeito era conhecedor sobre o serviço prestado.

Carlos Vieira disse que prestou serviços para a prefeitura no primeiro semestre de 2013, por meio de contrato iniciado provavelmente em 2011, e presenciou apenas um trabalho realizado pelo empreiteiro Juliano, no pátio da prefeitura, com quem mantinha sociedade em uma cascalheira.

Paganini disse que algumas vezes se deparou com Juliano nas imediações do Palácio dos Ferroviários, mas não o presenciou durante obras realizadas no Canil.

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