DA REDAÇÃO – Foi lançada, ontem, 20, no salão de honra do Departamento de Engenharia e Construção, no Quartel General em Brasília/DF, a coletânea do livro “A Engenharia do Exército na Construção do Desenvolvimento Nacional”, constituída por dois Tomos em que narram os grandes feitos das Organizações Militares da arma de Engenharia nas quais se enquadra o Batalhão Mauá de Araguari. Participaram do evento diversas autoridades civis e militares, entre elas ex-comandantes e o atual comandante do 11º Batalhão de Engenharia de Construção, Tenente-Coronel Guilherme Langaro Bernardes.

O registro desses grandes feitos, embora caracterizado pontualmente por meio de algumas importantes obras assinadas por grandes chefes e por devotados militares, carecia de uma síntese que pudesse, de alguma forma, abranger, mesmo que parcialmente, os maiores desafios da arma de engenharia de construção do Exército Brasileiro, ao longo de mais de um século de abnegação e dedicação ao desenvolvimento da nação brasileira. Essa visão motivou o Departamento de Engenharia e Construção, por intermédio da Diretoria de Obras de Cooperação, a elaborar e lançar o livro “A Engenharia do Exército na Construção do Desenvolvimento Nacional”.

A obra, que se divide em dois tomos, aborda inicialmente um breve histórico e a estrutura organizacional de todo o sistema de obras do Exército, envolvendo o Departamento de Engenharia e Construção, a Diretoria de Obras de Cooperação, os Grupamentos de Engenharia e os Batalhões de Engenharia de Construção. No segundo tomo são abordadas as grandes obras que consagraram a Engenharia Militar Brasileira como uma das referências técnicas e de qualidade no país.

Oriunda do Exército português, a arma azul turquesa – Engenharia –, foi se estruturando aos poucos, inicialmente em função da necessidade de assegurar a defesa do Império, por meio de fortificações, ainda hoje espalhadas nos mais remotos pontos do território brasileiro. No século XIX, o Batalhão de Engenheiros era empregado em obras de infraestrutura, construção de estradas de ferro, linhas telegráficas, dentre outros trabalhos em apoio ao Desenvolvimento Nacional. No século XX, no entanto, a vertente de apoio ao Desenvolvimento Nacional da Engenharia Militar foi potencializada com as diversas obras de infraestrutura rodoferroviária, iniciando-se no Sul do País no início do século, inclusive, com a participação do então 2º Batalhão Ferroviário, hoje 11º Batalhão de Engenharia de Construção, sediado em Araguari desde 1965. Ampliando o espectro, posteriormente ao nordeste brasileiro, com a inserção de obras hídricas em apoio ao semiárido e, na década de 1970, com as grandes e pioneiras obras rodoviárias de integração nacional na Amazônia Brasileira.

Mais recentemente, a Engenharia do Exército vem prosseguindo ao longo dos anos com sua fundamental contribuição para o desenvolvimento brasileiro, em relevantes obras no setor hídrico, aeroportos, portos, rodovias, honrando as mais caras tradições dos nossos pioneiros engenheiros. São essas grandes realizações, conquistas e avanços alcançados pela Engenharia do Exército que foram sintetizadas nessa obra de relevância nacional.

O texto, bastante agradável e de fácil leitura, é permeado de depoimentos, registros, além das narrativas de chefes militares, “trecheiros”, oficiais, praças e funcionários civis, enfim, daqueles que vivenciaram os momentos mais importantes e que representam, com certeza, todos os heroicos e anônimos militares e civis que construíram a história da engenharia, com sacrifício e amor ao Exército.

Todo o material, colhido junto às OM e colaboradores, como entrevistas, vídeos, fotografias, mapas, jornais, livros e outros foi cuidadosamente selecionado, examinado e organizado pela equipe coordenadora, com foco na fidelidade das informações e valor histórico.

Sob a coordenação do escritor Coronel Washington Machado de Figueiredo, falecido no último dia 2 de fevereiro, os escritores Capitães Narciso Santana, Emerson Rogério de Oliveira e o araguarino Edmar César Alves, ex-integrante do Batalhão Mauá, autor de várias outras obras literárias, multiplicaram esforços na busca e consolidação de dados que compõem essa magnífica obra.

Para o escritor e historiador Edmar César “foi uma honra ter participado e colaborado de tão expressiva obra literária que perpetua os assinalados feitos da engenharia de construção do Exército Brasileiro em prol ao desenvolvimento nacional, por muitos, ainda desconhecidos”.