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Lavouras de café sentem reflexos da seca em Araguari

qua, 21 de janeiro de 2015 00:11
O café ajuda a movimentar o setor agropecuário do país. Foto: Divulgação

O café ajuda a movimentar o setor agropecuário do país.
Foto: Divulgação

TALITA GONÇALVES – O clima seco e as altas temperaturas nos meses de janeiro e fevereiro podem prejudicar a produção de um dos carros chefe da agricultura nacional: o café. Só na região de Araguari, são mais de 18 mil hectares de área cultivada. A situação preocupa os produtores, que em 2014 tiveram prejuízos superiores a 12% na colheita devido à falta de chuvas.

O tipo cultivado na região é o café arábica, o mais popular no país. Segundo o diretor administrativo da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) e engenheiro agrônomo Sérgio Segantini Bronzi, as lavouras estão sujeitas a duas consequências da ausência de chuva: a má formação do grão e da planta.

Conforme o ciclo anual, a plantação floresce em agosto e setembro. De janeiro até março, os grãos recebem nutrientes e adquirem peso. O período de colheita começa em maio e vai até o final de agosto.”O grão não recebe água e o alimento que ele precisa para se desenvolver plenamente. Ele passa a ter um tamanho menor, mal formado. Isso significa uma colheita com menos rendimento e prejuízo para o produtor,” explica.

Com sol forte e falta de água, a planta não cresce. “O café floresce em ramas novas, e se a planta não se desenvolver adequadamente, afeta a produção do ano que vem,”ressaltou ele.

A irrigação ajuda a amenizar a situação, mas não substitui a chuva. “Regiões sem irrigação por gotejamento chegaram a perder até 50% da safra. Mas devido à baixa umidade do ar e o calor, não é o suficiente para a planta. Irrigar num período que deveria ter chuva também gera um custo maior para o produtor, que se reflete no preço final,” detalha.

Na região de Araguari, existem mais de 440 produtores. Cerca de 70% da produção de café se concentra em pequenas propriedades.  Em 2014, a safra chegou a 500 mil sacas.

DO CAMPO PARA O MUNDO

Fundamental para a economia do país, o café coloca o Brasil no posto de maior produtor mundial. O país obteve US$ 6,58 bilhões em receitas com as exportações de café em 2014, alta de 26% na comparação anual. Os Estados Unidos lideraram a lista de países importadores, com a aquisição de 20% do total. Em seguida aparece a Alemanha, com 19%.Os melhores grãos produzidos no Brasil são destinados à exportação, enquanto o consumo interno é abastecido com produto de menor qualidade.

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