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Ebola

sáb, 30 de agosto de 2014 00:00

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1- O que é Ebola?

Ebola é uma febre grave do tipo hemorrágico transmitida por um vírus do gênero Filovirus, altamente infeccioso, que desenvolve seu ciclo em animais. Há cinco espécies diferentes desse vírus, que recebem o nome dos locais onde foram identificados: Zaire, Bundibugyo, Costa do Marfim, Sudão e Reston. Este último não foi identificado em humanos.

2-Quais são as características do Ebola?
A doença é classificada como uma zoonose. Embora os morcegos frutívoros sejam considerados os prováveis reservatórios naturais do vírus ebola, ele foi encontrado em gorilas, chimpanzés, antílopes e porcos. Os especialistas defendem a hipótese de que a transmissão dos animais infectados para os seres humanos ocorra por meio do sangue e de fluidos corporais, como sêmen, saliva, lágrimas, suor, urina e fezes.

Daí em diante, o vírus ebola pode ser transmitido pelo contato direto entre as pessoas, pelo uso compartilhado de seringas e, por incrível que pareça, até depois da morte do hospedeiro. Ou ainda, caso o paciente tenha sobrevivido, o vírus ebola pode persistir ativo em seu sêmen durante semanas. Possivelmente, uma das razões para ser mortal e resistente é que compromete o sistema de defesa do organismo.

Os países mais afetados são Guiné, Libéria e Serra Leoa. A Nigéria também teve mortes confirmadas pela doença. É a maior epidemia de febre hemorrágica em termos de pessoas infectadas, de mortos e de extensão geográfica.

3-Como é seu período de incubação?
O período de incubação pode demorar de dois dias a três semanas (2 a 21 dias). Os sinais e sintomas variam de um paciente para outro. Em humanos, a doença está limitada majoritariamente à África, embora um caso tenha ocorrido nas Filipinas.

Agentes de saúde pública também correm risco, caso tratem pacientes sem tomar as precauções adequadas para prevenir a contaminação.

As pessoas permanecem contaminadas enquanto seu sangue e suas secreções contiverem o vírus – em alguns casos, até sete semanas depois da recuperação.

4- Onde ocorre a doença?
Segundo os últimos números da Organização Mundial da Saúde (OMS) a epidemia na África Ocidental deixou 1.145 mortos em Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. Trata-se da maior epidemia em termos de pessoas afetadas, de mortos e de extensão geográfica. Um fator perturbador é que, desta vez, o vírus está circulando em comunidades rurais e urbanas. A tendência atual da epidemia e seu potencial de cruzar fronteiras e ter propagação internacional constituem um problema de saúde pública de grande preocupação. O atual surto tem o potencial de se espalhar para fora dos países afetados e além da região se medidas urgentes e relevantes de contenção não forem postas em prática.

O surto de 2014 atinge Guiné, Serra Leoa e Libéria e há casos confirmados na Nigéria.

A OMS determinou estado de “emergência sanitária mundial” com o objetivo de conter o vírus e barrar surto de ebola, o maior de que se tem conhecimento até agora.

O Brasil segue sem casos suspeitos de ebola, segundo o Ministério da Saúde. Os serviços de saúde do país estão em alerta para identificar pacientes que possam ter tido contato com o vírus.

5-Como o ebola se espalha?
Humanos contraem a doença por meio do contato próximo com animais – como chimpanzés, morcegos e antílopes – contaminados.

Entre humanos, o vírus pode se espalhar por meio do contato direto com sangue contaminado, fluidos corporais ou órgãos do doente, ou mesmo por meio do contato com ambientes contaminados. Até funerais de vítimas de ebola onde as pessoas têm contato direto com o falecido também podem transmitir o vírus, enquanto a transmissão por meio de sêmen infectado pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica.

6-Quais são os sinais e sintomas?
No início, os sintomas não são específicos, o que dificulta o diagnóstico, frequentemente caracterizado pelo início repentino de febre, dor de cabeça muito forte, fraqueza muscular, dor de garganta e nas articulações, calafrios são os primeiros sinais da doença que aparecem de forma abrupta depois de cinco a dez dias do início da infecção pelo vírus ebola.
Com o agravamento do quadro, outros sintomas aparecem: náuseas, vômitos e diarreia (com sangue), garganta inflamada, erupção cutânea, olhos vermelhos, tosse, dor no peito e no estômago, insuficiência renal e hepática, hemorragia interna, sangramento pelos olhos, ouvidos, nariz e reto.

7-Como se faz o diagnóstico?
Uma das dificuldades para estabelecer o diagnóstico precoce da doença provocada pelo vírus ebola é que, no início, os sintomas podem ser confundidos com os de enfermidades como gripe, dengue hemorrágica, febre tifoide e malária. O levantamento da história do paciente, se esteve exposto a situações de risco e o resultado de testes sorológicos (Elisa IgM, PCR) e o isolamento viral são fundamentais para determinar a causa e o agente da infecção.

Diante da possibilidade de uma pessoa ter entrado em contato com o vírus ebola, ela deve ser isolada e os serviços de saúde notificados.

Exames de laboratório incluem baixa de glóbulos brancos e de plaquetas e aumento das enzimas hepáticas.

Esses testes são de grande risco biológico e devem ser conduzidos sob condições de máxima contenção. O número de transmissões de humano para humano ocorreu devido à falta de vestimentas de proteção.

8-Quais são as precauções a serem tomadas?
As seguintes medidas são fundamentais para evitar o contato com o vírus ebola, como forma de prevenir a infecção e evitar a disseminação da doença:
– Lave as mãos com frequência com água e sabão. Se não for possível, esfregue-as com álcool gel;
– Procure não frequentar lugares que facilitem a exposição ao vírus ebola;
– Evite contato com pessoas infectadas. Quanto mais avançada a doença, maior a concentração de vírus e mais fácil o contágio;
– Use vestimentas de proteção, como macacões e botas de borracha, aventais, luvas e máscaras descartáveis e protetores oculares, sempre que tiver de lidar com os pacientes. Sob nenhum pretexto reutilize agulhas e seringas. Instrumentos médicos metálicos que serão reaproveitados devem ser esterilizados.
– Como somente alimentos  de procedência conhecida;
Em março, o Ministério da Saúde da Libéria aconselhou as pessoas a evitar sexo; o vírus pode ser transmitido pelo sêmen, mesmo até sete semanas depois da eventual recuperação de um paciente, observa a OMS. As recomendações eram de evitar apertos de mão e beijos.
* Lembre que o corpo dos doentes continua oferecendo risco de contágio mesmo depois da morte.

9-Como é feito o tratamento?
Não existe tratamento específico para combater o vírus ebola, que infecta adultos e crianças sem distinção. Não existe também uma vacina contra a doença, mas foi testada uma fórmula em macacos, morcegos e porcos-espinhos que mostrou resultados positivos nesses animais.

Manter-se em isolamento e procurar ajuda médica profissional. A chance de sobrevivência aumenta se o paciente começar a receber tratamento imediatamente.

O único recurso terapêutico contra a infecção causada pelo ebola é oferecer medidas de suporte, como reposição de fluidos e eletrólitos, hidratação, controle da pressão arterial e dos níveis de oxigenação do sangue, além do tratamento das complicações infecciosas que possam surgir.

Não se sabe que fatores determinam que alguns pacientes se recuperem e outros sucumbam.

10-Que medidas estão sendo tomadas contra o Ebola?
O Banco Mundial anunciou que destinará US$ 200 milhões em caráter de urgência para ajudar Guiné, Libéria e Serra Leoa a conter a epidemia de ebola.

Centenas de soldados na Libéria e em Serra Leoa foram mobilizados para conter o pânico nas comunidades afetadas e transportar equipes médicas de um vilarejo a outro.

A Libéria fechou escolas e a maioria das suas fronteiras e colocou em quarentena as comunidades onde o vírus foi encontrado.

Em julho, a morte de um renomado médico liberiano, Samuel Brisbane, ajudou a propagar os esforços de comunicação do governo sobre o vírus.

Em Serra Leoa, o médico que liderava os esforços contra a doença também se converteu em uma de suas vítimas.

11-A doença pode ser levada de avião a outros países, espalhando a epidemia?
É possível que uma pessoa com ebola viaje de avião, mesmo a lugares distantes, pois a doença pode levar três semanas para se manifestar. No entanto, o professor William Shaffner, da Universidade Vanderbilt, nos EUA, em entrevista ao site americano LiveScience, apontou que não é muito provável que essa doença se espalhe da forma como tem ocorrido nos países africanos se os serviços de saúde agirem de forma a isolar as pessoas contaminadas. Destaca-se que para ser contaminado é preciso ter contato próximo com uma pessoa doente, com troca de fluidos corporais. Estar com a mesma pessoa num só ambiente, por si só, não é perigoso.

12-Por que nos países afetados a doença está se espalhando dessa maneira?
Um problema grave que fomenta a epidemia atualmente é que naquela região há hábitos tradicionais como lavar os cadáveres antes do funeral, gerando um contato capaz de transmitir o ebola. A OMS disse publicamente que essas práticas culturais “contribuem fortemente” para a epidemia. Além disso, há muito movimento de pessoas através das fronteiras de Guiné, Libéria e Serra Leoa, o que posssibilitou à epidemia se tornar internacional.

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