Faça você mesmo, ou valorize quem faz!
qui, 26 de junho de 2014 00:00
Alzira Riquieri Muitas vezes temos a convicção que somos mais que merecedores das benesses da vida. Explico com uma passagem: meu amigo Paulo, casado há quase quarenta anos, ao falar da esposa, me relatou os seus dotes na cozinha, que eu já tive a oportunidade de apreciar, nos pães de queijo pra lá de especiais. Disse, junto com os elogios, que já se acostumou tanto com as delícias feitas que nem se dá mais conta de como tudo isso é especial. Ou seja, os seus olhos já não vêem mais a faina de cada dia da mulher, como se tudo estivesse incorporado ao seu cotidiano. Sempre pensamos que as coisas acontecem por si só e não percebemos que tudo tem um querer ou digamos até assim, uma boa vontade de alguém. Em uma casa, com comida na mesa, café da manhã, almoço e jantar, a roupa limpa e passada, banheiro e todo o resto cheiroso, tudo tem um preço e um responsável. Louça suja não levita até a pia, a roupa não vai pra máquina a bordo de varinhas mágicas. Até a comida pronta de marmita exige que se lavem os pratos. Nada acontece sem que haja interveniência de alguém e ainda reclamamos. Lembro de uma esposa exausta com tanta correria de trabalho, sem direitos, do trabalho pra casa e de lá pra o trabalho. Nos finais de semana, o marido ia incontinente pra casa da mãe, deixando-a com dois bebês, sendo um de mamadeira e toda a lida da casa. Só voltava pra almoçar. Entre papinhas e mamadeiras, um dia a pobre não teve dúvida. Não fez o almoço. Aliás, fez uma panelada da sopa do maiorzinho. Todos e mais o marido comeram calados. A rotina mudou e os domingos passaram a ser compartilhados pela família. Em vida globalizada, cada vez mais se encontram famílias sem ajudantes. (exceção pra uma faxina, quem sabe, de quinze em quinze dias). Restou pra sociedade tomar consciência de quanto dá trabalho manter a vida organizada e em harmonia. Não é ruim termos saído da realidade de ter em quem encostar o trabalho, para o famoso chavão “faça você mesmo”, dos americanos. Para os filhos é crescimento, pra não dizer choque de realidade. Provavelmente, com os níveis salariais praticados no mercado, poucos deles terão empregados. Pra todos, significa redignificar o esforço de quem está à frente da ordem e harmonia da casa. Pra quem não se dá conta de como é bom ter alguém que se preocupa com o nosso bem estar, fica a história de um quase conhecido, que após um casamento fracassado, convivendo por anos uma companheira que lhe tratava mal, encontrou um novo amor, aliás, uma linda mulher, especial em tudo. Ao relatar a sua felicidade, chorou e disse: nunca pensei que merecia ser tão feliz! Assim é tudo na vida. Não sabemos que podemos um dia ser infelizes, quando temos nosso olhar acostumado com tanta felicidade. E muito menos, como somos felizes, quando alguém se importa com a gente. Hoje é dia de jogo do Brasil e…tem pão de queijo com café quente.
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