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Batalhão Mauá: capacitando profissionais e impulsionando a construção de infraestrutura no Brasil

sex, 8 de novembro de 2024 08:03

Da Redação

Os alunos aprendem técnicas para neutralizar artefatos explosivos
Divulgação

O Segundo Batalhão Ferroviário, também conhecido como Batalhão Mauá, é amplamente reconhecido pela sua atuação em projetos de engenharia em todo o Brasil, desempenhando um papel crucial tanto na construção de infraestrutura quanto na capacitação de profissionais. A cada ano, o batalhão fortalece ainda mais sua trajetória, com militares de diversos estados e até de outros países

buscando aperfeiçoamento em mais de 30 cursos oferecidos no Centro de Instrução de Engenharia.

Ensinar os militares a operar máquinas é uma das funções do Centro de Instrução de Engenharia do Batalhão, que dispõe de equipamentos modernos. Segundo o sargento Samuel Pereira Silva Neto, o batalhão utiliza um simulador de física realística, ou simulação por imersão. “Com esse simulador, conseguimos inserir o aluno no contexto da operação, permitindo que ele sinta os aclives e declives do terreno, além de perceber o contato da lâmina com o solo. O simulador também testa a habilidade do operador em situações críticas. Eu posso causar falhas na máquina, e o aluno precisa detectar o problema e encontrar a solução”, explicou.

No Centro de Instrução de Engenharia do Batalhão Mauá, estudo e prática caminham juntos em uma capacitação que vai além das fronteiras do Brasil, atraindo militares estrangeiros. Um dos cursos de maior destaque é o de Neutralização de Explosivos, com duração de três meses, que oferece um aprendizado profundo em uma área de grande impacto. “Os alunos aprendem técnicas para neutralizar artefatos explosivos, sejam improvisados ou não. Eles iniciam com um mês de curso a distância, abordando temas como regras de legislação e normas internacionais, e depois seguem para a parte prática. Lá, começam a trabalhar com diversas ferramentas, o que lhes permite desenvolver técnicas táticas e procedimentos necessários para neutralizar esses artefatos”, explicou o tenente Radamés de Oliveira Caetano da Silva.

Ressalta-se que as informações fornecidas abrangem desde a composição química dos artefatos até sua localização em diferentes tipos de ambientes.

A prática do curso é apoiada por equipamentos como o braço telescópico e o robô operado remotamente, e ocorre em campos abertos, com explosões controladas. Todos esses conhecimentos são empregados na desminagem de áreas de conflito e guerra. Quando chegam os tempos de paz, as minas que permanecem nos terrenos podem dizimar muitas vidas. “Muitas dessas vidas são civis. Temos registros oficiais constando que de 2001 até 2021 mais de 130 mil pessoas foram vítimas desse tipo de artefato”, esclareceu o major Del Gallo.

É importante mencionar que o major participou de uma missão de desminagem na Colômbia entre 2019 e 2020. Ele ressalta que esse é um trabalho técnico, minucioso e dispendioso, que pode levar muito tempo, mas que traz grandes benefícios para a população local. “Foi um trabalho gratificante, pois percebi que, ao remover esse tipo de ameaça do terreno, permitimos que a população, que muitas vezes estava impossibilitada de plantar, acessar a educação ou utilizar estradas, pudesse voltar a viver”, destacou o major.

A educação e a capacitação estão no DNA do Batalhão Mauá desde sua fundação, em 1938, no Sul do país, quando os militares iniciaram a construção de ferrovias. Em cada canteiro de obras, era construída uma escola, totalizando 25 unidades e cerca de 30 mil alunos alfabetizados. Novos capítulos continuam sendo escritos, com a capacitação de cerca de 600 militares por ano e a

incorporação de mais de 240 jovens ao batalhão anualmente. “Eles passam por uma série de atividades de ensino e saem daqui capacitados, com a missão de manter em sua alma esse valor da educação. Aplicamos isso por meio do Centro de Formação de Condutores, do Núcleo de Preparação de Profissionais da Reserva e do Centro de Instrução de Engenharia”, destacou o tenente-coronel Romualdo Crisanto Eufrásio.

Atualmente o batalhão atua na duplicação da GO- 213, em Goiás, que tem convênio com a Prefeitura de Araguari para a realização de obras de infraestrutura.

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