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Restrições impostas pela pandemia da Covid-19 causam insatisfação no comércio em Araguari

sáb, 19 de junho de 2021 09:15

Da Redação

Após a autorização de abertura do comercio, araguarinos foram às compras.

Araguari retornou, na última quinta-feira, 17, para a Onda Vermelha do programa estadual Minas Consciente, após decisão do Comitê Extraordinário Covid-19 de classificar a macrorregião do Triângulo do Norte em uma das etapas mais restritivas, sendo apenas mais branda do que a Onda Roxa.

A Onda Vermelha autoriza o funcionamento de atividades que não são essenciais, como é o caso do comércio lojista (roupas, sapatos, vestuário e similares), com diversas restrições de distanciamento e de fluxo de pessoas.

Assim, o protocolo, que é considerado restritivo, exige distanciamento linear mínimo de 3 metros, limite de ocupação de no máximo 50% da capacidade total do estabelecimento e limite absoluto de 30 pessoas em cada local.

Entretanto, conforme decreto municipal do último dia 8 de junho, o comércio lojista não funciona aos sábados. A prefeitura informou que o caso do dia 12 foi uma exceção, em razão do Dia dos Namorados, data que movimenta e aquece a economia municipal.

Empresários afetados pelas restrições impostas pela pandemia e representantes da classe se queixam da restrição de funcionamento aos sábados, e articulam uma maneira de reverter o cenário. Eles argumentam que suas atividades não são a causa da propagação do novo coronavírus, mas sim as festas clandestinas e o desrespeito às medidas sanitárias.

Adelino, que administra a Pé Menor, uma das principais lojas de calçados da cidade, é um dos articuladores e busca, junto à prefeitura, a permissão para o funcionamento desses lojistas aos sábados. “Estamos fazendo o que podemos, mostramos que estamos indignados. Fechar uma loja qualquer dia da semana é complicado, aos sábados então é ainda mais. As pessoas vão para cidades vizinhas consumir. Lá [em Uberlândia] também tem Covid, certo? ”, questionou o empresário em entrevista exclusiva à Gazeta.

Também em diálogo com a reportagem, o proprietário da Karina Calçados Infantil, Luiz Carneiro, se mostrou insatisfeito com a medida. “Acho um absurdo nós comerciantes sermos penalizados. Temos sim que ter normas para conter a pandemia, mas não fechando comércios em pleno sábado, um dos melhores dias [de vendas]. Além disso, não é o comércio que causa as aglomerações, todos estão vendo que não é isso que vai diminuir a contaminação. As pessoas vão consumir em Uberlândia, vão se aglomerar, irão para os ranchos, e vão voltar contaminadas”, raciocinou o comerciante.

Outro empresário que se mostrou indignado com a situação é o proprietário da Sapatão e Karina Calçados. “Não é o comércio que espalha a doença. Precisam rever esta restrição, está ficando muito difícil. Aliás, nossos comércios não têm aglomeração, ainda mais comparando com outros lugares. Minha loja, que tem 200 metros quadrados, geralmente são duas pessoas a cada dez minutos. Os sábados são os dias que às vezes é ‘melhorzinho’. Está difícil”, desabafou.

À reportagem, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Araguari), Pedro Luiz, afirmou que é contrário ao fechamento. “Acreditamos que o grande problema está nas festas clandestinas, nas aglomerações, na irresponsabilidade de muitos que não usam a máscara, o álcool gel e o distanciamento social, o que acarreta, infelizmente, no alto índice de contaminados. Pedimos que cada um faça sua parte, zelando do seu bem mais precioso, que é a vida. Nós, da CDL, não somos favoráveis ao fechamento do comércio aos sábados, que não é restringido inclusive pelo Minas Consciente”, pontuou.

Araguari foi classificada na Onda Vermelha, nesta semana, em razão da alta incidência da Covid-19 na região, além de outros fatores, como a alta ocupação de leitos em unidades médicas. A cidade ultrapassou, nesta sexta-feira, 18, a marca dos 15 mil infectados, e já soma 392 óbitos para a doença. O município possui 42 leitos hospitalares lotados, sendo 16 de UTI.

A prefeitura de Araguari, procurada pela Gazeta, informou que as medidas permanecem como no decreto. “Continua fechado aos sábados o comércio lojista, tanto na região central quanto nos bairros, para evitar aglomerações. A situação ainda está crítica e, infelizmente, precisávamos tomar alguma atitude desta forma, para, baseados em critérios técnicos, tentar evitar outras medidas ainda mais drásticas. Abrimos uma exceção no último sábado por ser Dia dos Namorados”, informou a Secretaria municipal de Gabinete. “Pedimos para que todos continuem com as medidas preventivas, higienização e distanciamento, para que, com a melhora dos números, possamos voltar à normalidade o mais rápido possível”, concluiu.

2 Comentários

  1. Anônimo disse:

    Se a pessoa fosse no centro somente para comprar o que precisa e ir embora, mas tem pessoas que vão, não compram nada e ficam andando pra lá e pra cá principalmente na Rua Rui Barbosa. Tens uns que reúnem na Manoel Bonito, todos sem máscara. Formam montinhos pra conversar com amigos no meio da calçada. Depois quando pegam jogam a culpa no Presidente, no Prefeito. A pessoa tem que ter consciência e pensar nela, apesar que tem gente que acha que não pega. É só lembrar das mortes da China e esquecer as palavras do Presidente. Passear no centro é bom, mas tem que ter um objetivo, ainda mais com doença contagiosa.
    Isso é a cultura de um povo pirracento, do terceiro mundo.

  2. darciano disse:

    se fala em restrições é porque o sistema de saúde está tensionado,sem querer tripudiar vejo municipios bem maiores com uma diferença de 10 anos a menos que estão tomando a vacina com a situaçao bem controlada..Será que os imunizantes não estão chegando a conta gotas numa cidade em crise.Fico colapsado é com o silencio dos politicos que não reivindicam um reforço para melhorar o quadro.Gostaria de saber se foram imunizados longe daí.

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