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Professores protestam contra ‘municipalização’ do ensino em Araguari

qua, 26 de maio de 2021 08:15

Da Redação 

Representantes do Sind-Ute, Aurívio Veiga (diretoria estadual) e José Luiz (coordenador da subsede).

Nesta terça-feira, 25, enquanto acontecia a sessão ordinária semanal na Câmara Municipal de Vereadores em Araguari, professores protestavam no local contra mudanças estruturais na educação pública, frutos de projeto denominado “Mãos Dadas”, que ‘municipaliza’ parte do ensino público.

A reportagem da Gazeta procurou José Luiz, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do estado de Minas Gerais, que informou que a manifestação era contra mudanças que poderiam trazer resultados negativos. “O foco da manifestação é impedir que centenas de pessoas fiquem desempregadas a partir do ano que vem, ou mesmo em 2023. O projeto ‘Mãos Dadas’, na prática, consiste em transferir toda a responsabilidade do ensino fundamental, gradativamente, do primeiro ao nono ano, para as prefeituras mineiras. Ou seja, retirar do estado a responsabilidade em relação ao ensino fundamental, continuando apenas incumbido do ensino médio”, explicou.

A manifestação foi realizada através de revezamento, em razão da pandemia da Covid-19. “Alguns professores iam saindo e outros chegando, tivemos centenas de pessoas presentes e protestando. Foram seguidas todas as medidas sanitárias e observado o distanciamento”, pontuou José Luiz.

O sindicato avaliou que a iniciativa tem sido positiva, inclusive com resultados visíveis. “Até o momento, nós já tivemos reuniões com o prefeito e a vice-prefeita, com secretários de educação e gabinete, além de membros das comissões de finanças e de educação da Câmara Municipal de Araguari. Entendemos que os resultados estão aparecendo, uma vez que os vereadores Eunice Mendes (PSB) e Giulliano Tibá (PSB) abraçaram a causa, e têm dado todo o apoio necessário para tentarmos barrar esse projeto, que é prejudicial não só para os profissionais da educação do estado, mas do município de Araguari”, ponderou o sindicalista. “É preciso destacar também que a municipalização pode parecer atrativa em um primeiro momento, devido à transferência de recursos do FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica), mas a distribuição de recursos não será proporcional ao aumento do número de estudantes. Temos o exemplo de Juiz de Fora, onde as matrículas terão um aumento de 48,5%, já o aumento do repasse do FUNDEB é estimado em 17,7%”, finalizou.

O sindicato informou que o próximo passo será realizar uma audiência pública, que foi proposta e aprovada pelo vereador Giulliano Tibá e deve acontecer amanhã, 27, na Câmara Municipal de Araguari. Ainda, classificou que a situação se trata de “realizar mudanças que afetam a vida das pessoas sem consultá-las”, o que seria “antidemocrático”.

3 Comentários

  1. Anônimo disse:

    O governo quer é ficar livre, não está nem aí para as pessoas que por ventura ficarão desempregadas, pois na prefeitura não caberiam os efetivos que ficariam em segundo plano, os contratados iriam dar preferência para os contratados da prefeitura primeiro, se sobrar vagas é que entrariam os que não trabalham nela. Podia privatizar a política também. Olha um funcionário dizendo para o outro: Eu tenho mais direito do que você, porque eu já estou aqui, e você está chegando agora.

  2. Anônimo disse:

    E o povo dos distritos que teriam que se deslocar até aqui, porque tem duas escolas, uma em Piracaíba e outra em Amanhece.São muitos professores efetivos e concursados para entrarem.

  3. Anônimo disse:

    Em Betim estão querendo municipalizar Quinze Escolas Estaduais.

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