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Consumidores podem pagar ainda mais caro na conta de luz em razão de hidrelétricas com nível baixo

qua, 19 de maio de 2021 08:14

Da Redação

Baixo nível das hidrelétricas Emborcação, em Araguari, e de Nova Ponte preocupa a Cemig

Dados apontam nível baixo em reservatórios de hidrelétricas

Os reservatórios das hidrelétricas são de extrema importância para o fornecimento de energia à população, porém, os das regiões Sudeste e Centro-Oeste fecharam o período chuvoso com baixo nível de água, e atualmente estão com apenas 33,47% da capacidade de armazenamento de energia, de acordo com números do Operador Nacional do Sistema (ONS).

O nível é o menor já registrado desde 2015, conforme aponta o ONS. Assim, como ocorreu na época, é estimado que o consumidor acabe tendo de cobrir o custo adicional de geração de energia por meio de termoelétricas, com o pagamento de bandeiras tarifárias na conta de luz até o fim do ano.

No estado de Minas, dois dos sete maiores reservatórios apresentam níveis tão baixos que preocupam a Cemig. É o caso da usina Emborcação, aqui em Araguari, que está com 21,98% de armazenamento, e da hidrelétrica de Nova Ponte, que está com 16,45%, e isso considerando que o período de seca está no início.

As baixas precipitações registradas nos últimos 10 anos têm resultado em baixas vazões, dificultando a recuperação dos níveis dos reservatórios em toda a região Sudeste, que responde por aproximadamente 70% do armazenamento de água do sistema elétrico interligado nacional.

O quadro deve levar a um aumento tarifário, uma vez que a energia passa a ser fornecida com complementação de termoelétricas, e os custos são repassados para o consumidor na conta de luz. Logo, araguarinos devem receber contas mais caras de energia.

Isso acontece porque grande parte da matriz elétrica nacional é constituída por usinas hidrelétricas. Quando as hidrelétricas estão relativamente vazias – que é o caso da região – é necessário que o suprimento enérgico venha de outra fonte. Aí surge o papel das termoelétricas, que são acionadas para suprir a demanda de energia.

Ivan Sérgio Carneiro, gerente de Planejamento Energético da Cemig, diz que a situação é extremamente preocupante. “Nova Ponte e Emborcação, que finalizaram o período chuvoso com armazenamentos muitos baixos, são casos preocupantes. É o pior armazenamento do histórico delas, considerando o final da estação úmida. Esses baixos níveis no início do período de estiagem preocupam bastante, porque as vazões que nós estamos imaginando, ao longo desse período seco, são muito ruins, em alguns casos, batendo recordes com as piores vazões durante a seca”, explica.

No ano de 2014 houve uma situação parecida, onde quase foi necessário um racionamento. O setor avalia que, atualmente, isso não ocorreu em razão da pandemia da Covid-19 no ano de 2020, mas o país pode passar por algo parecido com o que houve há seis anos.

Para o cenário problemático, existem duas saídas: diminuir radicalmente o consumo de energia ou acionar usinas térmicas. No segundo caso, a conta de luz sofre um considerável aumento.

A Cemig informou ainda que as chamadas “Bandeiras Tarifárias” são definidas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e valem para todas as distribuidoras do Brasil. A companhia disse que para maio, o órgão regulador determinou a bandeira vermelha patamar 1 para todo o país. Dessa forma, todos os brasileiros pagam um valor adicional de R$ 4,16 para cada 100 kWh consumidos na fatura de energia. Importante destacar que as bandeiras tarifárias sinalizam o custo para produção de energia, que ocorre em função do baixo nível dos reservatórios no país, resultado da escassez de chuvas.

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