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ENTREVISTA: EUNICE MENDES

ter, 1 de dezembro de 2020 16:56

1- Antes de mais nada, quem é a Eunice Mendes enquanto pessoa? Conte-nos um pouco sobre você, sobre sua vida pessoal:

Sou mãe de Gabriela e Bárbara, mulher aguerrida e nunca desviei de meus objetivos
e sonhos. Vim de uma família de muitos filhos, por isso tenho em minha essência a grande virtude de saber partilhar.
Trago em meus cromossomos uma herança de persistência, de mulheres guerreiras, que insistem em mudar a vida
delas mesmas e dos que as rodeiam. Minha mãe foi muito lutadora, e chegou, em algum momento, a cuidar da família
sozinha, mesmo sem profissão definida. Lutou muito para que estudássemos, e isso fez muita diferença em nossas
vidas. Por isso, carrego a educação como minha principal bandeira. Lutei muito pela educação de minhas filhas.
Muitos me chamam de atrevida, mas acho que sou é ousada.

Sou natural de Araguari, onde nasci e vivi toda minha trajetória. Sou educadora e advogada.
Cursei Pedagogia no IMEPAC, antiga FAFI, e me graduei em Direito pela UFU.
Trabalhei por 33 anos na rede Estadual de Ensino de Minas Gerais, atuando nas mais
diversas funções, tais como, professora, diretora e supervisora escolar. Sou pós-graduada em Direito Público, em
Educação, Políticas e Gestão em Serviço Social. Fui Professora Universitária do IMEPAC, Instituto Master
de Ensino Presidente Antônio Carlos na cidade de Araguari, onde ministrei aulas na disciplina
Direito Público, Lei de Responsabilidade Fiscal e Direito Financeiro. Fui vereadora em Araguari por 3 mandatos,
estive à frente da Secretaria de Educação, e por último na Secretaria de Trabalho e Ação Social.

Enfim, sou apaixonada pelas causas sociais, pelas políticas públicas e dedicarei minha vida para ser alguém que soma
para com a sociedade, para com as pessoas, para que eu conclua minha missão de ter contribuído, que seja um
pouco, mas com todas as minhas forças, para almejarmos um mundo melhor.

 

 

Eunice, vereadora eleita em Araguari

Eunice, vereadora eleita em Araguari

2-  Na eleição de 2016, mesmo com uma expressiva votação, você acabou não sendo eleita. Como você lidou com isso, e, como buscou forças e apoio para tentar novamente?

 

Eu sei lidar com vitórias e derrotas. Minha caminhada sempre foi assim, estou acostumada com espinhos no caminho. A vida uma hora te eleva, e outra te derrota. Na época me afetou muito. Mas eu sou de fechar ciclos e entrar em novos sonhos. Logo fui convidada para estar frente à Secretaria de Ação Social. Ali, tentei dar um meu melhor, realizar um novo projeto.  Procurei me aperfeiçoar através de pós-graduação na área, pois era algo novo para mim. Me apaixonei, me dediquei de corpo e alma àquele momento. E fui muito feliz!

Quando a gente se depara com uma derrota, no primeiro momento a gente não entende o desígnio de Deus. Ele às vezes escreve o certo com linhas tortas, mas faz tudo da melhor maneira. Hoje, vejo tudo isso como um grande presente, pela experiência que pude adquirir, pelas pessoas maravilhosas que pude conhecer, e principalmente por ter saído de lá como um ser humano melhor, aprendizado que talvez não teria, na mesma intensidade, em qualquer outro lugar.

 

3- Em outras eleições você já se sagrou vitoriosa, já acostumada esta sensação? Mas como é repetir este sentimento, como uma espécie de reconhecimento, ou até mesmo saudade de seus eleitores?

 

Um sentimento de que tudo que você lutou valeu a pena. Que as pessoas compartilham com você os seus ideais, que valorizam seu trabalho.

Nestes anos, em muitas vezes, ouvi de pessoas que eu estava fazendo falta lá na Câmara. E obter o êxito nas urnas, ter um reconhecimento como este, faz-nos perceber que é verdade esse sentimento do eleitor. Então, é uma sensação espetacular, em saber que o trabalho que realizei em outros mandatos é reconhecido pela população.  Me sinto muito honrada e muito responsável em representar o povo de Araguari novamente. Eu vejo esses quatro anos com muita expectativa.

 

4-  As vitórias sempre são fruto de várias razões que contribuem para um resultado final. A que razão principal você atribui essa vitória? Você acredita que o trabalho realizado na Secretaria de Trabalho e Ação Social foi um dos principais influenciadores em sua campanha?

 

Acredito que foi um dos fatores que contribuíram para a vitória. O envolvimento da família minha família também foi um dos principais contribuintes para o êxito, pois eles se dedicaram de uma forma fantástica. A visita a amigos, que sentiram falta da minha presença no Legislativo, além de ter sido muito positiva, me deu mais força ainda para o pleito. Mas penso que a Secretaria foi um grande laboratório, de convivência com pessoas maravilhosas, que me rendeu bons frutos. Mas tudo foi em razão da permissão de Deus, Ele está à frente de tudo. Sou cristã, e sempre percorri o caminho em que ele me posicionou. E também, o fator legenda, que algumas vezes me deixou de fora, dessa vez me favoreceu.

 

 

5-  A Câmara Municipal terá mandato inédito com quatro vereadoras eleitas. Como você avalia o empoderamento feminino e a atual inserção de mulheres na política?

Minha mãe teve que deixar o trabalho quando engravidou, e não existia licença maternidade nem outro benefício que resguardasse os direitos da mulher, à época. Então, vi mulheres que nos antecederam que lutaram muito para alcançar políticas sociais. Já podemos notar um expressivo avanço, mas temos que avançar mais e mais.  E agora, essa progressão feminina na Câmara, vejo com muito bons olhos. A população percebe que o carinho, a força da mulher precisa estar na Câmara em número maior.

Houve uma campanha acirrada do Supremo em relação à eleição de mulheres e jovens, e eu acompanhei de perto. Eu acredito que essa representatividade das mulheres na política vem corrigir uma situação histórico-cultural de séculos. Historicamente, a mulher está conquistando muitas coisas no campo jurídico e social. Há 20 anos na política de nossa cidade sempre tínhamos apenas uma vereadora, com exceção do último pleito que tivemos duas eleitas. Tomara que essa progressão geométrica continue nas próximas. Há uma luta para que a porcentagem de 30% seja também no número de cadeiras, porém estamos mostrando que podemos conquistar isso nas urnas. Agora temos que começar a fazer a diferença, construir uma história que favoreça a mulher e a família. A família favorecida é sinônimo de uma cidade feliz. Nós, mulheres eleitas, temos que fazer por onde, para a cidade continuar acreditando e votando em mulheres.

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