Réus são absolvidos no primeiro júri popular pós-pandemia em Araguari
qui, 10 de setembro de 2020 10:30Da Redação
Por maioria de votos, o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da Primeira Vara Criminal de Araguari absolveu dois acusados de participação no assassinato de Johnathan Coelho Azevedo, o Cutelinha, de 18 anos. Eles também respondiam pela tentativa de homicídio contra uma jovem.
A primeira sessão de julgamento popular da Primeira Vara Criminal desde a paralisação dos trabalhos por conta da pandemia da Covid-19 se estendeu até o começo da noite de anteontem, no Fórum Oswaldo Pieruccetti, e foi atípica, pois, desta feita, não foi permitida a entrada do público. O espaço no salão do Júri foi distribuído para os envolvidos no evento, Juízo Criminal, Ministério Público, defensores, réus, agentes de segurança, jurados e servidores do Judiciário, todos com máscaras e a devida higienização.
Após o sorteio do corpo de jurados, foram ouvidas a sobrevivente, uma testemunha de acusação e testemunhas de defesa, e os réus interrogados na sequência. Por ocasião dos debates, o MP, através do promotor Alan Baena Bertolla dos Santos, esclareceu ao Conselho de Sentença (sete representantes da sociedade araguarina, todas mulheres) acerca da inexistência de provas suficientes da autoria delitiva, bem como da liberdade de convencimento no ato de jugar.
A defesa ficou a cargo dos experientes advogados Luciano Marques Vieira, Carlos Alberto dos Santos, Fernando Almeida Santos e Sandro Borges Amorim, que sustentaram a negativa de autoria, como ocorrera em interrogatórios anteriores no Fórum.
Com tal decisão, a Juíza Danielle Nunes Pozzer, presidente do Tribunal do Júri, determinou a soltura de um dos réus, se não estiver preso por outro motivo. Quanto ao segundo réu, este se encontrava em liberdade.
O CASO
Os fatos se deram em 15 de maio de 2014 na rua João da Cruz, perto de uma praça a poucos metros da avenida Bahia, bairro Santa Helena. Johnathan “Cutelinha” levou seis tiros, acertando as costas, peito e pescoço. A namorada dele também foi baleada, mas sobreviveu.
Na época, o delegado plantonista, Gilmar Pereira de Sousa, da 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC), compareceu à cena do homicídio acompanhado pelo perito Eduardo Borgato, dando início às investigações. De imediato, obteve a informação de que os atiradores ocupavam um automóvel, cor prata. Eles se aproximaram das vítimas e iniciaram os disparos. Vizinhos teriam escutado os estampidos. A motivação seria um acerto de contas.
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